Joana de Áustria, Princesa de Portugal
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D. Joana de Áustria, Joana de Espanha ou ainda Joana de Habsburgo (em castelhano, Juana de Austria; Madrid, 27 de Junho de 1536 - El Escorial, 7 de Setembro de 1573) foi uma infanta espanhola, arquiduquesa de Áustria e Princesa consorte de Portugal, quarta filha do casamento do imperador Carlos V (Carlos I de Espanha) com Isabel de Portugal, imperatriz da Alemanha.
Em 11 de Janeiro de 1552, com dezasseis anos, casou por procuração em Toro com o herdeiro do trono de Portugal, o Princípe D. João Manuel, o qual contava somente quinze anos. Deste matrimónio nasceu o futuro rei D. Sebastião.
Enviuvando em inícios de 1554, deu à luz o filho poucos dias depois, tendo regressado a Espanha a pedido do seu pai, que tencionava abdicar, confiando a educação do filho, com apenas três meses, à sua sogra Catarina de Áustria (que era também sua tia). Uma vez em Espanha, assumiu o cargo de regente do reino, em virtude do pai se achar ausente, assim como o irmão, Filipe II, que se achava em vigem pelos Países Baixos e pela Inglaterra, onde viria a casar com Maria Tudor.
Enérgica, soube rodear-se de pessoas da sua confiança, muitas das quais de origem portuguesa, que haviam partido para Castela no séquito da sua mãe, a imperatriz Isabel (como o futuro Príncipe de Eboli, Rui Gomes da Silva, o qual viria a ser uma das figuras cimeiras, a par da infanta, do "partido ebolista", um dos principais grupos que se digladiaram na corte de Filipe II - por oposição ao dos albistas, ligados a Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, o Duque de Alba - o qual se caracterizou pela sua tolerância e conciliação, sobretudo em termos religiosos). Dessa forma, a sua regência pauta-se pelo aparente triunfo da facção mais moderada dentro da corte de Filipe II.
Em 1557 ou 1559, por impulso do confessor, São Francisco de Borja fundou em Madrid o mosteiro de Santa Clara conhecido como convento das Descalças Reais da Ordem de Santa Clara, onde se encerrou mais tarde, e fundou em Alcalá o Real Colégio de Santo Agostinho. Joana tinha ainda amizade com Santo Inácio de Loyola. Dizem que entrou para a Ordem, a única mulher a jamais fazê-lo, como "jesuíta secreta".
Em 1559, retira-se da política activa, embora continue a ser uma das mentoras da facção ebolista. O seu desaparecimento, em 1573, logo seguido pelo do príncipe de Eboli, ditou o fim da relativa tolerância que até então fora vivida. O seu sepulcro, obra de Pompeo Leoni, que trabalhava no Escorial, está nas Descalças.