Lucio Costa
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Lucio Marçal Ferreira Ribeiro Lima Costa (Toulon, França, 27 de fevereiro de 1902 — Rio de Janeiro, 13 de junho de 1998) foi um arquiteto e urbanista brasileiro.
Conhecido mundialmente pelo projeto do Plano Piloto de Brasília, Lucio Costa cresceu em diferentes países devido às atividades oficiais de seu pai, o almirante Joaquim Ribeiro da Costa, o que lhe rendeu uma formação bastante pluralista. Estudou na Royal Grammar School em Newcastle, no Reino Unido, e no Collège National em Montreux, na Suíça.
Retornou ao Brasil em 1917 e, mais tarde, passou a freqüentar o curso de arquitetura da Escola Nacional de Belas Artes, que ainda aplicava um programa neoclássico de ensino. Apesar de praticar uma arquitetura neoclássica durante seus primeiros anos (defendendo em certos momentos uma arquitetura neocolonial), Lucio Costa rompeu com essa formação historicista da escola e passou a receber influências da obra do arquiteto franco-suíço Le Corbusier.
Iniciou parceria com o arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik, que contruiu o primeiro projeto modernista no Brasil. Em 1932 foi nomeado por alguns meses como diretor da Escola Nacional de Belas Artes, onde implantou um curso de arquitetura moderna. Entre seus alunos estava o jovem Oscar Niemeyer.
Sabendo da importância de sua geração na mudança dos rumos culturais do país, Costa convenceu Le Corbusier a vir ao Brasil em 1936 para uma série de conferências (enquanto colaborava no projeto da sede do recém-criado Ministério da Educação e da Saúde). A arquitetura moderna do projeto ia ao encontro dos objetivos da ditadura Vargas ao passar ares de modernidade e progresso ao país. Costa, embora convidado a projetar o edifício sozinho, preferiu dividir o projeto com uma equipe que incluía o seu antigo aluno Oscar Niemeyer e os seus sócios Carlos Leão, Ernani Vasconcellos e Affonso Eduardo Reidy.
Em 1938 foi co-autor do pavilhão brasileiro para a Feira Universal de Nova Iorque juntamente com Oscar Niemeyer.
Em 1957, ao ser lançado o concurso para a nova capital do país, Costa enviou idéia para um anteprojeto, contrariando algumas normas do concurso. Apesar disso, venceu por quase unanimidade (apenas um jurado não votou nele), sofrendo diversas acusações dos concorrentes. Desenvolveu o Plano Piloto de Brasília e, como Niemeyer, passou a ser conhecido em todo o mundo como autor de grande parte dos prédios públicos.
Após Brasília, recebeu convites para coordenar vários planos urbanísticos, no Brasil e no mundo.
Lucio Costa faleceu na capital fluminense, onde residiu a maior parte da vida. Deixou duas filhas, Maria Elisa Costa, arquiteta, e Helena.
[editar] Principais obras
- Projeto do edifício-sede do Ministério da Educação e Saúde Pública, atual Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, com equipe de arquitetos cariocas
- Projeto para o museu em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul, projetado em 1937
- Projeto para rampas do outeiro da Glória, no Rio de Janeiro
- Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de Nova York, 1939
- Residência Hungria Machado (atual consulado da Rússia), no Rio de Janeiro
- Casa de veraneio do barão de Saavedra, em Petrópolis
- Park Hotel São Clemente, em Nova Friburgo, 1944
- Parque Guinle, em Laranjeiras, na zona sul do Rio
- Projeto da Casa do Brasil, em Paris, 1952
- Sede social do Jockey Club do Brasil, no centro do Rio, 1956
- Brasília, a capital brasileira e um dos marcos do urbanismo do século 20
[editar] Produção bibliográfica
- 1952: O arquiteto e a sociedade contemporânea
- 1995: Registro de uma Vivência. São Paulo: Empresa das Artes