Pechenegues
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Os pechenegues ou patzinaks (em húngaro besenyők) eram um povo semi-nômade das estepes da Ásia Central de língua turca. Acredita-se que sejam originários do povo wusun (烏孫). Nos séculos VIII e IX, eles habitavam a região entre o baixo Volga, o Don, e os Montes Urais. Os pechenegues controlavam a maior parte das estepes do sudoeste da Eurásia e da península da Criméia durante o século IX.
Nessa época, os bizantinos estavam aliados com os pechenegues, usando-os como escudo para defesa própria de outras tribos mais perigosas como os varangianos e os magiares. Isto era uma antiga prática bastante utilizada pelos bizantinos - para jogar uma tribo inimiga contra outra potencial inimiga.
Os uzes, outro povo turco das estepes, expulsaram os pechenegues de sua terra natal; no processo, eles também tomaram dos pechenegues seus rebanhos e outra possessões. Uma aliança dos oguzes, kimeks e karluks também estavam pressionando os pechenegues, mas outro grupo, os samanidas, derrotaram aquela aliança. Guiados mais para oeste pelos cazaros e cumanos em 889, os pechenegues seguiram após os magiares para oeste do rio Dniepre em 892.
Em 894, os búlgaros entraram em guerra contra Bizâncio. No começo de 895, o Imperador Leo Grammaticus pediu a ajuda dos magiares, que enviaram um exército sob um comandante chamado Levante para a Bulgária. Levante conduziu uma brilahnte campanha invadindo grande parte do território da Bulgária, enquanto o exército bizantino entrava na Bulgária pelo sul. Surpreendido pelas forças bizantinas e magiares, o czar Simeão I entendeu que não poderia lutar em duas frentes de batalha, e rapidamente firmou um armistício com o Império Bizantino.
Além disso, o Simeão I empregou a ajuda dos pechenegues para se defender dos magiares. Os pechenegues foram tão bem sucedidos que expulsaram os magiares restantes em Etelköz e nas estepes pônticas e os forçaram a se deslocar para oeste do baixo Danúbio, Transdanúbia e em direção à planície da Panônia.
De acordo com o De Administrando Imperio, a Patzinakia se alongou para leste até o rio Siret (ou até mesmo aos Cárpatos orientais) durante os séculos X e XI, e "havia uma distância de quatro dias até "Tourkias" (i.e., Hungria)".
"O todo da Patzinakia é dividido em oito províncias com o mesmo número de grandes príncipes. As províncias são: o nome da primeira província é Irtim; da segunda, Tzour; da terceira, Gyla; da quarta, Koulpei; da quinta, Charaboi; da sexta, Talmat; da sétima, Chopon; da oitava, Tzopon. Na época em que os pechenegues foram expulsos de seu país, seus príncipes eram, na província de Irtim, Baitzas; em Tzour, Konel; em Gyla, Kourkoutai; em Koulpei, Ipaos; em Charaboi, Kaidoum; na província de Talmat, Kostas; em Chopon, Giazis; na província de Tzopon, Batas."
(Constantine Constantine Porphyrogenitus, De Administrando Imperio, c. 950, translation by R. J. H. Jenkins) - http://www.patzinakia.ro
Uma ameaça de longo tempo à Rus de Kievan, os guerreiros pechenegues atacaram de emboscada e mastaram Sviatoslav I, Príncipe de Kiev em 972. De acordo com a Chronicle of Bygone Years, o cã pechenegue fez um cálice do crânio de Sviatoslav (um costume antigo das culturas das estepes).
Após séculos de guerras nos Bálcãs envolvendo o Império Bizantino, búlgaros, varangianos e magiares, os pechenegues foram derrotados em Levounion por um exército combinado bizantino e cumano em 1061. Atacados novamente em 1064 pelos cumanos, muitos pechenegues foram assassinados ou absorvidos. Após o cerco a Constantinopla em 1091, os pechenegues foram na prática aniquilados pelo imperador Alexius I. Por algum tempo, comunidades significantes de pechenegues ainda permaneceram na Hungria, mas finalmente os pechenegues deixaram de existir como um povo distinto e foram assimilados pelos povos vizinhos como os búlgaros, os magiares e os gagauz.