Lambada
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Surgida no Pará, a música lambada tem base no carimbó e na guitarrada, influenciada por vários ritmos como a cumbia, o merengue e o zouk.
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[editar] Origem
Diversos relatos de paraenses contam que uma emissora local chamava de "Lambadas" as músicas mais vibrantes. O uso transformou o adjetivo em nome próprio, batizando o ritmo cuja paternidade é creditada ao músico Pinduca. O novo nome e a mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica do Caribe caiu no gosto popular, conquistou o público e se estendeu, numa primeira fase, até o Nordeste. O grande sucesso, no entanto, só aconteceu após a entrada de empresários franceses no negócio. Com uma gigantesca estrutura de marketing e músicos populares, o grupo Kaoma lançou com êxito a lambada na Europa e outros continentes. Adaptada ao ritmo, a música boliviana "Chorando se Foi" tornou-se o carro chefe da novidade pelo mundo.
Como acontece com certa freqüência em outras situações, a valorização do produto só se deu após reconhecimento no exterior. Seguiu-se um período intenso de composições e gravações de lambadas tanto no mercado interno quanto externo. Os franceses, por exemplo, compraram de uma só vez os direitos autorais de centenas de músicas. Dezenas de grupos e diversos cantores pegaram carona no sucesso do ritmo, incrementando suas carreiras, como foi o caso de Sidney Magal, Sandy e Júnior, Fafá de Belém e o grupo Balão Mágico. Depois dessa fase de superexposição, como acontece com quase todo fenômeno midiático, deu-se um natural desgaste com a conseqüente queda nas vendas até cessar a produção.
[editar] A Dança Carimbó
Antes de entrar na dança lambada devemos falar um pouco de uma de suas raízes: O carimbó. Dança indígena, pertencente ao folclore amazônico vem sendo dançado por lá há séculos. Ascendente direto da lambada é, na forma tradicional, acompanhado por tambores de tronco de árvores afinados a fogo. Atualmente o Carimbó tem como característica ser mais solto e sensual, com muitos giros e movimentos onde a mulher tenta cobrir o homem com a saia.
[editar] A Dança Lambada
A lambada dança teve sua origem a partir de uma mudança do carimbó que passou a ser dançado por duplas abraçadas ao invés de duplas soltas. Assim como o forró, a lambada tem na polca sua referência principal para o passo básico, somando-se o balão apagado, o pião e outras figuras do maxixe. Usa, normalmente, as cabeças dos tempos e o meio do tempo par, se começarmos a dançar no "um", para as trocas de peso (pisa-se no "um", no "dois" e no "e" - que é chamado comumente de contratempo). A lambada chega a Porto Seguro, e ali se desenvolve. Boas referências foram a Lambada Boca da Barra, em Porto, e o Jatobar em Arraial D´Ajuda, onde desde o início também zouks (lambadas francesas) serviram para embalar os lambadeiros. Tudo isso acontece na época do apogeu do carnaval baiano, que ditava uma moda atrás da outra, e numa delas, apresentou a lambada ao Brasil. Essa segunda fase da dança durou apenas uma temporada e foi um pouco mais abrangente que a primeira, que só havia chegado até o nordeste. Até esse ponto a lambada tinha como principal característica os casais abraçados. Era uma exigência tão forte que, quando da realização de alguns concursos, aqueles que se separassem eram desclassificados. No exterior e aqui, a lambada torna-se um grande sucesso e em pouco tempo estava presente em filmes e praticamente todos os programas de auditório aparecendo até em novelas. É a hora dos grandes concursos e shows. A necessidade do espetáculo faz com que os dançarinos criem coreografias cada vez mais ousadas, com giros e acrobacias. Depois de algum tempo, a música lambada entra em crise e pára de ser gravada. Os Djs das boates aproveitam então para simular o enterro do estilo musical. A dança perde destaque, mas sobrevive, pois já haviam sido feitas nas lambaterias muitas experiências com variados estilos de música que tivessem a batida (base de marcação) que permitisse dançar lambada, só para citar um exemplo, a banda de rumba flamenca Gipsy Kings teve vendagem significativa por aqui por conta da dança, então as músicas francesas, espanholas, árabes, americanas, africanas, caribenhas etc. viraram a "salvação" e solução para a continuidade do estilo de dança. De todas, o zouk foi o ritmo que melhor se encaixou na nossa dança tornando-se a principal música para dançar lambada.
Esta passa a ser dançada com um andamento mais lento, com mais tempo e pausas que praticamente não existiam na música lambada, permitindo explorar ao máximo a sensualidade, plasticidade e beleza da nossa criação. Os movimentos ficaram mais suaves e continuam fluindo, modificando-se à medida que ela incorpora e troca com outras modalidades. Contribuem ainda as diversas pesquisas, até fora da dança de salão, como por exemplo, as de contato e improvisação. Hoje a relação com o parceiro volta a ganhar valor, as acrobacias ficam praticamente exclusivas para os palcos e os locais para dançar reabrem em diversos estados.
Mesmo não tendo por parte de alguns o devido reconhecimento, a lambada mostrou-se um grande incremento profissional.
Encontramos lambaterias e professores de lambada em diversos pontos do planeta e ainda que a chamem de zouk, muitos viveram e vivem dela até hoje. De toda essa história ficaram ótimos frutos, por exemplo: uma boa parte dos talentos da dança de salão de hoje surgiram a partir da lambada; a apresentação da dança a dois aos jovens; a visibilidade internacional conquistada - a lambada é a nossa dança de par mais conhecida no exterior (mais até que o samba) e principalmente o resgate do direito de dançar abraçado, perdido a décadas.
[editar] Ligações Externas
- Site Sobre Lambada Zouk em Londres
- http://www.bandalambada.com
- Brega Pop Site sobre Lambada e outros ritmos musicais paraenses.
- Lambada vs. Zouk
- A História da Lambada