Palácio Nacional de Sintra
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Localizado na freguesia sintrense de São Martinho, o Palácio Nacional de Sintra (também conhecido como Palácio da Vila) foi palácio real e é hoje propriedade do Estado português, que o utiliza para fins turísticos e culturais. É um palácio urbano, cuja construção iniciou-se no século XVI, sendo o autor desconhecido.
Apresenta traços de arquitectura medieval, gótica, manuelina, renascentista e romântica. É considerado um exemplo de arquitectura orgânica, de conjunto de corpos aparentemente separados, mas que fazem parte de um todo articulado entre si, através de pátios, escadas, corredores e galerias.
[editar] Evolução
Apesar de só ter sido edificado no século XVI, há relatos da existência de um outro palácio existente nas redondezas. Este terá sido doado pelo rei D. João I ao conde de Seia, no século XIV, voltando para a posse real alguns anos mais tarde.
Em 1489 foi iniciada uma campanha de obras que visaram aligeirar a massa da construção e enriquecer a decoração interior, aplicando-lhe azulejos andaluzes. Entre 1505 e 1520 ergueu-se a chamada ala manuelina e, em 1508, teve início a construção da Sala dos Brasões.
Durante o reinado de D. João III (meados do século XVI), edificou-se o espaço entre as alas joanina e manuelina. No século XVII, sob a orientação do conde de Soure, procedeu-se a obras de alteração e ampliação e, entre 1683 e 1706 (reinado de D. Pedro II), renovaram-se as pinturas dos tectos de alguns compartimentos.
Em 1755 foram realizadas importantes obras de restauro, no seguimento dos danos causados pelo terramoto, e edificada a ala que vai do Jardim da Preta ao Pátio dos Tanquinhos. Nova campanha de decoração foi levada a cabo em 1863.
O palácio foi classificado como Monumento Nacional em 1910.
[editar] Caracterização arquitectónica
De planta complexa, organiza-se em V e apresenta volumetria escalonada, constituída sobretudo por paralelepípedos, sendo a cobertura efectuada por multiplos telhados diferenciados a quatro águas.
Aspecto característico deste palácio, rapidamente identificado pelos turistas, é o par de altas chaminés cónicas. O alçado principal está organizado em três corpos, sendo o central mais elevado e recuado relativamente aos extremos. Existe ainda no piso térreo uma arcaria com quatro arcos quebrados, encimada por cinco janelas maineladas e emoludramento calcário. As outras frentes do edifício apresentam um complexa articulação de corpos salientes e reentrantes, destacando-se o volume cúbico da Sala dos Brasões.
Os compartimentos internos reflectem-se em núcleos organizados em torno de pátios. Destacam-se os seguintes: a Sala dos Archeiros, a Sala Moura (ou dos Árabes), a Sala das Pegas, a Sala dos Cisnes e a Sala dos Brasões — que ostenta a representação das armas de 72 famílias nobres portuguesas e dos oito filhos de D. Manuel I —, a Sala das Sereias e a Sala da Audiência.
A capela, de planta rectangular e nave única, tem os muros revestidos por pintura ornamental e tecto de madeira. Na cozinha, são visíveis arranques octogonais das monumentais chaminés. Alguns compartimentos da chamada ala manuelina ostentam emolduramentos de vãos e lareiras em calcário, caracterizadas por decoração em relevo.
[editar] Ver também
- Palácio Nacional de Mafra (Mafra)
- Palácio Nacional da Pena (Sintra)
- Palácio Real de Queluz (Queluz-Sintra)
- Castelo dos Mouros (Sintra)
- Palácios de Portugal