Paróquia Catedral de São Carlos Borromeu
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A Paróquia Catedral de São Carlos Borromeu ou Paróquia da Catedral, como é conhecida em São Carlos, cidade onde se localiza, pertence à Diocese de São Carlos. Sua sede é a Catedral de São Carlos Borromeu.
[editar] História
A história da Paróquia da Catedral está intimamente ligada às própias origens da cidade de São Carlos. Cinco episódios sucessivos e interligados devem ser considerados para resolver a fundação de São Carlos:
- a reserva do Patrimônio;
- a doação das terras;
- a ereção da capela;
- as providências legais para a estruturação jurídico-administrativa da Cidade;
- o esforço indispensável para o progresso inicial da fundação.
O estudo da fundação não deve ser considerado um fato isolado, mas um conjunto de múltiplos aspectos sucessivos. Somente essa visão de conjunto determina os verdadeiros fundadores de São Carlos.
O primeiro destes fatos é o da reserva do Patrimõnio. Devido a uma Concordata, assinada entre a Santa Sé e o Governo Imperial, a Igreja Católica era a Religião Oficial do Estado. Isso trazia um relacionamento de direitos e deveres entre o governo civil e o governo eclesiástico. O imperador podia influenciar na criação das dioceses e nas nomeações dos bispos e dos padres. O clero era uma espécie de funcionários do Estado. Recebia uma remuneração chamada côngrua.
O primeiro degrau a que devia ascender qualquer povoado era a freguesia, isto é, paróquia (comunidade constituída canonicamente pelo bispo). Era uma entidade igualmente religiosa e administrativa. Como a freguesia supunha a existência de uma capela, a autorização para a construção da mesma também devia ser requerida ao Bispo e por ele concedida
[editar] 1851: A reserva do patrimônio
Os Bispos exigiam que a Capela destinada ao culto público tivesse o seu patrimônio de terras, isto é, não estivesse submetida à autoridade de nenhum fazendeiro.
Em 20 de dezembro de 1855, Jesuíno José Soares pediu o registro de terras de seu sítio no lugar chamado Mello e Gregório e lhe determino os devidos limites.
Esta era a tradição dos conteporâneos da fundação, segundo atestam os que escreveram sobre ela. Eugênio Egas, em 21 de janeiro de 1956, o reafirma, dizendo que conhecia os cocais que eram parte do Patrimônio e que pertenciam antes à Sesmaria do Pinhal.
A reserva do Patrimõnio foi feita por Carlos José Botelho, propietário da Sesmaria do Pinhal, sucessor de seu pai, Capitão Carlos Bartholomeu de Arruda, falecido em 1815. Ele havia comprado a Sesmaria do cirurgião-mor Manoel Martins dos Santos Rego, em 30 de março de 1786, o qual, por sua vez, a havia recebido do governo português de Dona Maria I, através do capitão-general de São Paulo, Martim Lopes Lobo De Saldanha, a 6 de julho de 1781.
O propietário do Pinhal fez a reserva do patrimõnio de viva voz, com razoável certeza, no ano de 1851.
[editar] 1955: O local da capela
Antes da construção da capela, foi estabelecida a existência do Patrimônio do Senhor São Carlos, como era chamado no linguajar do tempo. Coube a Antônio Carlos, filho de Carlos Bartholomeu de Arruda, ralizar a difícil tarefa de fazer a partilha da imensa Sesmaria e dos demais bens do espólio de Carlos José, pelos inúmeros e apaixonados herdeiros.
Na partilha da Sesmaria, havia um só ponto em que todos os herdeiros eram unânimes: era respeitar a decisão do Patriarca que havia reservado a área do Patrimônio na mata dos Cocais, conforme se coclui das declarações de Cincinato Braga e Eugênio Egas.
Foi, portanto, de grande relevância a participação de Carlos José Botelho para a existência de São Carlos do Pinhal. É inegável ter partido dele a primeira idéia de fundação. E dele teve origem a primeira iniciativa para sua realização que, no tempo, consistia na reserva do Patrimônio de terras, indispensável para que fosse autorizada a construção a Capela. Na grande obra social coletiva, para cuja concretização todos iriam convergir os esforços, a ele caberia, incostavelmente, uma grande parcela .
Em 1851, o Botelhão (Carlos José Botelho) havia feito a reserva da terra para a construção da capela. Por ocasião de sua morte, em 1854, os herdeiros respeitaram a decisão. Então, esse patrimônio não entrou na partilha realizada em 1855.
Antônio Carlos, em fins de 1855, demarcou o pátio, traçou as ruas e determino o lugar da Capela. De comum acordo, os herdeiros e demais moradores da vizinhança iniciaram a construção da Capela durante o ano de 1856.
Na verdade, o local para a construção da Capela ficou determinado à meia encosta do morro, na proximidade do Córrego do Gregório. Aí ela teve a sua origem. De fato, Antônio Carlos e os Botelhos desejavam localizá-la na bela esplanada das alturas da atual Praça Barão do Rio Branco, onde está a Escola "Álvaro Guião". Eles estavam certos de que sua Sesmaria ia até o espigão divisor de água entre o ribeirão do Gregório e do Tijuco Preto.
Antônio Carlos procurou moradores para junto da capela, dando-lhes datas de terra, em seu própio nome. Desta concessão, datada de 1º de agosto de 1856, depreende-se que já estava erguida a casa de Antônio Carlos. Depois esta casa foi cedida para a sede da nascente Câmara Municipal, em 1865. Localizava-se onde estava, há pouco tempo, a loja A Boa Compra.