Alfred Hitchcock
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Nascimento | 13 de Agosto de 1899 Londres, Grã-Bretanha |
---|---|
Falecimento | 29 de Abril de 1980 Los Angeles, EUA |
Nacionalidade | ![]() ![]() |
Ocupação | cineasta |
Principais trabalhos | |
Prêmios | * Prêmio Irving Thalberg pelo conjunto da obra |
Alfred Joseph Hitchcock (Londres, 13 de Agosto de 1899 — Los Angeles, 29 de Abril de 1980) foi um cineasta britânico/norte-americano, considerado o mestre dos filmes de suspense, sendo um dos mais conhecidos e populares realizadores de todos os tempos.
Índice |
[editar] Primeiros anos
Alfred Hitchcock nasceu em Leytonstone, em Essex (atual Londres). Filho de Emma e William Hitchcock, seu pai vendia frutas e verduras, e ele tinha mais dois irmãos. Recebeu uma rígida educação católica na escola londrina St. Ignatius College, cujo ensino era baseado nos ensinamentos do jesuíta Inácio de Loyola.
Aos 14 anos, Hithcock perdeu o pai e largou a escola, começando a trabalhar na companhia Henley, fabricante de cabos elétricos, onde desenvolveu trabalhos em design gráfico de publicidade.
Sua carreira cinematográfica começou em 1920, com um emprego na Famous Players-Lasky, da Paramount Pictures e, durante dois anos, ele fez o "cartão" que aparecia em dialógos de filmes mudos. Logo aprendeu a criar roteiros e a editar. Em 1922, tornou-se cenógrafo e assistente de direção. Em 1922, iniciou seu primeiro filme, chamado Number Thirteen, mas o projeto foi abandonado. Entre 1923 e 1925, Hitchcock trabalhou em Berlim, na UFA (Universum Film AG).
Sua criatividade surpreendeu os dirigentes do estúdio, que decidiram promovê-lo a diretor e, em 1925, ele ganhou a primeira chance como diretor no filme The Pleasure Garden, feito pela Ufa Studios na Alemanha. Em 1926 estreou no suspense com o filme The Lodger: A Story of the London Fog (pt: O pensionista / br: O inquilino ou O locatário). Este filme seria seu primeiro sucesso, baseado nos assassinatos de Jack, o Estripador. A partir daí, Hitchcock faria pelo menos uma aparição em cada uma de suas produções, o que se tornaria uma de suas marcas. Foi também seu primeiro filme de suspense, gênero que o consagraria em todo o mundo.
No mesmo ano, ele casou com Alma Reville. Ela era assistente de diretor e trabalhava com ele na Paramount. A primeira filha do casal, Patricia, nasceu em 1928.
[editar] Período inglês

Em 1929, Hitchcock filmou Blackmail (Chantagem e Confissão]) , o primeiro filme sonoro britânico. Em 1933, Hitchcock foi trabalhar na Gaumont-British Picture Corporation, e seu primeiro filme para a companhia chamou-se The Man Who Knew Too Much (O Homem que Sabia Demais), e que seria refilmado em 1956 com outros atores.
Seu segundo filme pela companhia foi The 39 Steps (Degraus), de 1935, considerado o melhor filme deste período. Neste filme, pela primeira vez ele usa uma técnica chamada de MacGuffin (as vezes de McGuffin ou Maguffin), a técnica designa uma desculpa argumental que motiva aos perssonagens desenvolver uma história, e que na realidade carece de relevância. É também o primeiro filme que Hitchcock usa o elemento de uma fuga de um incente. Seu próximo sucesso foi The Lady Vanishes (A Dama Oculta) (1938), que envolvia intriga internacional.
Esses filmes chamaram a atenção de Hollywood para o diretor tanto que o produtor hollywodiano David O. Selznick o chamou para trabalhar.
[editar] Hollywood
Hitchcock mudou-se para os Estados Unidos em 1939 e tornou-se cidadão norte-americano em 1955. Seu primeiro filme americano foi Rebecca, que rendeu ao cineasta sua primeira indicação ao Oscar. Rebecca, que era ambientado na Inglaterra e baseado no romance de Daphne du Maurier, foi estrelado por Laurence Olivier e Joan Fontaine. Rebecca ganhou o Oscar de melhor filme, mas Hitchcock perdeu na disputa de diretor.
Seu segundo filme em Hollywood foi Foreign Correspondent (Correspondente Estrangeiro / Correspondente de Guerra), em 1940, filmado durante o primeiro ano da Segunda Guerra Mundial, e que também foi indicado ao Oscar de melhor filme, mas não ganhou.
Na década de 1940, os filmes de Hitchcock se tornaram mais diversificados, indo do gênero comédia em Mr. & Mrs. Smith (Um Casal do Barulho / Meu Marido é Solteiro) (de 1941), ao filme noir em Shadow of a Doubt (A Sombra de Uma Dúvida) (de 1943) e a ficção sobre leis em The Paradine Case (Agonia de Amor / O Caso Paradine) , de 1947.
Saboteur (Sabotador), de 1942, foi o primeiro de dois filmes feitos pela Universal; A Sombra de Uma Dúvida foi o segundo, e era um dos filmes preferidos de Hitchcock.
Spellbound (Quando Fala o Coração / A Casa Encantada) de 1945, é estrelado por Ingrid Bergman e Gregory Peck, e recebeu a indicação ao Oscar de melhor filme, melhor diretor e melhor ator coadjuvante (Michael Chekhov), entre outros. O produtor David O. Selznick utilizou suas experiências na psicanálise, e até levou aos estúdios sua terapeuta, para servir de consultora. Hitchcock fez algumas cenas baseadas no artista plástico Salvador Dalí para ilustrar certas cenas de de confusão mental, as quais Selznick odiou.
Notorious (Interlúdio / Difamação) , de 1946, estrelado por Cary Grant e Ingrid Bergman, foi o primeiro filme que Hitchcock dirigiu e produziu, e que Selznick não participou da produção, feita pela RKO (Radio-Keith-Orpheum) Pictures. O filme recebeu a indicação ao Oscar de ator coadjuvante, mas não venceu. The Paradine Case (Agonia de Amor / O Caso Paradine) , de 1947, foi seu primeiro filme colorido, e foi estrelado por Gregory Peck.
Rope (Festim Diabólico / A Corda) de 1948, foi baseado na peça teatral de Patrick Hamilton. Embora não tenha sido seu primeiro filme como diretor e produtor, foi o primeiro em que recebeu o crédito por isso. Foi também o primeiro de uma série de filmes de sucesso estrelados por James Stewart. Baseado na história do caso de Leopold e Loeb, Rope é tido como tendo um conteúdo homossexual.
Em 1949, Hitchcock lançou o filme Under Capricorn (Sob o Signo de Capricórnio), em uma co-producção com Sidney Berstein e estrelado por Ingrid Bergman. O filme fracassou, em parte pela publicidade negativa sobre o relacionamento extraconjugal que Ingrid Bergman estava tendo com o diretor italiano Roberto Rossellini.
O filme Strangers on a Train (Pacto Sinistro / O Desconhecido do Norte-Expresso), de 1951, foi baseado no romance de Patricia Highsmith (que também escreveu The Talented Mr. Ripley (O Talentoso Ripley) e apresentou sua filha Patricia Hitchcock em um pequeno papel. Foi seu primeiro filme distribuído pela Warner Bros e, anos mais tarde, seria fonte de inspiração para Throw Momma from the Train (Jogue a Mamãe do Trem), de 1987, estrelado por Billy Crystal e Danny DeVito. Segundo Roger Ebert, ganhador do Prêmio Pulitzer e crítico de filmes, Strangers on a Train era o melhor filme de todos os tempos.
No começo dos anos 50, a MCA e o agente Lew Wasserman, que tinha como clientes James Stewart e Janet Leigh, tiveram grande importância nos filmes de Hitchcock. Com a ajuda de Wasseraman, Hitchcock teve grande liberdade criativa para trabalhar em seus filmes.
Em 1954, o filme Dial M for Murder (Disque M Para Matar) trouxe Ray Milland e Grace Kelly nos papéis principais. Foi o primeiro filme em que Hitchcock trabalhou com Grace Kelly, baseado na peça escrita por Frederick Knotte, pela primeira vez, o diretor usou a técnica 3D.
No mesmo ano, Hitchcock lançou o filme Rear Window (Janela Indiscreta), com James Stewart e Grace Kelly nos papéis principais. O filme se tornou um dos maiores sucessos do diretor.
No ano seguinte foi a vez de To Catch a Thief (Ladrão de Casaca) com Gary Grant e Grace Kelly. Em 1956, Hitchcok refilmou The Man Who Knew Too Much (O Homem que Sabia Demais), agora com James Stewart e Doris Day nos papéis principais. O diretor considerou a refilmagem superior ao original feito por ele em 1934. No filme, Doris Day aparece cantando a música Que Será, Será (Whatever Will Be, Will Be).
Em 1957, o diretor lançou o filme The Wrong Man (O Homem Errado / O Falso Culpado) , com Henry Fonda e Vera Miles, com roteiro baseado no livro The True Story of Christopher Emmanuel Balestrero, de Maxwell Anderson, um caso real de confusão de identidade.
Vertigo (Um Corpo Que Cai / A Mulher que Viveu Duas Vezes), com James Stewart e Kim Novak, de 1958, é visto como uma das obras-primas do diretor, embora na época tenha sido um fracasso comercial. O filme foi eleito entre os cem melhores filmes de todos os tempos pelo Instituto de Cinema Americano, em 1998.

North by Northwest (Intriga Internacional), de 1959, foi produzido pela MGM, e estrelado por Cary Grant, Eva Marie Saint e Martin Landau, entre outros. Conta a história de um homem inocente perseguido por agentes de uma misteriosa organização. É considerado como um grande trabalho de Hitchcock.
Psycho (Psicose / Psico) , de 1960, estrelado por Janet Leigh, Anthony Perkins e Vera Miles, venceu o Globo de Ouro na categoria melhor atriz coadjuvante (Janet Leigh). O filme trouxe uma das cenas mais conhecidas da história do cinema, a famosa cena do chuveiro, quando a personagem de Janet Leigh é assassinada a facadas. O filme ficou na décima oitava posição entre os 100 melhores filmes do Instituto de Cinema Americano.
The Birds (Os Pássaros), de 1963 é baseado num conto de mesmo nome da escritora britânica Daphne Du Maurier e estrelado por Rod Taylor, Jessica Tandy e Tippi Hedren, esta última uma estreante descoberta de Hitchcock. O filme inovou na trilha sonora e em efeitos especiais, e por este último motivo foi indicado ao Oscar. Tippi Hedren, mãe da futura atriz Melanie Griffith, ganhou o Globo de Ouro.
Marnie (Marnie, Confissões de uma Ladra / Marnie), de 1964, foi estrelado por Tippi Hedren e Sean Connery, e é um dos filmes cássicos de Hitchcock. Em 1966, ele lançou Torn Curtain (Cortina Rasgada), um thriller político com Paul Newman e Julie Andrews nos papéis principais.
Topaz (Topázio), filmado entre 1968 e 1969, fala sobre a Guerra Fria, e conta a história de um espião, com roteiro baseado no livro de mesmo nome escrito por Leon Uris. Foi um filme que não trouxe nenhuma grande estrela, na verdade, apenas nomes desconhecidos. Muitos acreditam que Hitchcock não quis chamar nenhuma estrela de Hollywood para este filme depois que teve problemas com Paul Newman em seu último filme.
Em 1972, Hitchcok lançou Frenzy (Frenesi / Frenzy, Perigo na Noite), um thriller sobre crime que trouxe pela primeira vez cenas de nudez e palavras de baixo calão em um de seus filmes.
Seu último filme foi Family Plot (Trama Macabra / Intriga em Família) com Karen Black e Bruce Dern.
[editar] Morte
Em 1980, Alfred Hitchcock recebeu a KBE da Ordem do Império Britânico, da mãos da Rainha Elizabeth II. Ele morreria quatro meses depois, de insuficiência renal, em sua casa em Los Angeles.
[editar] O cinema hitchcockiano
[editar] Suspense
O suspense de Hicthcock era baseado no elemento surpresa mais característico do cinema de horror , assustando o espectador. O suspense é acentuado pelo uso de música forte e dos efeitos de luz. Nos filmes hitchcockianos, a ansiedade do espectador aumenta pouco a pouco enquanto, o personagem não tem consciência do perigo. São apresentados dados ao telespectador que o personagem do filme não sabe, criando uma tensão no espectador em saber o que acontecerá quando o personagem descobrir. Em Psycho, somente o espectador vê a porta se entreabrir, esperando algo acontecer enquanto o detetive sobe a escada.
[editar] Voyerismo da audiência
Em alguns filmes, o personagem age como se soubesse que o telespectador está observando sua vida.
[editar] Aparições em seus filmes
Hitchcock usou em vários de seus filmes o que é conhecido como cameo, onde uma pessoa famosa aparece em um filme. Porém, nos filmes de Hitchcock, quem aparecia era ele próprio. Ele é visto em aparições breves, geralmente no início de seus filmes.
[editar] Personagens femininos
As personagens femininas geralmente são heroínas loiras e amáveis, que quando se apaixonam, tornam-se perigosas. Em Marnie, de 1964, a personagem título interpretada por Tippi Hedren é cleptomaníaca.
Em To Catch a Thief, de 1955, Francie (interpretada por Grace Kelly) oferece ajuda a um homem que ela acredita ser um gatuno.
Em Rear Window, Lisa (interpretada por Grace Kelly novamente) arrisca sua vida entrando escondida no apartamento do personagem Lars Thorwald. Em Psycho, Janet Leigh rouba 40 mil doláres e é assassinada por um psicopata.
[editar] Personagens masculinos
Os personagens masculinos são geralmente homens com relacionamento conflituosos com a mãe.
Em North by Northwest, de 1959, o personagem Roger Thornhill, interpretado por Cary Grant, é um homem inocente ridicularizado pela mãe. Em The Birds de 1963, o personagem do ator Rod Taylor luta para se libertar da mãe possessiva, interpretada por Jessica Tandy. O assassino de Frenzy, de 1972, idolatrava a mãe. O vilão Bruno, do filme Strangers on a Train odeia o pai e tem uma relação muito próxima com a mãe. Sebastian (Claude Rains), em Notorious, tem uma relação conflituosa com a mãe. E mais famosa de todas, o personagem Norman Bates de Psycho cuja relação com a mãe é totalmente anormal.
[editar] MacGuffin
MacGuffin é um conceito original nos filmes de Hitchcock, um termo usado pelo cineasta para inserir um objeto que serve de pretexto para avançar na história sem que ele tenha muita importância no conteúdo da mesma.
[editar] Temas recorrentes
Um tema recorrente explorado por Hitchcock foi a confusão de identidade. Em Intriga Internacional, Roger Thornhill, interpretado por Cary Grant, é confundido com George Kaplan, um agente da CIA.
[editar] Objetos recorrentes
Em alguns filmes, os personagens bebiam brandy, como em Vertigo e Topázio. Hitchcock também, adorava o número 7, e sempre que podia o incluía em algum filme.
Outro inexplicável objeto recorrente era a inclusão da escada, presente na sequência final de Notorious e na mansão de Norman Bates de Psycho.
[editar] Prêmios
Alfred Hitchcock recebeu o Prêmio Irving Thalberg da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood pelo conjunto de sua obra; entretanto, apesar de indicado seis vezes ao Oscar, cinco vezes como melhor diretor e uma como melhor produtor, jamais recebeu a cobiçada estatueta, juntando-se a outro gênio cinematográfico também nunca agraciado com o prêmio máximo da academia, Stanley Kubrick.
Suas seis indicações aos Oscar foram pelos filmes Rebecca (1940), Lifeboat (1944), Spellbound (1945), Rear Window (1954) e Psycho (1960), como diretor; e Suspicion (1941), como produtor.
É considerado pelo The Screen Directory, uma das mais sérias e respeitadas publicações sobre cinema do mundo, como o "maior diretor de todos os tempos". [1]
[editar] Filmografia
[editar] Projetos relacionados
[editar] Referências
[editar] Ligações externas