Reino da Galiza
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O reino da Galiza remonta as origens ao Reino Suevo na faixa ocidental da Península Ibérica, entretanto partilhada pelos visigodos após a invasão bárbara.
O reino tornar-se-ia menor com a separação do Condado Portucalense, até então galego, motivado pelas aspirações de Afonso Henriques em constituir um reino legítimo, o reino de Portugal. Alguns historiadores defendem, entretanto, que muitas das querelas entre castelhanos e portugueses tenham tido origem em motivações da nobreza galega.
[editar] A negação do reino da Galiza
Na historiografia oficial, e desde datas recentes da independência portuguesa, ficou incluído o reino da Galiza dentro do reino de Leão e posteriormente de Castela.
Após a independência de Portugal em 1128 e a conformação da monarquia leonesa (posteriormente castelhano-leonesa), o reino da Galiza começaria a perder a sua influência progressivamente na proclamação dos reis ibéricos. Datas e factores decisivos para a perda de poder e influência na política dos reinos hispânicos por parte da nobreza galega foram:
- O assassinato de Inês de Castro;
- Em Portugal a revolução de 1383-85 com a proclamação da nova dinastia de Avis (com a morte do Conde Andeiro e a supressão da anterior dinastia e dos interesses dos nobres tradicionais portugueses (representada pelo infante D. João, um dos filhos de Inês de Castro)
- Na Espanha a coroação de Isabel a Católica e o início em 1492, que viria, segundo alguns autores, a retirar poder aos nobres galegos.
[editar] O início duma maior dependência
A execução do Mariscal Pardo de Cela por parte dos reis católicos nessas datas e o fracasso galego-português na guerra pela sucessão entre Isabel a católica e Joana chamada a “Excelente Senhora” em Portugal e “a Beltraneja” em Castela. Nessa guerra pela sucessão, Pedro Álvares de Soutomaior, nobre galego, capitaneou a revolta de nobres galegos e portugueses (acompanhados do próprio Afonso V) para a coroação da rainha do seu partido, Joana.
Estes dois factos, a perda da cabeça do Mariscal e o fracasso da revolta pela sucessão no reino da Espanha serviriam de argumento para uma historiografia galega como símbolo do fim duma etapa de capacidade de intervenção política e início da decadência do Reino da Galiza.
[editar] Os motivos da ocultação na historiografia oficial dos estados
O reino da Galiza, matriz de que o reino de portugal se independentizou, incómodo (portanto) para a constituição duma nacionalidade portuguesa e incómodo também para a formação duma nacionalidade espanhola que não possuía culturalmente tal entidade colectiva, começou por ser negada num processo de ocultação na historiografia oficial de ambos reinos. O reino da Galiza, ficaria assim submerso sob o nome de reino de Leão na historiografia oficial de ambos estados até a actualidade.