Ressurgimento
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Na primeira metade do século XIX, a Galiza torna-se palco de uma série de acontecimentos que esboçam uma nova situação político-cultural que preparará o caminho para o chamado Ressurgimento. Esta época é conhecida como a dos Precursores.
Alguns acontecimentos históricos importantes contribuiram para despertar a consciência nacionalista de muitos galegos. Um deles foi a invasão francesa, que dará lugar à circulação de textos de agitação popular, escritos em galego. A consciência duma Galiza diferenciada do resto de Espanha irá aumentando progressivamente. Esta procura da identidade manifesta-se em publicações nas quais os escritores e políticos valorizam aquilo que é próprio em oposição ao exterior, considerado como ameaça.
Em 1848 tem lugar o banquete de Conxo em que confraternizaram estudantes e trabalhadores e em que o galeguismo toma características revolucionárias. Reivindica-se o direito da Galiza a administrar os seus própios recursos, participando homens que teriam grande protagonismo no movimento nacionalista galego, como Aurelio Aguirre ou mesmo Eduardo Pondal.
Com a publicação em 1853 do primeiro livro escrito em língua galega no século XIX, A gaita galega, dá-se um passo importante no sentido da normalização literária galega. O seu autor foi João Manoel Pintos, que, junto com Francisco Anhón, Manoel Murguía e outros, pertence ao grupo chamado dos Precursores, que anteciparia o "ressurgimento".
O Ressurgimento propriamente dito só chegará com a publicação de Cantares Galegos de Rosalia de Castro, em 1863, obra que marcará a maturidade deste "renascimento" da cultura galega. Outros escritores destacados são Curros Henríques (Aires da minha terra, 1880) e Eduardo Pondal (Queixumes dos pinos, 1886), que proporcionaram ao galego a plenitude literária que perdera há alguns séculos.