Joseph Beuys
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Joseph Beuys (12 de maio de 1921 - 23 de janeiro de 1986) foi um artista alemão que produziu em vários meios e técnicas, incluindo escultura, performance, vídeo e instalação. Ele é considerado um dos mais influentes artistas europeus da segunda metade do século XX.
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[editar] Vida
Beuys nasceu em Krefeld e cresceu em duas pequenas cidades da região, Kleve e Rindern. Ele travou algum contato com a arte na juventude, tendo visitado o ateliê de Achilles Moorgat em várias ocasiões, mas decidiu seguir carreira em medicina. Entretanto, com a explosão da Segunda Guerra Mundial, ele se alistou na Força Aérea Alemã (Luftwaffe).
Costuma-se dizer que a predominância de feltro e graxa na obra de Beuys é devida a um incidente ocorrido na guerra. Beuys foi alvejado e seu avião caiu durante uma missão na Criméia e ele acabou sendo resgatado por tártaros. Ele teria sido salvo ao ter sido recoberto por feltro e gordura. Não se sabe se essa história é verdadeira, mas agora ela já faz parte do mito que cerca a figura de Beuys.
Depois da guerra, Beuys concentrou-se na arte e estudou na escola de arte de Düsseldorf de 1946 a 1951. Nos anos 1950, ele se dedicou principalmente ao desenho. Em 1961, ele se tornou professor de escultura na academia, mas acabou sendo demitido de seu posto em 1972, depois que insistiu em que suas aulas deveriam ser abertas a qualquer interessado. Seus alunos protestaram, e ele pôde manter seu ateliê na escola, mas não recuperou as aulas.
Em 1962, Beuys conheceu o movimento Fluxus, e as performances e trabalhos multidisciplinares do grupo - que reuniam artes visuais, música e literatura - inspiraram-no a seguir uma direção nova também voltada para a performance. Beuys se associou ao Fluxus e se tornou seu membro mais significativo e famoso. Sua obra tornou-se cada vez mais motivada pela crença de que a arte deve desempenhar um papel ativo na sociedade.
Em 1979, uma grande retrospectiva da obra de Beuys foi exibida no Museu Guggenhein de Nova York, consolidando sua reputação como um dos mais importantes artistas de seu tempo. Ele morreu em 1986 em Düsseldorf.
[editar] Obras
- A Matilha (1969) - instalação com uma Kombi Volkswagen e 24 trenós de madeira contendo feltro, lânternas e gordura;
- Como Explicar Desenhos a uma Lebre Morta (1965) - o artista vaga pela galeria com o rosto recoberto de mel e ouro, carregando no colo uma lebre morta com quem ele fala;
- Terno de Feltro (1970) - um terno de feltro em um cabide de arame;
- Canto Gorduroso (1973) - gordura de porco no canto de um espaço. A gordura derrete e se torna rançosa com o tempo;
- Eu Amo a América e a América me Ama (EUA, 1974) - performance em que o artista ficou envolvido em feltro em uma sala com um coiote durante cinco dias;
- Bomba de Mel no Local de Trabalho (Documenta de Kassel, 1977) - instalação / performance em que alunos da Universidade Livre Internacional de Criatividade e Pequisa Interdisciplinar tomam parte;
- 7.000 Carvalhos (1979) - Sete mil pedras foram espalhadas em Kassel durante uma documenta: para cada pedra retirada, Beuys determinou que seria plantado em seu lugar um carvalho, na esperança de que a idéia se espalharia para mais cidades.
[editar] Ativismo
Beuys foi um dos pioneiros do movimento ambientalista alemão e teve participação ativa na política. Ele fundou várias organizações políticas, como o Partido Alemão dos Estudantes, em 1967, e a Organização para a Democracia Direta, em 1970. Em 1979, ele se tornou um dos membros fundadores do Partido Verde Alemão. Mesmo tendo até arriscado uma candidatura em uma eleição pelos verdes, Beuys expressou no fim da vida desgosto pela política partidária e havia se afastado das atividades do PV.
[editar] Frases
"Todo mundo é um artista."
"Libertar as pessoas é o objetivo da arte, portanto a arte para mim é a ciência da liberdade."
[editar] Links Externos
- Página no Museu de Arte Contemporânea de São Paulo - em português
- Página de Joseph Beuys no Cyberartes - em português, com imagens
- JOSEPH BEUYS ONLINE GUIDE - em inglês
- Projeto dos 7.000 Carvalhos - em inglês, com imagens
- Galeria de Imagens do jornal Telegraph - em inglês
- Hiltrud Oman: "Joseph Beuys. Die Kunst auf dem Weg zum Leben." München, Heyne (1998) ISBN 3-453-14135-0