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Relevo do Brasil - Wikipédia

Relevo do Brasil

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Relevo brasileiro.
Relevo brasileiro.

Índice

[editar] Relevo Brasileiro

Os pontos mais altos do relevo brasileiro (que, no geral, é marcado por baixas altitudes) são: o Pico da Neblina (com 2993,78 metros de altitude) e o de Pico 31 de Março (com 2972,66 m. de altitude).

Além de divisores de águas das bacias fluviais do Orinoco (na Venezuela) e do Amazonas (afluentes da margem esquerda, ao norte), servem de fronteiras entre o Brasil e os países vizinhos ao norte: Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.

[editar] Depressões do relevo brasileiro

Sob o ponto de vista de influência da estrutura geológica nas formas de relevo, ou seja, morfoestruturalmente, na região Centro-Oeste e no Meio-Norte do Brasil surgem as chapadas com seus topos horizontais e declividade acentuada nas bordas. As chapadas do Centro-Oeste, como a dos Parecis e dos Guimarães, são divisores de águas entre as Bacias Amazônicas, Platina, do rio São Francisco e do Tocantins. No Nordeste Oriental a Depressão Sertaneja e do rio São Francisco sofreram transgressão marinha, o que contribuiu para a presença de fósseis de répteis gigantescos na Chapada do Araripe e em jazidas de sal-gema (cloreto de sódio encontrado no subsolo). Na época colonial do Brasil, tais jazidas de sal-gema eram chamadas de “barreiros” – elas facilitaram a expansão da pecuária pelo Sertão do Nordeste e pelo Piauí, através dos eixos dos rios São Francisco e Parnaíba. No Sul e Sudeste do Brasil, as depressões desenham um grande, representado pela Serra Geral, separando os terrenos do Planalto Cristalino (continuação da Serra do Mar no sul) dos terrenos do Planalto Arenito-Basáltico. Entre este e o Planalto Vulcânico há uma linha de “cuestas”, relevo dissimétrico produto de erosão diferencial sobre camadas de rochas de resistências diferentes aos agentes externos do relevo. As “cuestas” apresentam uma encosta íngreme de um lado (frente de cuesta) e outra levemente inclinada. Esta escarpa levemente inclinada é constituída de rochas magmáticas metamórficas mais resistentes à erosão; por outro lado, a frente de cuesta é formada de terrenos menos resistentes.

[editar] Recursos hídricos brasileiros

O BRASIL é um país de fartos recursos hídricos – 35.000 m3 per capita, enquanto na Alemanha é de apenas 1.500 m3 per capita; e possui 15% da água doce do mundo. No entanto, alguns rios já se apresentam bastante poluídos, como os rios Tietê (em São Paulo) e Paraíba do Sul. As bacias fluviais compreendem o rio principal (em nível de altitude mais baixo) e os seus afluentes (em nível mais alto), bem como toda a superfície drenada por eles. A drenagem das bacias fluviais brasileiras é exorréica, isto é, o nível de base do rio principal corresponde ao nível do mar, onde está a foz ou desembocadura dos rios principais. A foz dos rios brasileiros é sobretudo em estuário: deságuam no mar num terminal só. Uma exceção é o rio Parnaíba, entre o Maranhão e o Piauí, que deságua em delta, com várias embocaduras no oceano. Alguns atributos dos recursos hídricos brasileiros e de sua utilização devem ser evidenciados:

  • O Brasil apresenta o terceiro maior potencial hidrelétrico da Terra, visto que a maioria dos seus rios são de planalto. A exceção é o rio Paraguai, que é de planície. Dos 255.000 MW de potencial estão se aproveitando cerca de 25%. O rio de maior aproveitamento hidrelétrico é o Paraná, exatamente para atender à demanda energética do Sudeste. A bacia de maior potencial é a Amazônica.
  • Embora tenha muitos rios navegáveis, as hidrovias representam os meios de transportes menos utilizados em nosso país, ao contrário do que ocorre em países de dimensões continentais, pois são os transportes mais baratos e com maior capacidade de carga.
  • O regime dos rios brasileiros é, em sua maior parte, pluvial. Somente o rio Solimões e parte de seus afluentes são de regime misto, isto é, tem seu volume de águas condicionado às neves da Cordilheira dos Andes e às chuvas.
  • Apenas nas Bacias do Nordeste e pequena parte das Bacias de Leste, onde ocorre o clima semi-árido com suas chuvas escassas e irregulares, na área do Polígono das Secas, é que se localizam rios temporários ou intermitentes, isto é, cujos leitos ficam secos em longas estiagens. Portanto, a maioria dos rios brasileiros é permanente ou perene.

[editar] Bacias hidrográficas

[editar] Bacia amazônica

É a de maior potencial hidrelétrico do Brasil (105.500 MW) devido aos seus afluentes, sobretudo os da margem direita (ao sul do Amazonas) que, ao descerem dos planaltos, formam cachoeiras e corredeiras. O rio Amazonas é um autêntico rio de planície – o Baixo Amazonas é uma hidrovia natural escoando bauxita (minério de alumínio) para usinas eletrometalúrgicas do Pará. Outra hidrovia importante é do rio Madeira, que faz parte do transporte intermodal para o escoamento das safras agrícolas do norte de Mato Grosso. O transporte intermodal representa a diversificação das diversas modalidades de transportes, segundo uma logística de adaptação maior às condições naturais das regiões servidas por elas (ex: uma região como a Amazônica tem muitos rios navegáveis que podem ser transformados em hidrovias), reduzindo os custos pela maior capacidade de carga e menor consumo de combustível. Além disso, as diferenças de fretes e da velocidade dos meios de transportes ampliam o leque de opções dos produtores no escoamento de suas mercadorias. O maior desastre ambiental da Amazônia foi o da construção da Represa de Balbina, que inundou uma área enorme como a da Represa de Tucuruí produzindo, no entanto, 31 vezes menos energia que a de Tucuruí. Os ambientalistas afirmam que o rio Uatumã deverá acabar com o tempo; a decomposição da floresta submersa pela represa irá matar seus peixes. Grande parte da reserva indígena dos Waimiri-Atroari foi inundada. Principais rios: Amazonas, Solimões, Negro, Xingu, Tapajos.

[editar] Bacia do Tocantins- Araguaia

É a terceira maior hidrográfica brasileira em potencial hidrelétrico (28.300 MW, depois da Amazônica e a do Paraná). As usinas hidrelétricas desta bacia são a de Tucuruí (a maior da Eletronorte, produzindo 8.000 MW, a maioria subsidiada para as eletrometalúrgicas de alumínio, vorazes consumidoras de energia), no rio Tocantins (PA) e a de S. Félix, no rio Araguaia, entre TO e MT.

[editar] Bacia Platina

[editar] Bacia do Paraná

É importante pela área drenada (a maior do Sudeste), pela extensão e volume (é o segundo da América do Sul, depois da Bacia Amazônica), pelo aproveitamento hidrelétrico (o maior do Brasil, 61.7% do total) e hidroviário. Dos afluentes da margem esquerda do rio Paraná sobressaem os rios Tietê e Paranapanema. O rio Tietê teve um papel histórico fundamental na conquista bandeirante do interior, no chamado bandeirismo de monções com destino a Mato Grosso e Goiás – naquela época era chamado de Anhembi. Ele banha e abastece (pela Represa de Guarapiranga) a maior metrópole da América do Sul, a cidade de São Paulo, mas por ela é poluído com o lançamento de esgotos domésticos e industriais. O rio Tietê é importante atualmente pelo aproveitamento hidrelétrico e pelo transporte hidroviário, este facilitado pela construção de eclusas (já que é um rio de planalto). As cargas podem ser transportadas de São Paulo a Buenos Aires, na Argentina. Agroindústrias instalam-se junto aos rios Tietê e Paranaíba com seus silos e armazéns, a fim de diminuir os custos de transportes de commodities tanto para o mercado interno como para o externo (Mercosul). As hidrovias apresentam custos menores que os outros meios de transportes (uma empurradora levando quatro chatas carregadas de mercadorias equivale a 240 carretas numa rodovia).

[editar] Bacia do rio Paraguai

Uma das características do rio Paraguai (um rio de planície), em quase toda sua extensão, consiste na regularidade apresentada pela variação periódica do seu regime. Os fatores que contribuem para o fato são: a regularidade das chuvas periódicas anuais, a extensa zona de inundação e represamento, representada pela Planície do Pantanal, as chuvas abundantes e o papel armazenador das chapadas de terrenos porosos. Além da importância econômica do rio Paraguai como hidrovia, devemos mencionar o ecoturismo.

[editar] Bacia do Uruguai

O rio Uruguai surge da junção dos rios Canoas e Pelotas; seu alto curso é limite entre RS e SC; o médio Uruguai, entre Brasil e Argentina. O Alto Uruguai foi área de colonização mista alemã e italiana; nesta área situam-se cidades importantes pela agroindústria. A Bacia do Uruguai apresenta alto potencial hidrelétrico e poucos trechos navegáveis tendo apenas importância econômica regional.

[editar] Bacia Fluvial do São Francisco

No período colonial do Brasil foi fundamental na ligação entre o Sertão Nordestino pecuarista e os centros mineradores do Sudeste. Foi, por isto, denominado de “rio da unidade nacional”. A Bacia do São Francisco é a de segundo maior aproveitamento hidrelétrico (sobressaindo-se na Região Sudeste a Usina de Três Marias, que fornece energia a Belo Horizonte e às siderurgias do rio Doce) e a terceira em potencial (19.700MW). É o rio que abastece a maior parte do Nordeste de energia. O maior projeto de irrigação em seu vale é o de Petrolina-Juazeiro. Embora seja um rio de planalto, o São Francisco é navegável desde Pirapora(MG) até Juazeiro(BA)/Petrolina(PE). A navegação a vapor feita entre estes pontos extremos do rio passou a ser secundária em face das dificuldades da mesma pelo assoreamento, além da construção das hidrelétricas e de rodovias. Parte desse rio se concentra aqui no Brasil! Hoje se assiste, de novo, à [polêmica da transposição] de 5% da vazão fluvial média do São Francisco para os rios Paraíba, Piranhas e Apodi, interligando-se, por canais de 120 km, com o rio Jaguaribe.

[editar] Bibliografia

GARCIA. H. C. & GARAVELLO. T. M. Geografia do Brasil I. Apostila Anglo Vestibulares. Editora Anglo. P. 13 a 18. 2ª ed. 2002.

ADAS. M. Panorama Geográfico do Brasil: Contradições, impasses e desafios socioespaciais. Editora Moderna. P. 322 a 339.

LUCCI. E. A. GEOGRAFIA – O Homem no espaço global. Editora Saraiva. 4ª ed. P. 320 a 336. 1999.

COELHO. M. A. & TERRA. L. Geografia Geral: O espaço natural e socioeconômico. Editora Moderna. 4ª ed. P. 68 a 103. 2001.

Comunicação Social do IBGE - 13/09/2004.

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