Janet Leigh
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Janet Leigh (n. Merced, Califórnia, 6 de Julho de 1927 - Beverly Hills, 3 de Outubro de 2004) foi uma atriz norte-americana, celebrizada pelo filme "Psycho" (br: "Psicose";pt:"Psyco"), de Alfred Hitchcock.
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[editar] Primeiros anos
Jeanette Helen Morrison nasceu em Merced, na California, em 1927. Filha única, começou a mudar de casa muito cedo com os seus pais. Inteligente e afoita salta vários anos na escola e acaba o secundário com apenas quinze. Um pouco solitária passava a maior parte do seu tempo no cinema. Depois de se mudar novamente com os pais, desta vez para Stockton na California, foi estudar música e psicologia na Universidade do Pacífico. Foi neste período da sua vida que foi "descoberta".
[editar] Início da Carreira
Os pais trabalhava num resort de ski, quando a ex- atriz da MGM Norma Shearer viu uma fotografia de Janet Leigh na recepção do resort, local de trabalho do pai. Norma levou a fotografia para os estúdios. No estúdio arranjaram-lhe um screen test e um primeiro papel em "The Romance of Rosy Ridge" (1947). Foi neste drama passado após a guerra civil americana, em que contracenou com Van Johnson, que o público teve pela primeira vez contacto com a telegenia de Leigh.
Segundo se conta foi Van Johnson que inventou o nome pelo qual Jeanette Morrison viria a ser conhecida artisticamente - Janet Leigh. Esta, a início, não gostou da ideia por ser demasiado semelhante a Vivien Leigh. Seguiu-se também para a MGM, "If Winter Comes" de Victor Saville, na qual Leigh desempenhava o papel de um jovem grávida de um soldado que parte para a guerra e que é acolhida por um homem casado e infeliz. "Words and Music" de 1948 seria o seu terceiro filme: um filme biográfico sobre os compositores Rodgers e Hart. Contracenava pela primeira vez com nomes com Judy Garland, Mickey Rooney e Gene Kelly.
Foi assim no final dos anos 40, também uma época da transformação do Studio System, que Janet foi construindo uma imagem de menina ingénua no grande ecrã, ao abrigo de um contrato exclusivo com a MGM (um dos últimos contratos do género a serem firmados entre estrelas de cinema e um só estúdio). Com 20 anos, Leigh contracena com Robert Ryan e Van Heflin em "Act of Violence" de Fred Zinemann, um melodrama sobre um ex-soldado que após a guerra tenta vingar-se de um informador de um dos campos de prisioneiros. Episódio curioso aquele que aconteceu na rodagem deste filme. Sempre que havia uma interrupção nas rodagens, Leigh, devido à sua inexperiêcia apressava-se a pedir desculpa. Assim, estabeleceu-se a regra de quando alguém pedisse desculpa teria que pagar um cêntimo. Consta que no final da rodagem, Janet devia à restante equipe três dólares. Ainda no mesmo ano de 48, Janet protagoniza um dos filmes da popular cadela Lassie, "Hills of Home".
[editar] Início do Sucesso
No ano seguinte, tem lugar o seu primeiro grande sucesso "Little Women", de Mervyn Leroy, a adaptação da famosa novela de Louise May Allcott. Nesta obra, Janet desnvolveu uma enorme cumplicidade com as suas "irmãs" Elizabeth Taylor, June Allyson e Margaret O’Brien, o que inclusive atrasou e dificultou a tarefa do realizador. Leigh encarna o papel de Meg March, a filha mais velha, dividida entre o desejo de casar e a devoção à sua família.
Em "The Red Danube", de George Sidney, Janet é uma bailarina russa que tem de voltar contra vontade, ao seu país após se ter estabelecido na Viena do pós guerra. Devido a um excesso de empenhamento, Leigh vai magoar-se num dos joelhos, ao praticar passos de ballet para se preparar para o filme. Lesão que manteve durante toda a sua vida. Após a dança, chega "Doctor and the Girl" de Curtis Bernhardt, um drama com Glenn Ford no papel de um médico que deseja ajudar os pobres e desfavorecidos.
Baseado no romance "A Man of Property" de John Galsworthy, "That Forsythe Woman" apresenta-se como um drama de época com um cast fabuloso, Errol Flynn, Greer Garson, Walter Pidgeon e claro Janet Leigh. Os últimos filmes de 1949 são "Hollyday Affair" de Don Hartman com Robert Mitchum, uma "feel-good comedy" sobre uma jovem viúva que se apaixona por um vendedor de brinquedos e ainda "How to Smuggle a Hernia Across the Boarder" de Jerry Lewis. Acabaria assim o "ciclo infernal" de Janet com seis filmes em 1949.
[editar] Anos 50
Em 1950, a atriz conhece Tony Curtis também ele uma estrela em ascensão. Ambos começam a namorar e o seu romance torna-os no par mais mediático de Hollywood. E se este era um período no qual Janet abraçava sobretudo comédias e musicais aproveitando o seu ar imaculado e bem disposto, após o casamento com Curtis no ano seguinte, a sua imagem vai começar a ser pintada na tela com cores de sedução e sensualidade.
Em 1951, retoma a sua carreira com "Strictly Dishonorable", uma comédia na qual usa uma peruca preta e se apaixona por uma estrela da ópera. "Angels in the Outfield" de Clarence Brown é outra comédia na qual um treinador de baseball se apaixona por uma repórter e passa de homem do desporto a homem de família. Em "Two Tickets to Broadway" Janet Leigh é Nancy Peterson uma rapariga do interior que vem tentar a sua sorte em Nova Iorque. Um musical divertido de James V. Kern. "It’s a Big Country" é o último filme de 1951, um drama em diferentes episódios dirigido por vários realizadores. O seu, realizado por Charles Vidor, acompanha a história de um americano que não gosta de italianos.
Em 1952, Leigh faz "Just This Once" de Don Weis, uma comédia na qual a actriz faz de advogada que tem de controlar os gastos de um milionário, protagonizado por Peter Lawford. Segue-se "Scaramouche", um filme de aventuras de George Sidney no qual Stewart Granger e Mel Ferre lutam pelo amor de uma mulher, Janet . Uma história de aventura, drama e acção. "Fearless Fagan" de Stanley Donan é considerado o pior filme de Janet Leigh. Neste, um leão vai criar problemas a uma jovem cantora que deseja visitar um acampamento militar.
Ao pior segue-se um dos melhores papéis da carreira da actriz. Em "The Naked Spur" (1953), de Anthony Mann, um western intenso e psicológico, James Sterwart é um caçador de recompensas que tenta trazer à justiça um criminoso foragido, interpretado por Robert Ryan. Leigh desempenha o papel de filha de um assaltante de bancos, que o criminoso acolhe na sua quadrilha e que faz lembrar Stewart de uma mulher que em tempos ele amou.
"Confidentially Connie" é um drama sobre um pobre professor e a sua mulher que na têm dinheiro para comer carne apesar do pai daquele ser dono de um importante rancho e pressionar constantemente o descendente para seguir o negócio de família.
Mais típico dos seus filmes dos anos 50 foi "Houdini", de George Marshall no qual contracenou com o seu marido Tony Curtis (o primeiro dos cinco filmes em que contracenaram juntos). O filme acompanha a vida do casal Houdini embora de uma forma muito estilizada à "Hollywood". De qualquer forma, a dupla de protagonistas chamou imenso público transformando esta obra num dos maiores sucessos de carreira de Janet Leigh. Segue-se "Walking My Baby Back Home" uma obra sobre músicos amadores durante a altura da tropa que depois encontram uma nova fórmula de jazz que os vai levar ao sucesso.
O primeiro filme de 1954 é "Prince Valiant" uma tentativa falhada de um filme de aventuras com Robert Wagner, encarnando um jovem principe que tenta salvar a Bretanha dos Vikings e repôr o seu pai no poder. Um rotundo fracasso. Segue-se "Living It Up", uma comédia divertida com Jerry Lewis e Dean Martin. Ainda do mesmo ano são "The Black Shield of Falworth", a segunda colaboração com Tony Curtis num filme de aventuras sobre cavaleiros e duelos pela honra e "Rogue Cop" um filme noir com Robert Taylor, sobre um detective que descai para o lado da crime.
Em 1955, dois outros títulos da sua filmografia considerados menores. "Pete Kelly’s Blues" uma comédia sobre músicos de jazz que se envolvem com a máfia e "My Sister Eileen", um musical onde Leigh conntracenaria com Jack Lemmon, o famoso "parceiro" travesti de Tony Curtis em "Some Like It Hot".Em 1956 e 57 apenas protagoniza um filme por ano. Primeiro, "Safari", um filme de aventuras de Terence Young sobre um caçador(Victor Mature) que se apaixona pela mulher do seu empregado. Depois "Jet Pilot", o encontro de Leigh com o mestre austríaco Josef Von Sternberg. Trata-se de um filme de aventuras em que uma aviadora russa e um piloto americano (John Wayne) se perdem de amores um pelo outro.
[editar] O auge
Após anos de películas com maior ou menor aceitação o público tinha de Janet Leigh a ideia de uma atriz competente mas mediana, sem grande brilho. Mas isso iria mudar já com o seu próximo filme. "A Marca da Maldade" de Orson Welles, um das mais famosas obras da história do cinema, contou com a sua participação. Susan Vargas é uma mulher que foi de lua de mel para o México com o seu marido Ramon Vargas (Charlton Heston). Lá vêem-se envolvidos numa investigação de um assassinato que poderá comprometer a dignidade da polícia local. Este thriller noir modificou a imagem de Janet Leigh. Outrora inóqua, vâ-se agora a desempenhar uma personagem cheia de carga sexual, o que seria o começo de uma nova imagem da actriz no ecrã. No seu trabalho anterior, o telefilme "Carriage From Brritain" a actriz partiu o braço e epor isso Orson Welles coloca-a em "Touch of Evil" em posições em que possa ocultar a membro fracturado.
Antes ainda daquele que é reconhecido como o seu mais popular trabalho, Marion Crane em "Psycho" de Alfred Hitchcock, Janet viria a protagonizar ainda três filmes. São eles "The Vikings" (1958) , um filme de aventuras com Tony Curtis e Kirk Douglas, "The Perferct Furlough" (1959) do genial Blake Edwards, também com Tony Curtis e finalmente "Who Was That Lady?" de George Sidney com Tony Curtis e Dean Martin.
Assim, foi sem surpresa que em 1960 Janet foi escolhida para interpretar o papel de Marion Crane no thriller "Psycho", uma adaptação de uma novela de Robert Bloch que por sua vez se baseava nas atrocidades do famoso psicopata Ed Gein. Janet ficou sobretudo conhecida pelo seu assassinato no chuveiro, cena que a colocou instantaneamente nos anais da história do cinema. Algo que a fez nunca mais tomar duches e tomar banho de imersão sempre de porta aberta. Ela explica numa entrevista que o que a atemorizou não foi fazer mas sim ver o arrepiante resultado final. "Psycho" foi na altura um extraordinário sucesso e de certa forma uma pedra no charco no sistema algo despótico da produção cinematográfica americana. Não era todos os dias que se podiam assassinar as vedetas principais de um filme a um terço do decorrer deste, ainda para mais daquela maneira inesquecível. Por esta interpretação a actriz recebeu a única nomeação para os óscares, como melhor actriz secundária.
Após a tensão de "Psycho" segue-se uma comédia ligeira. Em "Pepe", de George Sidney, Janet é uma camponesa mexicana que vai ser ajudada pelas estrelas na sua chegada a Hollywood. Em 1962, Janet protagonizaria outra das obras que ficariam marcadas a ouro na sua carreira. Em "The Manchurian Candidate" de John Frankenheimer contracenaria com Frank Sinatra, Lawrence Harvey e Angela Lansbury. Trata-se de uma obra de acção profética pois lidava com a lavagem cerebral por parte do exército chinês de soldados americanos para que assassinassem o candidato presidencial americano. Da ficção à realidade foi um passo e no ano seguinte Kannedy era morto em Dallas. Janet acabara de se separar de Tony Curtis e ironicamente na pequena cena em que a actriz protagoniza no início do filme, num bordel, há uma rapariga coreana que está a ler uma revista que tem Tony e Janet na capa, como feliz casal. Após 10 anos de casamento, a união com Curtis chegava ao fim. O resultado eram duas filhas: Jamie Lee Curtis e Kelly Lee.
[editar] Época de poucos filmes
No ano seguinte, era o regresso à comédia musical com "Bye Bye Birdie" do já "cúmplice" George Sidney. Tratava-se de uma adaptação de um êxito da Broadway mas na qual estava já implicito um maior destaque dado à adolescente Ann-Margret. A partir daqui a sua carreira sofreu um notável abrandamento, mais por decisão própria do que imposta. Assim, resolveu dedicar-se às duas filhas e ao recente marido, o corretor da bolsa Robert Brandt, com o qual se manteve casada até ao fim. Ainda em 1963 faz uma comédia "Wives and Lovers" sobre um escritor falhado, cujo inesperado sucesso vai afectar a sua relação conjugal. No resto dos anos sessenta, setenta e oitenta, Janet Leigh vai sobretudo dedicar-se à televisão aparecendo em inúmeras séries.
Destaque ainda para "The Fog", de John Carpenter já de 1980, uma obra de terror que vai juntar pela primeira vez mãe e filha, Jamie Lee Curtis. Voltariam a encontrar-se vinte anos depois em "Halloween H20: 20 years later" de Steve Miner, uma filme que retoma a carnificina de Michael Myers duas décadas depois.
O seu último filme data de 2000, "A Fate Totally Worse Than Death" uma comédia sobre três teenagers que por causa do seu mau comportamento envelhecem prematuramente.
[editar] Morte
Janet Leigh faleceu aos 77 anos em Beverly Hills. A causa da morte, dizem, foi a vasculite, uma doença que contraíra há pouco tempo.
Esta foi também uma fase da sua vida na qual escreveu a sua auto-biografia "There Really Was a Hollywood" , um filme sobre a feitura de "Psycho" entitulado "Behind tyhe Scenes of a Classic Chiller" e ainda um romance "House of Destiny".
