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Esperanto

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Esperanto
Criado por: L. L. Zamenhof 1887
Emprego e uso: Linguagem auxiliar internacional
Total de falantes: entre 100.000 e 2 milhões (as estimativas variam muito).
Categoria (propósito): Língua artificial
 Linguagem auxiliar internacional
  Esperanto
Categoria (fontes): Línguas românicas e germânicas (vocabulário); línguas eslavas (fonologia)
Estatuto oficial
Língua oficial de: nenhum país, mas é usado como língua oficial por algumas organizações.
Regulado por: Akademio de Esperanto
Códigos de línguas
ISO 639-1: eo
ISO 639-2: epo
ISO/DIS 639-3: epo
SIL: ESP

O Sound esperanto? é a mais vastamente falada língua auxiliar planejada da Terra. Ao contrário da maioria das outras línguas planejadas, o esperanto saiu dos níveis de projeto (publicação de instruções) e semilíngua (uso em algumas poucas esferas da vida social)[1]. Suas regras fundamentais estabelecem critérios de expansão lógicos e naturais, de modo que a língua se enriquece continuamente, seja através dos usos que se faz dela, seja agregando conteúdos novos, que não existiam nos primóridos de sua existência. Seu iniciador, Ludwik Lejzer Zamenhof, oftalmologista e filólogo, publicou a versão inicial do idioma em 1887 com a intenção de criar uma língua de muito fácil aprendizagem, que servisse como língua franca internacional, para toda a população mundial (e não, como muitos supõem, para substituir todas as línguas existentes).

Embora nenhum Estado-nação tenha adotado a língua, segundo estimativas, ela tem fruído uso contínuo por uma comunidade de de 1,5 milhão a 2 milhões falantes no nível 3 da escala ILR (competência lingüística para trabalho profissional).[2].

Hoje em dia, o esperanto é empregado em viagens, correspondência, intercâmbio cultural, convenções, literatura, ensino de línguas, televisão e transmissões de rádio. Alguns sistemas estatais de educação oferecem cursos opcionais de esperanto, e há evidências de que aprender a língua ajuda no aprendizado de outras línguas.

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Esse artigo faz parte da série em desenvolvimento Esperanto
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Índice

[editar] História

Ludwik Lejzer Zamenhof vivia em Bialystok, na atual Polônia, na época dominada pelo Império Russo, que utilizava como forma de dominação a tática de dividir para conquistar, incentivando o choque entre os diversos povos que viviam na região. Em Bialystok moravam muitos povos e falavam-se muitas línguas, dificultando-se a compreensão, mesmo nas mais cotidianas situações. Isso incentivou Zamenhof a criar uma língua auxiliar neutra para solucionar o problema de compreensão interétnica.

Ainda no ginásio, criou a primeira versão da “lingwe universala”, uma espécie de esperanto arcaico. O seu pai, entretanto, fê-lo prometer deixar de trabalhar no seu idioma para se dedicar aos estudos. Zamenhof, então, foi para Moscou (Moscovo em Portugal) estudar Medicina. Em uma de suas visitas à terra natal, descobriu que seu pai queimara todos os manuscritos do seu idioma. Zamenhof pôs-se, então, a reescrever tudo, adicionando melhorias e fazendo a língua evoluir.

Primeira edição do Unua Libro, em russo
Primeira edição do Unua Libro, em russo

O primeiro livro sobre o esperanto foi lançado em 26 de julho de 1887, em russo, contendo as 16 regras gramaticais, a pronúncia, alguns exercícios e um pequeno vocabulário. Logo depois, mais edições do Unua Libro foram lançadas em alemão, polonês e francês. O número de falantes cresceu rapidamente nas primeiras décadas, primordialmente no Império Russo e na Europa Oriental, depois na Europa Ocidental, nas Américas, na China e no Japão. Muitos desses primeiros falantes vinham do idioma planificado volapük. As primeiras revistas e obras originais em esperanto começaram a ser publicadas.

Em 1905 aconteceu o primeiro congresso mundial esperantista, em Bolonha-sobre-o-Mar, na França, juntando quase mil pessoas, de diversos povos. Em 1906 foi fundado no Brasil o primeiro grupo esperantista, o Suda Stelaro em Campinas, 19 anos após o surgimento da língua.

Todo o movimento esperantista avançava a passos largos e seguros, mas com o evento das duas guerras mundiais o movimento teve um recuo amedrontador: as tropas comandadas por Hitler perseguiam e matavam os esperantistas na Alemanha e nos países dominados por esta; as tropas de Stalin faziam o mesmo na Rússia; a família de Zamenhof foi dizimada; no Japão e na China, a perseguição ao esperanto também ganhou proporções assustadoras.

Após a segunda grande guerra, o esperanto reergueu-se. Em 1954, a UNESCO passou a reconhecer formalmente o valor do esperanto para a educação, a ciência e a cultura, e, em 1985, novamente a UNESCO recomendou aos países membros a difusão do esperanto.

Atualmente, após 1995, com a popularização e disseminação da internet, o movimento esperantista ganhou uma nova força propulsora. Um exemplo de como está a situação atual do esperanto é ver o número de artigos na língua na wikipédia: mais de 70.000 em março de 2007 — um número muito maior que o de muitas línguas étnicas. Isso prova a consistência do esperanto como idioma internacional.

[editar] Propriedades lingüísticas

[editar] Classificação

O esperanto é uma língua aglutinante, sem gêneros gramaticais para entidades assexuadas, sem conjugação de verbos variáveis por pessoa ou número e com três modos — indicativo, imperativo e subjuntivo, além das formas nominais do verbo e seis particípios; contém apenas dois casos: o acusativo e o nominativo.

Como uma língua construída, o esperanto não é relacionado genealogicamente a nenhuma língua étnica; pode ser descrito como uma língua de léxico predominantemente românico e de morfologia aglutinante. A fonologia, a gramática, o vocabulário e a semântica são baseados em línguas indo-européias ocidentais. Os fonemas são essencialmente eslavos, assim como muito da semântica, enquanto o vocabulário é derivado primordialmente de línguas românicas, com uma menor contribuição de línguas germânicas e algumas palavras de várias outras línguas (o dicionário etimológico de esperanto "Konciza Etimologia Vortaro", de André Cherpillod, faz referência a 110 línguas).

A pragmática e outros aspectos da língua não descritos especificamente nos documentos originais de Zamenhof foram influenciados pelas línguas nativas dos primeiros falantes, principalmente russo, polonês, alemão e francês. A escrita é de acordo com a fonética (uma letra para cada som e um som para cada letra) e a morfologia é extremamente regular e fácil de aprender.

Tipologicamente, a ordem sintática padrão do esperanto é sujeito-verbo-objeto e adjetivo-substantivo. Novas palavras podem ser formadas a partir de processos de construção com morfemas já existentes na língua, ou podem ser introduzidas como neologismos.

[editar] Fonologia

O esperanto tem cinco vogais e 23 consoantes, das quais duas são semivogais. Não há tons. A sílaba tônica é sempre a penúltima, a não ser que a palavra tenha apenas uma vogal ou que a vogal final tenha sido omitida (situação em que é tónica a última sílaba; neste caso é graficamente substituída por um apóstrofo: "kastelo" = "kastel’").

[editar] Consoantes

Bilabial Labio-
dental
Alveolar Pós-
alveolar
Palatal Velar Glótico
Plosiva p b   t d     k g  
Nasal   m     n        
Vibrante       ɾ        
Fricativa   f v s z ʃ ʒ   x   h  
Africada     ʦ   ʧ ʤ      
Lateral       l        
Aproximante           j    

[editar] Vogais

Anterior Posterior
Fechada i u
Média e o
Aberta a

[editar] Gramática

A gramática segue poucas regras simples, sendo porém necessário algum estudo para uma aprendizagem satisfatória.

As palavras são formadas através pela junção regular de radicais (prefixos, sufixos e outros), de modo que “novas” palavras criadas ad hoc são compreendidas trivialmente através da sua análise (inconsciente, no caso de falantes fluentes) morfológica.

As diferentes classes gramaticais são marcadas por desinências próprias: substantivos recebem a desinência o, adjetivos recebem a desinência a, advérbios derivados recebem a desinência e e todos os verbos recebem uma de seis desinências de tempos e modos verbais.

A pluralidade é marcada nos substantivos e adjetivos concordantes pela desinência j, e o caso acusativo é marcado pela desinência n, cuja ausência indica o nominativo. Assim, bela birdo significa bela ave, belaj birdoj, belas aves, e belajn birdojn, como em mi vidas belajn birdojn (eu vejo belas aves), belas aves complementando diretamente uma ação (nesse caso, sendo vistas).


Substantivo Nominativo Acusativo
Singular -o -on
Plural -oj -ojn
Adjetivo Nominativo Acusativo
Singular -a -an
Plural -aj -ajn

As seis inflexões são três tempos e três modos verbais. O tempo presente é marcado por as, o futuro por os, e o passado por is; o modo infinitivo é marcado por i, o condicional por us, e o volitivo (imperativo + conjuntivo) por u. Assim: mi vidas, eu vejo; mi vidos, eu verei; mi vidis, eu vi; vidi, ver; mi vidus, eu veria; ni vidu, vejamos. As desinências não variam de acordo com a pessoa.


Tempo verbal Desinência
Presente -as
Passado -is
Futuro -os
Modo verbal Desinência
Infinitivo -i
Volitivo -u
Condicional -us

Além dessas formas, o verbo pode se apresentar na forma de particípio. São os particípios do esperanto:

Desinência do Particípio
Tempo Ativo Passivo
Presente -anta -ata
Passado -inta -ita
Futuro -onta -ota

Terminados em -a, os particípios são usados com o verbo esti (ser/estar) para a formação de tempos compostos. A desinência -a pode também designar um adjetivo do particípio. Trocando-se o -a por -o, contrói-se um substantivo do particípio, e por -e, um advérbio do particípio.

[editar] Vocabulário

O vocabulário original do esperanto foi definido em Lingvo internacia, publicado por Zamenhof em 1887. Trata-se de uma compilação de 900 radicais, passíveis de expansão para dezenas de milhares de palavras com prefixos, sufixos e composição. Em 1894, Zamenhof publicou o primeiro dicionário de esperanto, Universala Vortaro, com uma maior quantidade de radicais. As próprias regras da língua permitem a introdução de novos radicais de acordo com a necessidade, recomendando apenas que isso seja feito a partir das formas mais internacionais.

Desde então, muitas palavras têm sido "emprestadas", basicamente mas não apenas de línguas da Europa ocidental. Nem todas as novas palavras propostas entram em uso generalizado, mas muitas o fazem, especialmente termos técnicos e científicos. Termos para uso cotidiano, por sua vez, geralmente são feitos a partir de outros radicais — por exemplo, komputilo (computador) a partir de komputi (computar) com o uso do sufixo il (para indicar ferramentas). Há freqüentes debates entre esperantófonos sobre a justificabilidade da introdução de uma palavra em particular e sobre as possibilidades de alcançar o sentido pretendido através da construção de palavras com elementos já existentes.

[editar] Sistema de escrita

O esperanto é escrito através de uma versão modificada do alfabeto latino, ao qual foram incluídas seis letras com sinais diacríticos: ĉ, ĝ, ĥ, ĵ, ŝ e ŭ. A língua não inclui as letras q, w, x e y, que podem porém ser encontradas em textos no seio de palavras não-assimiladas oriundas de outras línguas.

O alfabeto contém 28 letras:

a b c ĉ d e f g ĝ h ĥ i j ĵ k l m n o p r s ŝ t u ŭ v z

Todas as letras são pronunciadas como seus equivalentes minúsculos no Alfabeto Fonético Internacional, à exceção das seguintes:

Letra Pronúncia
c [ʦ]
ĉ [ʧ]
ĝ [ʤ]
ĥ [x]
ĵ [ʒ]
ŝ [ʃ]
ŭ [u̯]

A impossibilidade de escrever as letras com sinais diacríticos em certos meios fez com que se adotassem convenções substitutivas. Zamenhof, ainda nos primeiros anos da língua, recomendou o uso de "h" após as letras "c", "g", "h", "j" e "s" para formar "ĉ", "ĝ", "ĥ", "ĵ" e "ŝ". Uma convenção semelhante, mas com o "x", usando-o também para o "ŭ" ("cx" = "ĉ", "ux" = "ŭ", etc.), foi criada originalmente para utilização em telegrafia[3], evitando situações de ambiguidade entre o "h" ortográfico e este "h" substituto de diacrítico; muito usado recentemente, principalmente em meio eletrônico, com a relativa popularização da internet.

Em setembro de 2006, a Seção de Pronúncia da Academia de Esperanto propôs uma resolução sobre o uso de sistemas diferentes de escrita sob circunstâncias e necessidades especiais: a "substituição [das letras acentuadas por outros signos ou combinação de signos], quando for apenas um meio técnico que não objetive reformas da ortografia do esperanto, e quando ele não causar confusão alguma, não deve ser visto como contrária ao Fundamento"[4]. Assim, o uso do esperanto em código morse, braile, taquigrafia e com a letra x em substituição aos sinais diacríticos é considerado correto por esta Academia, sob circunstâncias específicas.

[editar] Razões alegadas de adesão ao esperanto

[editar] Problema lingüístico

Muitos esperantófonos tomaram a iniciativa de aprender esperanto pelo chamado lingva problemo (literalmente, problema lingüístico). Umas das maiores faces desse problema são o chamado imperialismo cultural, que encerra em si o favorecimento a poucos grupos lingüísticos, e a pouca praticidade da estrutura vigente de comunicação entre sujeitos sociais de línguas diferentes. Vários estudiosos têm se debruçado sobre esses aspectos.Izabel Cristina Oliveira Santiago levanta várias ocasiões históricas em que o custo de traduções alcança níveis questionáveis: "Nova Delhi, 1968. A Conferência da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento custou mais de 2 milhões de dólares, sendo que mais da metade disso foi gasto com o uso de apenas quatro línguas — tidas como predominantes. [...] só em 1976, por exemplo, em vez de serem investidos na alimentação das multidões de famintos, 700 mil dólares foram gastos para traduzir em seis línguas os relatórios sobre a fome mundial."[5] O psicólogo e ex-tradutor das Nações Unidas Claude Piron tem se dedicado à temática, abordando-a sob um ponto de vista psicológico a partir de vastíssimo material bibliográfico e documental, tratando a insistência no atual modelo de comunicação internacional como uma neurose.[6]

[editar] Comunidade esperantófona

[editar] Geografia e demografia

Esperantófonos são mais numerosos na Europa e Ásia Oriental do que nas Américas, África e Oceania, e mais numerosos em áreas urbanas do que em rurais.[7] Na Europa, é mais comum nos países do norte e do leste; na Ásia, na China, na Coréia, no Japão e no Irã; nas Américas, no Brasil, na Argentina e no México; na África, no Togo e em Madagascar.

Uma estimativa do número de esperantófonos foi feita por Sidney S. Culbert, um professor de psicologia aposentado da Universidade de Washington e esperantista de longa data que rastreou e avaliou esperantófonos em áreas de amostragem em dezenas de países por mais de vinte anos. Culbert concluiu que entre um e dois milhões de pessoas falam esperanto no nível 3 da escala ILR (competência lingüística para trabalho profissional).[2] A estimativa de Culbert não foi feita apenas para o esperanto; incluía-se numa listagem de estimativas para todas as línguas com mais de um milhão de falantes, publicada anualmente no The World Almanac and Book of Facts. Uma vez que Culbert nunca publicou os resultados detalhados para países e regiões particulares, é difícil checar a precisão de seus resultados.

[editar] Cultura

8º Congresso Universal de Esperanto (1912), em Cracóvia (Polónia)
8º Congresso Universal de Esperanto (1912), em Cracóvia (Polónia)

Como uma língua planejada, o esperanto realmente não possuía a princípio uma cultura, mas os quase 120 anos de história e divulgação da língua geraram o que poderíamos chamar assim. Algumas pessoas acusam-no quanto a ser um "idioma universal" por não apresentar cultura, literatura, falantes nativos e por outras razões. Em contrapartida, já há elementos de cultura própria do esperanto, há um acervo considerável de músicas e obras literárias originais na língua (inclusive alguns escritores, como William Auld, já foram indicados ao Prêmio Nobel de Literatura por suas obras originais em esperanto), há pessoas que têm o esperanto como língua materna (na maioria dos casos, poliglotas) e a língua é usada em todos os continentes.

O esperanto não veio de uma cultura específica, mas formou uma. Esperantistas falam em esperanto e sobre esperanto, usando termos, gírias, sarcasmos e uma série de expressões próprias do meio esperantista, alguns aspectos comuns de todos os esperantistas podem definir tal cultura.

A literatura em esperanto, consistindo de obras traduzidas e escritas diretamente na língua é altamente universalista, pois são adicionadas à literatura esperantista as melhores obras de cada nação, juntamente com os aspetos particulares de cada uma, assim como as crenças e costumes típicos de cada povo. Nas obras escritas diretamente em esperanto, vemos a mesma universalidade presente em toda a cultura esperantista.

49º Internacia Seminario (2005-2006), em Xanten (Alemanha), encontro jovem internacional organizado pela Juventude Esperantista Alemã
49º Internacia Seminario (2005-2006), em Xanten (Alemanha), encontro jovem internacional organizado pela Juventude Esperantista Alemã

Devido ao objetivo do esperanto, a tolerância e respeito aos costumes e crenças dos vários povos consiste em um dos componentes dessa cultura; o repúdio ao imperialismo cultural é comum entre os esperantistas, e o desejo de intercâmbio e contato com outros povos apresenta-se na absoluta maioria dos esperantistas, muitas vezes consistindo um dos motivos do aprendizado da língua. Isso é comprovado na leitura do Manifesto de Praga, documento que sintetiza os objetivos comuns a todos os falantes do esperanto.

Além do desenvolvimento da cultura em torno da língua, é interessante notar que a causa esperantista parece atingir um grupo especial de indivíduos, tendo eles em comum o desejo de democracia e igualdade entre as nações. A constante entrada desses indivíduos no meio esperantista, faz com que sua cultura se desenvolva e se torne mais universalista a cada dia. Um excelente exemplo das particularidades da cultura esperantista são os idiotismos gramaticais surgidos ao longo da evolução da língua, frutos diretos da comunicação internacional entre esperantistas.

Um argumento comum dos esperantistas é que o esperanto é uma língua democrática, pois através dela uma cultura não é imposta aos novos falantes, como é o caso do inglês, então caberia perguntar se essa cultura nova, gerada ao longo da evolução esperantista pós guerras não seria imposta aos povos que a adotarem como língua auxiliar. Isso certamente pode acontecer, mas por ser altamente universalista, ela tenderia a não causar males às culturas locais, e sim absorver para si mais e mais dessas culturas locais, a cultura da língua esperantista, se adotada pelos povos, seria então uma cultura comum, gerada por todas as nações, e que poderia até mesmo servir para aproximar algumas populações. No Manifesto de Praga, a democracia cultural é tratada como algo extremamente forte no esperanto.

Os Congressos Mundiais de Esperanto, realizados anualmente desde 1905 (excluindo-se o período das grandes guerras), alimentam e aprimoram a cultura esperantista. Nesses congressos é visível a plena existência de uma cultura geral, independente da nacionalidade de cada participante.

[editar] Símbolos

Há alguns símbolos atribuídos pelo movimento esperantista a si mesmo ou à língua. Não há unanimidade no movimento esperantista a respeito da política do uso de símbolos, mas a maioria dos esperantistas reconhecem três símbolos: a estrela verde, a bandeira e o Jubilea Simbolo. Argumenta-se contra a estrela e a bandeira que elas dão um ar nacionalista ao objeto representado, podendo também ser confundido com ideários de outra natureza (o Islão e o movimento dito comunista, por exemplo).

Memorial de 1927 com a estrela verde gravada
Memorial de 1927 com a estrela verde gravada

[editar] Estrela verde

O mais simples e antigo dos símbolos é a estrela verde de cinco pontas, usada, por exemplo, como broche ou adesivo para automóvel. Segundo a tradição, as cinco pontas representam os cinco continentes (segundo cálculo tradicional) e o verde simboliza a esperança. Zamenhof, entretanto, em 1911, já não tinha mais certeza de sua origem; a cor lhe fora proposta pelo irlandês A. Richard Henry Geoghegan, que depois lhe esclareceu que se tratava da cor nacional da Irlanda[8]. Já em 1893, Louis de Beaufront propunha o uso do verde e da estrela em tudo que se relacionasse ao movimento. A consolidação da estrela como símbolo do esperanto data dos últimos anos do século XIX; da estrela na cor verde, provavelmente apenas em 1904[8].

Bandeira
Bandeira

[editar] Bandeira

A bandeira é uma espécie de extensão da estrela verde, retomando a mesma cor e significados, com a adição do branco, para representar paz e neutralidade. Era originalmente a bandeira do clube de esperanto de Bolonha-sobre-o-Mar (França). Foi adotada generalizadamente nessa cidade por ocasião do primeiro Congresso Universal de Esperanto, em 1905.

Um das versões do jubilea simbolo
Um das versões do jubilea simbolo

[editar] Jubilea simbolo

O jubilea simbolo (símbolo do jubileu) é um símbolo alternativo proposto para o esperanto, contendo a ideia interna da língua: juntar todos. As suas duas metades laterais representam a letra latina E (Esperanto) e a letra cirílica Э (Эсперанто), simbolizando a união do ocidente e do oriente. A ideia de usar as duas letras ocorreu por causa da Guerra Fria, quando as duas grandes potências estatais a se enfrentar tinham como línguas maternas o inglês (com alfabeto latino) e o russo (com alfabeto cirílico).

A sua elaboração foi promovida através de um concurso em 1983, por ocasião do centenário da língua (1987). A idéia original é do brasileiro Hilmar Ilton S. ferreira[8]. O símbolo é usado com cores diferentes, com ou sem contornos, de acordo com a opção do usuário.

[editar] Esperanto e religiões

Alguns grupos religiosos ao redor do mundo apóiam o esperanto.

[editar] Homaranismo

Zamenhof promoveu uma doutrina filosófica e religiosa, chamada homaranismo, mas ficou preocupado com que isso pudesse manchar seu trabalho anterior, o esperanto. Ele propôs abandonar seu papel público como esperantista, para evitar confusões.

[editar] Oomoto

A religião oomoto encoraja o uso do esperanto entre seus seguidores, e inclui Zamenhof entre seus espíritos divinos.

[editar] Fé Bahá'í

A Fé Bahá'í encoraja o uso de uma língua auxiliar, e, sem endossar nenhuma língua específica, vê no esperanto um grande potencial para esse papel. [9] Considera-se, entretanto, que qualquer língua ao ser adotada poderá ser modificada e adaptada através de um consenso com representação de todos os países.

Lidja Zamenhof, filha do fundador do esperanto, tornou-se Bahá'i.

Vários volumes de escritos da Fé Bahá'i já foram traduzidos para esperanto.

Deve-se ressaltar que antes do interesse dos adeptos da Fé Bahá'í pelo esperanto, em 1981 o Irã, através dos mulás, também tinha encorajado o uso do esperanto[10].

[editar] Espiritismo

O esperanto também é divulgado ativamente no Brasil por seguidores do espiritismo. Este fenómeno originou-se através de Francisco Valdomiro Lorenz, emigrante de origem checa que foi pioneiro de ambos os movimentos neste país.

Assim, a Federação Espírita Brasileira publica livros didáticos de esperanto, traduções das obras básicas do espiritismo e encoraja os espíritas a se tornarem esperantistas[11].

Por causa disso, no Brasil, muitos não-esperantistas mal-informados têm a impressão de que o esperanto é "língua de espírita"; a contradizê-lo é de notar a discrepância entre o número relativamente elevado de espíritas entre os esperantófonos brasileiros (entre um quarto e um terço) e a insignificância do recíproco (número de espíritas brasileiros que falam esperanto, cerca de 1%). Este fenómeno não se verifica noutros países.

[editar] Traduções da bíblia

A primeira tradução da Bíblia para esperanto foi uma tradução do Tanakh (Velho Testamento), feita por Zamenhof. A tradução foi revisada e comparada com traduções para outras línguas por um grupo de clérigos britânicos, antes de sua publicação na British and Foreign Bible Society em 1910. Em 1926, ela foi publicada junto com uma tradução do Novo Testamento, numa edição geralmente chamada de Londona Biblio. Nos anos 60, Internacia Asocio de Bibliistoj kaj Orientalistoj tentou organizar uma nova e ecimênica versão da bíblia em esperanto.[12] Desde então, o pastor luterano Gerrit Berveling traduziu os Livros Deuterocanônicos, além de novas traduções dos Evangelhos, algumas das epístolas do Novo Testamento e alguns livros do Tanakh; estes foram publicados em várias brochuras separadas, ou em série na revista Dia Regno, mas os deuterocanônicos apareceram numa edição recente da Londona Biblio.

Cartão postal feito por ocasião do 4º Congresso Católico Esperantista, de 4 a 12 de setembro de 1913 em Roma
Cartão postal feito por ocasião do 4º Congresso Católico Esperantista, de 4 a 12 de setembro de 1913 em Roma

[editar] Cristandade em geral

  • IKUE - Internacia Katolika Unuiĝo Esperantista - União Internacional Católica Esperantista.
  • Papas católicos romanos (incluindo pelo menos o Papa João Paulo II e Bento XVI usaram o esperanto ocasionalmente no urbi et orbi multilíngüe.
  • KELI - Kristana Esperantista Ligo Internacia - Liga Internacional Cristã Esperantista. KELI foi formada logo cedo na história do esperanto e trabalha em cooperação com a IKUE.
  • Há alguns apologistas e professores cristãos que usam o esperanto como um meio de comunicação. O pastor nigeriano Bayo Afolaranmi tem uma lista no Yahoo ("Spirita nutrajxo" (alimento espiritual)), que hospeda mensagens semanais desde 2003.[13]

[editar] Uso

Mapa que indica onde há anfitriões do Pasporta Servo (2005)
Mapa que indica onde há anfitriões do Pasporta Servo (2005)

O esperanto é freqüentemente usado para se ter acesso a uma cultura internacional, dispondo ele de um vasto leque de obras literárias, tanto traduzidas como originais. Há mais de 25.000 livros em esperanto, entre originais e traduções, além de mais de uma centena de revistas editadas regularmente. Muitos esperantófonos usam a língua para viajar livremente pelo mundo usando o Pasporta Servo, serviço internacional de hospedagem. Outros têm correspondentes em vários países diferentes através de serviços como o Esperanto Koresponda Servo. Com o desenvolvimento da internet e sua maior popularização, as iniciativas de imprensa em esperanto têm se tornado mais fácil, e pouco a pouco ela se desenvolve. Atualmente, vários Estados subvenciam transmissões regulares em esperanto de suas estações de rádio oficiais, como China, Polónia, (diariamente), Cuba, Itália e Vaticano. Em menor escala, várias estações de rádio mantêm programas em ou sobre esperanto, como a Rádio Rio de Janeiro, que têm um departamento dedicado exclusivamente ao esperanto. Anualmente, de 1200 a 3000 esperantistas encontram-se num Congresso Universal de Esperanto.

Compilações de músicas de diferentes estilos em esperanto
Compilações de músicas de diferentes estilos em esperanto
Alguns livros infantis em esperanto: Tintin, Asterix e outros
Alguns livros infantis em esperanto: Tintin, Asterix e outros

A língua mostra-se útil essencialmente para a troca de informações entre indivíduos de etnias diferentes que doutra maneira só seria realizada através de elementos mediadores (uma língua estranha a pelo menos um deles, um intérprete, organizações privadas, Estados, etc.)

Comparado a uma língua étnica, o esperanto apresentou algumas utilidades particulares:

Efeito propedêutico: Existem evidências de que estudar esperanto antes de estudar qualquer outra língua acelera e melhora a aprendizagem, pois aprender outras línguas estrangeiras a seguir é mais fácil que aprender a primeira, enquanto que o esperanto reduz os obstáculos associados com a "primeira língua estrangeira", esse fenômeno é conhecido como efeito propedêutico, sendo muito acentuado no esperanto. Num estudo, um grupo de estudantes do ensino secundário estudou esperanto durante seis meses e, depois, francês durante ano e meio, obtendo um melhor conhecimento de francês do que o grupo de controle que estudou só o francês durante dois anos. É provável que outras línguas planificadas também apresentem esse efeito no mesmo grau que o esperanto, mas devido ao maior número de falantes e melhor disponibilidade de material didático, a língua esperantista parece ser a mais recomendável para obter o efeito propedêutico.

Traduções: A enorme flexibilidade do esperanto, a possibilidade do uso de diversas nuances, e a sua simplicidade gramatical tornam a língua uma ótima candidata para uma língua intermediária nas traduções. Um ótimo exemplo foi o uso do esperanto para a tradução de alguns livros da editora FEB para a língua japonesa, nesse caso, os originais em francês foram traduzidos para o esperanto, e do esperanto para o japonês, já que se tem um bom número de falantes de esperanto no Japão.

[editar] Influências do russo no esperanto

Ludovico Lázaro (Ludwik Lejzer, Ludwik Łazarz) Zamenhof (15 Dezembro 1859 – 14 Abril 1917) tinha três línguas nativas (segundo os seus biografos A.Zakrzewski e E.Wiesenfeld): o russo (língua falada no domicílio), o iídiche (falado em casa pela mãe, de que veio a fazer mais tarde a primeira gramática) e o polaco. Mas também falava alemão fluentemente e mais tarde aprendeu francês, latim, grego, hebraico e inglês, tendo-se interessado também pelo italiano, espanhol e lituano. Bialistoque, cidade em que nasceu, tinha pertencido ao Grão-ducado da Lituânia que ia do mar Báltico ao mar Negro, e fazia então parte da zona da Polônia ocupada e administrada pelo Império Russo. O nome do Dr. Zamenhof ainda mostra uma exigência da administração csarista: os judeus tinham que ter como primeiro nome um nome russo que começasse pela mesma letra. Daí Lázaro precedido de Ludovico.

De todas as línguas que conhecia a sua língua preferida era o russo - língua complicada, cheia de declinações e exceções. Qual não foi o seu alívio, quando aprendeu o inglês e se apercebeu que uma gramática podia ser muito mais simples e as conjugações dos verbos ser muitíssimo reduzidas.

Zamenhof via possivelmente o esperanto como um russo enormemente simplificado.

[editar] O alfabeto

A ortografia era baseada no alfabeto cirílico com uma só letra para cada som, o que permite escrever o esperanto nos dois alfabetos (a ortografia do polonês também exerceu uma forte influência no alfabeto do esperanto, talvez até um pouco maior que o russo). Eis as 25 letras do russo, na ordem em que aparecem nesta língua, com o seu equivalente em esperanto:

А
A
Б
B
В
V
Г
G
Д
D
Е
-
Ё
-
Ж
Ĵ
З
Z
И
I
Й
J
К
K
Л
L
М
M
Н
N
О
O
П
P
Р
R
С
S
Т
T
У
U
Ф
F
Х
Ĥ
Ц
C
Ч
Ĉ
Ш
Ŝ
Щ
-
Ъ
-
Ы
-
Ь
-
Э
E
Ю
-
Я
-

Em russo não há "H", sendo substituida nas transcrições de palavras estrangeiras por um "G". Mas esta letra era necessária no esperanto para manter o aspecto das palavras de origem latina. O "Ĝ" era escrito com " ДЖ" embora o alfabeto cirílico ampliado tenha o caratere "Џ". O "Ŭ" era transcrito com um simples "Y". Até o acento diacrítico do "Ŭ" (hoko) foi inspirado pelo da semivogal Й.

Se compararmos o alfabeto latino com o cirílico vemos que neste não existem o "Q", "W", o "Y" e o "X", daí não existirem no alfabeto de esperanto.

Quando os esperantistas russos não tinham máquina de escrever em alfabeto latino e o correspondente conhecia o cirílico (usado em vários países eslavos) usavam este para escreverem em esperanto. Na revista da UEA foi publicada, há umas dezenas de anos, uma carta escrita pelo Zamenhof neste alfabeto. Rapidamente se verificou que a excelente ideia de usar ^ por cima do "c", "g", "j", "h" e "s" e o "ŭ" punha problemas nas tipografias. Assim Zamenhof propôs que se passasse a escrever com "h" e o "u" simples, mantendo no entanto aquela forma de escrever, quando manuscrita (Lingvaj Respondoj 57, 58, 59 de 1889 a 1891).

[editar] Várias

No russo o acento varia de uma palavra para a outra da mesma família ou mesmo no plural. Isso tornou evidente a utilidade de, em esperanto, acentuar sempre na penúltima sílaba. Em russo a terminação das palavras define a sua classe gramatical e o seu gênero (masculino, feminino ou neutro). Assim, todas as palavras terminadas no nominativo singular por consoante são substantivos masculinos, por О ou Е são neutros e por А ou Я são femininos. O mesmo se passa com os adjectivos, respectivamente terminados em -ЫЙ, em -ОE e em -AЯ. Os verbos terminam, com raras exceções, em -Tb (pronunciado Ti com "i" curto) . Portanto as terminações obrigatórias do esperanto para cada categoria gramatical têm origem numa língua viva. Os artigos definidos e indefinidos servem nas línguas ocidentais principalmente para anunciar um substantivo. Não é portanto necessário nem russo, nem em esperanto embora este tenha conservado o artigo definido. Em russo, como em alemão, a ideia de "movimento para" é mostrada pela utilização do acusativo. Assim acontece também em esperanto. Também o sistema de criação dos numeros ordinais em esperanto (por ex. 20=2x10 etc.) vem do sistema usado pelo russo para fazer os números 50, 60, 70 e 80 (os outros têm uma formação irregular). Assim de пять (5), шесть (6), семь (7), восемь (8) e десять (10), obtemos пятьдесят (50), шестьдесят (60), семьдесят (70), восемьдесят (80).

[editar] Os verbos

Zamenhof aproveitou da conjugação russa a idéia dos particípios ativos e passivos (passados e presentes) e acrescentou logicamente os particípios futuros. Com este sistema evita todo um conjunto de perífrases nas outras línguas do estilo: "o cego caminhando para o precipício estava a ponto de cair" (est-is fal-ONTA).

[editar] O sistema de afixos

Depois de resolver os problemas de escrita e de gramática ainda restava o quebra-cabeças da grande quantidade de vocabulário a memorizar. Este problema ficou finalmente resolvido, quando reparou em duas tabuletas escritas em russo com Швейцарская (švejtsarskaja, a portaria — de швейцар švejtsar, porteiro) e Кондитерская (konditerskaja, a [loja de] confeitaria — de кондитер konditer, um confeiteiro). Deu-se assim conta que um uso judicioso de afixos diminuiria de maneira significativa o número de raízes necessárias para comunicar. Em média com os 44 prefixos e sufixos, que escolheu transforma-se um vocabulário inicial de mil raízes em dez a quinze mil palavras. O sufixo -AR- para coleção, vem do russo assim como do português, francês, inglês, espanhol e italiano (словарь/ dicionário/ dictionnaire/ dictionary/ diccionario/ dizionario). Tirou o seu vocabulário a 60% das línguas românicas e a 30% das línguas germânicas, que eram, na época, as línguas mais ensinadas no mundo inteiro e assim seriam facilmente reconhecidas pelo maior número. Como as palavras eslavas são em geral muito grandes e portanto as mais difíceis de decorar, poucas foram escolhidas para entrar na língua e a maioria foi encurtada. Por exemplo a palavra "nepre" vem do russo непременно, assim como "krom" vem de кроме.

[editar] Os correlativos

É pouco conhecido o fato de que a idéia dos correlativos (tabelvortoj) não seja uma invenção genial do Zamenhof, ou para os seus detratores uma criação artificial. Surgiu diretamente da observação da lista destas palavras em russo. Com efeito nesta língua complicada, estas palavras são de formação extraordinariamente regular. O gênio manifestou-o sim, na sua escolha do melhor em cada um dos três grupos de línguas indo-europeias (românicas, germânicas e eslavas).

Em russo a tabela é criada a partir dos interrogativos, enquanto que em esperanto ela é baseada nos indefinidos, que não têm prefixo. Naquela língua, em cada série de nove correlativos, quatro dos interrogativos começam por K, sete dos demonstrativos começam por T, oito dos negativos começam por NI e sete dos coletivos começam por VS (que em alfabeto cirílico se escreve BC). Os indeterminados obtêm-se juntando -TO aos interrogativos, base do sistema. Eis uma série: KTO? TOT, NIKTO, VSJAKIJ, KTO-TO.

Zamenhof escolheu para os interrogativos o K- russo que corresponde ao Q ou C nas línguas românicas (como em português: qual, quanto, como...). Para os demonstrativos o T- russo, que corresponde ao Th nos correlativos ingleses (there, that, then...). Para os negativos escolheu o NI- russo, que corresponde ao NE- do esperanto (com um -N- intercalar para facilitar a pronúncia) e que também aparece nas línguas neo-latinas (nenhum, ninguém, nunca...). Para os coletivos (Ĉ) baseou-se na palavra italiana Ciascuno que se pronuncia [ĉiaskuno], na francesa CHaque e no eaCH inglês, enquanto que o C do alfabeto russo é relembrado.

[editar] Tabela dos correlativos em russo e em esperanto

KI- TI- I- NENI- CHI-
U kiu
кто
tiu
тот
iu
кто-то
neniu
никто
ĉiu
всякий
O kio
что
tio
то
io
что-то
nenio
ничто
ĉio
все
A kia
какой
tia
такой
ia
какой-то
nenia
никакой
ĉia
всяческий
E kie
где
tie
там
ie
где-то
nenie
нигде
ĉie
везде
EN kien
куда
tien
туда
ien
куда-то
nenien
никуда
ĉien
куда угодно
AM kiam
когда
tiam
тогда
iam
когда-то
neniam
никогда
ĉiam
всегда
OM kiom
сколько
tiom
столько
iom
сколько-то
neniom
нисколько
ĉiom
целиком
EL kiel
как
tiel
так
iel
как-то
neniel
никак
ĉiel
всячески
AL kial
почему
tial
потаму
ial
почему-то
nenial
беспричинно
ĉial
по всякой причине
ES kies
чей
ties
того
ies
чей-то
nenies
ничей
ĉies
всех

Note-se que nesta tabela não aparecem todas as traduções dos correlativos em russo. Repare-se que por vezes a letra inicial aparece depois de um prefixo, como por ex. o "K" inicial em сколько e o "T" inicial em потаму.

[editar] Referências

  1. Sikosek, Ziko M. Esperanto Sen Mitoj ("Esperanto Sem Mitos"). Segunda edição. Antuérpia: Flandra Esperanto-Ligo, 2003. p.188.
  2. 2,0 2,1 Culbert, Sidney S. Three letters about his methodology for estimating the number of Esperanto speakers, escaneado e HTMLizado por David Wolff.
  3. Ancxjo: “Morskode…”. Bubo 28: 8-9 / Nia Bulteno 40. Acesso: 2007.02.01
  4. Akademio de Esperanto. OFICIALAJ INFORMOJ Numero 1 - 2006 09 15. Acesso: 2006-11-18.
  5. Santiago, Izabel C. O. O que é esperanto: a questão da língua internacional. Segunda edição. São Paulo: Brasiliense, 1992. p. 7-8.
  6. Piron, Claude. O desafio das línguas: da má gestão ao bom senso. Tradução e adaptação de Ismael M. A. Ávila. Segunda edição revista e atualizada. Campinas, 2007.
  7. Sikosek, Ziko M. Esperanto Sen Mitoj ("Esperanto Sem Mitos"). Segunda edição. Antuérpia: Flandra Esperanto-Ligo, 2003.
  8. 8,0 8,1 8,2 Sikosek, Ziko M. Esperanto Sen Mitoj ("Esperanto Sem Mitos"). Primeira edição. Antuérpia: Flandra Esperanto-Ligo, 1999, p.91.
  9. Bahaa Esperanto-Ligo. "Bahaismo kaj internacia help-lingvo". Acesso: 2006-08-26.
  10. Harlow, Donald J. "Esperanto - Have any governments opposed Esperanto?". Acesso: 2006-08-26.
  11. Pardue, David. "Uma só língua, uma só bandeira, um só pastor: Spiritism and Esperanto in Brazil". Acesso: 2006-08-26.
  12. "La Sankta Biblio - 'Londona text'". Acesso: 2006-08-26.
  13. Bayo Afolaranmi. Spirita nutrajxo. Acesso: 2006-09-13.

[editar] Ver também

[editar] Ligações externas

Wikibooks
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[editar] Páginas de informação básica

[editar] Associações

[editar] Aprendizagem pela internet

[editar] Outros

  • Vikio Kantaro - Portal Wiki com letras de músicas em esperanto.
  • Ĝangalo - Portal de notícias em esperanto.
  • Esperanto-Brasil Portal de notícias sobre o esperanto em língua portuguesa. Há também muitas informações sobre o idioma.
  • Internacia Televido A primeira estação de TV em esperanto na internet. Planeja-se tornar este canal em um canal de TV a cabo, todavia atualmente somente se encontra como canal de TV de internet.
  • Musicexpress Portal que disponibiliza gratuitamente várias músicas em esperanto em arquivos mp3.
  • Enciklopedio Simpozio Enciclopédia de Filosofia em esperanto e português.


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