Língua de sinais
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Língua de sinais (em Portugal Língua gestual) é o uso de gestos e sinais em vez de sons na comunicação. É muito utilizada como forma de entendimento entre pessoas surdas, mudas e com problemas auditivos. Há várias línguas de sinais em uso por todo o mundo, mas a mais comum é a American Sign Language (Língua de Sinais Americana). Algumas línguas de sinais receberam reconhecimento oficial em vários países, e é comum que pessoas usando códigos diferentes possam entender-se num nível básico.
Da mesma forma que existem línguas faladas oralmente, há uma correspondência a cada língua de sinais falada em diversos países, havendo igualmente variações dentro das mesmas assim como há regionalismos e dialetos em línguas orais. Essas variações se devem a culturas diferentes e influências diversas no sistema de ensino, por exemplo. Há até mesmo uma língua de sinais universal, análoga ao Esperanto, conhecida como Gestuno e usada em convenções e competições internacionais.
Entre as situações em que pessoas sem deficiências relacionadas à visão ou à audição estão, por exemplo, o uso em comunidades na qual falar em certas horas do dia ou situações é tabu ou impossível. Exemplos disso são a comunicação entre mergulhadores e certos rituais de iniciação entre aborígenes australianos, na qual é proibido se falar por um período de tempo.
Não se sabe quando as línguas de sinais foram criadas, mas sua origem remonta possivelmente à mesma época ou a épocas anteriores àquelas em que foram sendo desenvolvidas as línguas orais. Uma pista interessante para esta possibilidade das línguas de sinais terem se desenvolvido primeiro que as línguas orais é o fato que o bebê humano desenvolve a coordenação motora dos membros antes de se tornar capaz de coordenar o aparelho fonoarticulatório. As línguas de sinais são criações espontâneas do ser humano e se aprimoram exatamente da mesma forma que as línguas orais. Nenhuma língua é superior ou inferior a outra, cada língua se desenvolve e expande na medida da necessidade de seus usuários.
[editar] Alfabeto dactilológico
A difusão do alfabeto dactilológico de uma só mão entre os ouvintes gerou a pressuposição de que esse alfabeto é a própria língua de sinais, que há uma única língua de sinais e que essa língua é universal. No entanto, o alfabeto dactilológico é apenas um suplemento das línguas de sinais, cuja função é a soletração de palavras das línguas orais, tais como, nomes próprios, siglas, empréstimos, etc.
"O alfabeto dactilológico usado atualmente no Brasil é um conjunto de 27 formatos, ou configurações diferentes de uma das mãos, cada configuração correspondendo a uma letra do alfabeto do português escrito, incluindo o “Ç”".- INES - Instituto Nacional de Educação de Surdos.
É comum aos ouvintes pressupor que as línguas de sinais sejam versões sinalizadas das línguas orais; por exemplo, muitos acreditam que a LIBRAS é a versão sinalizada do português; que a Língua Americana de Sinais é a versão sinalizada do inglês; que a Língua Japonesa de Sinais é a versão sinalizada do japonês; e assim por diante. No entanto, embora haja semelhanças ou aspectos comum entre as línguas de sinais, e entre as línguas de sinais e as orais, os chamados “universais linguísticos”, as línguas de sinais são autónomas, possuindo peculiaridades que as distinguem umas das outras e das línguas orais.
É muito aconselhável soletrar devagar, formando as palavras com nitidez. Entre as palavras soletradas, é melhor fazer uma pausa curta ou mover a mão direita para o lado esquerdo, como se estivesse empurrando a palavra já soletrada para o lado. Normalmente o alfabeto manual é utilizado para soletrar os nomes de pessoas, de lugares, de rótulos, etc., e para os vocábulos não existentes na língua de sinais.
Os sinais de pontuação, tais como, vírgulas, ponto final e de interrogação, às vezes, são desenhados no ar. Preposições e outras classes de palavras de que a língua não dispõe são inseridas na sinalização por meio da dactilologia, ou do alfabeto manual.
A língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto às línguas orais, dispondo de recursos expressivos suficientes para permitir aos seus usuários expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do conhecimento e esfera de atividade. Mais importante, ainda: é uma língua adaptada à capacidade de expressão dos surdos.
[editar] Ver também
- Reconhecimento de gestos
- Koko (gorila)
- Linguagem humana
- Libras
- Língua Gestual Portuguesa
- Cultura dos Surdos
- Educação da criança surda
- Educação inclusiva
- Helen Keller
- História da Educação Especial (Surdos)
- Integração do Surdo na Sociedade
- Inclusão social
[editar] Ligações externas
- Dicionário Libras - Traz as imagens reais, na forma de pequenos "filmes", o que facilita um aprendizado mais eficiente.
- Portal de Libras
- INES - Instituto Nacional de Educação dos Surdos
- FENEIS - Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos
- Dicionário de Libras em CD-ROM
- O Decreto de Dezembro de 2005 , que garante a inclusão da LIBRAS, nos sistemas educacionais do Brasil.