Manuel Bandeira
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Nascimento | 19 de abril de 1886 Recife, Pernambuco |
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Falecimento | 13 de outubro de 1968 cidade do Rio de Janeiro, estado do Rio de Janeiro |
Nacionalidade | Brasileiro |
Ocupação | Poeta, escritor, crítico literário |
Escola/tradição | Modernismo |
Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (Recife, 19 de abril de 1886 — Rio de Janeiro, 13 de outubro de 1968) foi um poeta, escritor, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro.
Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 22 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre e José Condé, representa o que há de melhor na produção literária do Estado de Pernambuco.
Índice |
[editar] Biografia
Filho do engenheiro Manuel Carneiro de Sousa Bandeira e de sua esposa Francelina Ribeiro, era neto paterno de Antônio Herculano de Sousa Bandeira, advogado, professor da Faculdade de Direito do Recife e deputado geral na 12ª legislatura e seu tio João Carneiro de Sousa Bandeira foi advogado, professor de Direito e membro da Academia Brasileira de Letras e Antonio Herculano de Souza Bandeira Filho,irmão mais velho do Engenheiro Souza Bandeira foi advogado, procurador da coroa, autor de expressiva obra jurídica e foi também Presidente da Províncias da Paraíba e de Mato Grosso.
Seu avô materno era Antônio José da Costa Ribeiro, advogado e político, deputado geral na 12ª legislatura. Costa Ribeiro era o avô citado em Evocação do Recife. Sua casa na rua da União é referida no poema como "a casa de meu avô". No Rio de Janeiro, para onde viajou com a família, em função da profissão do pai, engenheiro civil do Ministério da Viação, estudou no Colégio Pedro II (Ginásio Nacional, como o chamaram os primeiros republicanos) foi aluno de Silva Ramos, de José Veríssimo e de João Ribeiro, e teve como condiscípulos Álvaro Ferdinando Sousa da Silveira, Antenor Nascentes, Castro Menezes, Lopes da Costa, Artur Moses.
Em 1902 terminou o Curso de Humanidades e foi para São Paulo,onde iniciou o curso de arquitetura , que interrompeu por causa da tuberculose. Para se tratar buscou Campos de Jordão, Campanha e outras localidades de clima seco. Com a ajuda do pai que reuniu todas as economias da família foi para Suíça, onde esteve no Sanatório de Clavadel. Manuel Bandeira faleceu no Rio de Janeiro e foi sepultado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.
Professor de literatura, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras onde foi o terceiro ocupante da Cadeira 24 cujo patrono é Júlio Ribeiro. Sua eleição ocorreu em 29 de agosto de 1940, sucedendo Luís Guimarães e foi recebido pelo Acadêmico Ribeiro Couto em 30 de novembro de 1940.
Faleceu aos 82 anos de idade, no dia 13 de outubro de 1968 em Botafogo no Rio de Janeiro. Foi sepultado no mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no cemitério São João Batista.
[editar] Poesia de Bandeira
Um dos poetas nacionais mais admirados, inspirando, até hoje, desde novos escritores a compositores. Aliás, o "ritmo bandeiriano" merece estudos aprofundados de ensaistas. Por vezes inspira escritores não em razão de sua temática, mas, também devido ao estilo sóbrio de escrever.
Manuel Bandeira possui um estilo simples e direto, embora não compartilhe da dureza de poetas como João Cabral de Melo Neto, também pernambucano. Aliás, numa análise entre as obras de Bandeira e João Cabral, vê-se que este, ao contrário daquele, visa a purgar de sua obra o lirismo. Bandeira foi o mais lírico dos poetas. Aborda temáticas cotidianas e universais, às vezes com uma abordagem de "poema-piada", lidando com formas e inspiração que a tradição acadêmica considera vulgares. Mesmo assim, conhecedor da Literatura, utilizou-se, em temas cotidianos, de formas colhidas nas tradições clássicas e medievais. Em sua obra de estréia (e de curtíssima tiragem) estão composições poéticas rígidas, sonetos em rimas ricas e métrica perfeita, na mesma linha onde, em seus textos posteriores, encontramos composições como o rondó e trovas.
É comum criar poemas (como o Poética, parte de Libertinagem) que se transforma quase que em um manifesta da poesia moderna. No entanto, suas origens estão na poesia parnasiana. Foi convidado a participar da Semana de arte moderna de 1922, embora não tenha comparecido, deixando um poema seu (Os Sapos) para ser lido no evento.
Uma certa melancolia, associada a um sentimento de angústia, permeia sua obra, em que procura uma forma de sentir a alegria de viver. Doente dos pulmões, Bandeira sabia dos riscos que corria diariamente, e a perspectiva de deixar de existir a qualquer momento é uma constante na sua obra.
[editar] Obras
[editar] Poesia
- A Cinza das Horas - Jornal do Comércio - Rio de Janeiro, 1917
- Carnaval - Rio de janeiro,1919
- O Ritmo Dissoluto - Rio de Janeiro, 1924
- Poesia (A cinza das Horas, Carnaval, Ritmo Dissoluto) - Rio de Janeiro, 1924
- Libertinagem - Rio de Janeiro, 1930
- Estrela da Manhã - Rio de Janeiro, 1936
- Poesias Escolhidas - Rio de Janeiro, 1937
- Poesias Completas - Rio de Janeiro todos livros anteriores com o novo Lira dos Cinquent'anos), 1940
- Poemas Traduzidos - Rio de Janeiro, 1945
- Mafuá do Malungo - Rio de Janeiro, 1948
- Poesias Completas (todos os trablahos anteriores incluindo o novo Belo Belo) - Rio de Janeiro, 1948
- Opus 10 - Rio de Janeiro, 1952
- Poesias (incluindo Opus 10) - Rio de Janeiro, 1954
- 50 Poemas Escolhidos pelo Autor - Rio de Janeiro, 1955,
- Obras Poéticas - Rio de Janeiro, 1956
- Alumbramento - Rio de Janeiro, 1960
- Estrela da Tarde - Rio de Janeiro, 1960
[editar] Prosa
- Crônicas da Província do Brasil - Rio de Janeiro, 1936
- Guia de Ouro Preto, Rio de Janeiro, 1938
- Noções de História das Literaturas - Rio de Janeiro, 1940
- Autoria das Cartas Chilenas - Rio de Janeiro, 1940
- Apresentação da Poesia Brasileira - Rio de Janeiro, 1946
- Literatura Hispano-Americana - Rio de Janeiro, 1949
- Gonçalves Dias, Biografia - Rio de Janeiro, 1952
- Itinerário de Pasárgada - Jornal de Letras, Rio de Janeiro, 1954
- De Poetas e de Poesia - Rio de Janeiro, 1954
- A Flauta de Papel - Rio de Janeiro, 1957
- Itinerário de Pasárgada - Livraria São José - Rio de Janeiro, 1957
- Andorinha, Andorinha - José Olympio - Rio de Janeiro, 1966
- Itinerário de Pasárgada - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1966
- Colóquio Unilateralmente Sentimental - Editora Record - RJ, 1968
- Seleta de Prosa - Nova Fronteira - RJ
- Berimbau e Outros Poemas - Nova Fronteira - RJ
[editar] Antologias
- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Romântica, N. Fronteira, RJ
- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Parnasiana - N. Fronteira, RJ
- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 1, N. Fronteira, RJ
- Antologia dos Poetas Brasileiros da Fase Moderna - Vol. 2, N. Fronteira, RJ
- Antologia dos Poetas Brasileiros Bissextos Contemporâneos, N. Fronteira, RJ
- Antologia dos Poetas Brasileiros - Poesia Simbolista, N. Fronteira, RJ
- Antologia Poética - Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1961
- Poesia do Brasil - Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1963
- Os Reis Vagabundos e mais 50 crônicas - Editora do Autor, RJ, 1966
- Manuel Bandeira - Poesia Completa e Prosa, Ed. Nova Aguilar, RJ
- Antologia Poética (nova edição), Editora N. Fronteira, 2001
[editar] Em co-autoria
- Quadrante 1 - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1962 (com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga)
- Quadrante 2 - Editora do Autor - Rio de Janeiro, 1963 (com Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Dinah Silveira de Queiroz, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos e Rubem Braga)
- Quatro Vozes - Editora Record - Rio de Janeiro, 1998 (com Carlos Drummond de Andrade, Rachel de Queiroz e Cecília Meireles)
- Elenco de Cronistas Modernos - Ed. José Olympio - RJ (com Carlos Drummond de Andrade, Rubem Braga
- O Melhor da Poesia Brasileira 1 - Ed. José Olympio - Rio de Janeiro (com Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto)
[editar] Traduções
- O Auto Sacramental do Divino Narciso de Sóror Juana Inés de la Cruz, 1949
- Maria Stuart, de Schiler, encenado no Rio de Janeiro e em São Paulo, 1955
- Macbeth, de Shakespeare, e La Machine Infernale, de Jean Cocteau, 1956.
- As peças June and the Paycock, de Sean O'Casey, e The Rainmaker, de N. Richard Nash, 1957
- The Matchmaker (A Casamenteira), de Thorton Wilder, 1958
- D. Juan Tenório, de Zorrilla, 1960
- Mireille, de Fréderic Mistral, 1961
- Prometeu e Epimeteu de Carl Spitteler, 1962
- Der Kaukasische Kreide Kreis, de Bertold Brecht, 1963
- O Advogado do Diabo, de Morris West, e Pena Ela Ser o Que É, de John Ford, 1964
- Os Verdes Campos do Eden, de Antonio Gala; A Fogueira Feliz, de J. N.Descalzo, e Edith Stein na Câmara de Gás de Frei Gabriel Cacho, 1965
[editar] Seleção e organização
- Sonetos Completos e Poemas Escolhidos de Antero de Quental
- Obras Poéticas de Gonçalves Dias, 1944
- Rimas de José Albano, 1948
- Cartas a Manuel Bandeira, de Mário de Andrade, 1958
[editar] Sobre o autor
- Homenagem a Manuel Bandeira, 1936
- Homenagem a Manuel Bandeira (edição fac-similar), 1986
- - Homenagem a Manuel Bandeira- (sessenta autores com organização de
- Bandeira a Vida Inteira - Edições Alumbramento, Rio de Janeiro, 1986 (com um disco contendo poemas lidos pelo autor).
- Os Melhores Poemas de Manuel Bandeira (seleção de Francisco de A. Barbosa) - Editora Global - Rio de Janeiro
- Manuel Bandeira: Uma Poesia da Ausência. De Yudith Rosebaum. São Paulo: Edusp/Imago, 1993.
[editar] Multimídia
- CD "Manuel Bandeira: O Poeta de Botafogo" - Gravações inéditas feitas pelo poeta e por Lauro Moreira, tendo como fundo musical peças de Camargo Guarnieri interpretadas pelo pianista Belkiss Carneiro Mendonça, 2005.