São Tomé (apóstolo)
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São Tomé o Apóstolo | |
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A incredulidade de São Tomé, por Caravaggio. | |
Tomé o Incrédulo, Tomé o Crente, Dídimo | |
Nascimento | ? |
Falecimento | c. 72 em próximo a Madras (Índia) |
Venerado pela | Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Igreja Anglicana e algumas Igrejas Protestantes |
Principal templo | Basílica de São Tomé (Chennai, Índia) |
Festa litúrgica | 3 de julho |
Atribuições | Gêmeos, seu dedo sobre as Chagas, lança (pelo martírio), esquadro (por sua profissão como pedreiro), vendas (por sua falta de fé). |
Polêmicas | Especula-se muito de quem Tomé tenha sido irmão gêmeo, e alguns estudiosos chegam a supor que Tomé seja na verdade um pseudônimo atribuído a algum outro apóstolo, em vez de uma pessoa. |
E logo disse a Tomé: "Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente". Respondeu-lhe Tomé: "Senhor meu e Deus meu! " João 20:28 |
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Tomé, também chamado Tomás, Judas Tomé (Tomás), Judas Tomé (Tomás) Dídimo, Dídimo ou Santomé, foi um dos doze apóstolos originalmente escolhidos por Jesus, segundo os Evangelhos sinóticos e os Atos dos apóstolos (Mt 10:3, Mk 3:18, Lk 6:15) havendo pouco registro além.
Índice |
[editar] Nome e identidade
Tem havido cada vez mais discordâncias a respeito da verdadeira identidade de São Tomé. Tomé não é propriamente um prenome, mas sim a palavra equivalente a gêmeo, vindo do aramaico Tau'ma (תום), e posteriormente traduzida para o grego Didymus. Essa palavra aparece composta com o prenome Judas nalguns trechos bíblicos. Muito se discute de quem esse Judas Tomé seria irmão gêmeo. Outros, inclusive, acreditam se tratar de Judas Tadeu, irmão de Tiago Menor, tendo-se confundido-o com uma terceira pessoa apenas porque seu nome teria aparecido com a alcunha Gêmeo algumas vezes em vez de Tadeu. Essa suspeita é reforçada por não haver um concenso histórico sobre quem seriam verdadeiramente os doze apóstolos, havendo indicativos no Novo Testamento sobre outros possíveis seguidores escolhidos por Jesus para ser um dos doze.
Além disso, as dúvidas são reiteradas pelas suspeitas de que o suposto São Tomé nunca teria missionado na Índia. A esse respeito, a tradição católica, bem como indícios indianos feito os católicos nativos de Malabar, apoiam a versão do martírio.
[editar] Outros nomes
O Evangelho de Tomé presente na biblioteca de Nag Hammadi assim se inicia: Esses são os ditos secretos que o Jesus vivo disse e Judas Tomé Dídimo registrou. Tradições sírias também alegam que o nome completo do apóstolo era Judas Tomé, ou Jude Tomé. Alguns dizem ter visto nos Atos de Tomé (escrito na Síria oriental entre os séculos II e III) uma identificação de São Tomé com o apóstolo Judas Tadeu, filho de Tiago. No entanto, a primeira frase desse Atos segue os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos, distinguindo os apóstolos Judas Tomé e Judas Tadeu.
Poucos textos determinam o irmão gêmeo de Tomé, apesar de que no Livro de Tomé o Adversário, também integrante nos manuscritos de Nag Hammadi, identifica-se Jesus como seu irmão: Agora, haja vista que foi dito ser tu meu gêmeo e verdadeiro companheiro, examina-te a ti mesmo.[1]
[editar] Tomé nos Evangelhos sinóticos
[editar] No Evangelho de João
São Tomé aparece numas poucas passagens no Evangelho de João. Em João 11:16, quando Lázaro morre, os discípulos resistem à decisão de Jesus para que retornem à Judéia, onde os judeus tentaram apedrejar Jesus. O Mestre está determinado, mas é Tomé que toma a palavra final: Vamos todos, pois poderemos morrer com Ele. Alguns interpretam esse como uma antecipação ao conceito teológico paulínio de morrer com Cristo.
Ele também fala na Última Ceia em João 14:5. Jesus assegura seus discípulos que eles sabem aonde ele irá, mas Tomé protesta que eles não sabem de fato. Jesus retruca a ele aos pedidos de Filipe com uma complexa exposição de seu relacionamento com O Pai.
A aparição mais famosa de Tomé no Novo Testamento está em João 20:24-29, quando duvida da ressurreição de Jesus e exige que necessita sentir Suas chagas antes de se convencer. Essa passagem é a origem da expressão Tomé o Incrédulo bem como de diversas tradições populares similares, tal como Fulano é feito São Tomé: precisa ver pra crer.. Após ver Jesus vivo (a Bíblia nunca afirma ter Tomé tocado de fato as Chagas), Tomé professa sua fé em Jesus; a partir de então ele é considerado Tomé o Crente.[2]
[editar] Epílogo
Da mesma forma que se acredita que Pedro e Paulo disseminaram as sementes do crisianismo pela Grécia e Roma, Marcos pelo Egito e João pela Síria e Ásia Menor, Tomé teria levado a Palavra à Índia, tendo sido o primeiro dos Católicos do Leste.
[editar] Tomé e a Ascenção de Maria
De acordo com A passagem de Maria, um texto da Alta Idade Média atribuído a José de Arimatéia, Tomé foi a única testemunha da Ascenção de Maria aos céus. Os outros apóstolos foram miraculosamente transportados a Jerusalém para observar sua morte. Tomé, que já estava na Índia, após o funeral fora transportado à tumba dela, onde testemunhou o corpo de Maria subir aos céus, jogando-lhe seu cinto. Numa inversão à imagem de ceticismo vinculada a Tomé, os outros apóstolos é que duvidaram de seu relato até verem a tumba vazia e o cinto.[3] O recebimento do cinto por Tomé é representado várias vezes na arte medieval e pré-Tridentina.
[editar] Tomé e Síria
Tomé tem um papel na lenda do rei Abgar V de Edessa (Urfa), por ter enviado Tadeu de Edessa para pregar na cidade mesopotâmica (hoje síria) de Edessa após sua Ascenção.[4] Santo Efreu, que também conta essa lenda, escreveu uma fábula na qual o demônio grita:
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- (...)A qual terra devo me refugiar do justo?
- Eu instiguei a Morte para os Apóstolos assassinar, e por suas mortes eu de suas investidas escapar.
- Mas fui duramente atingido: o Apóstolo que matei em Índia subjugou-me em Edessa; aqui e lá ele está em sua plenitude.
- Lá fui eu, e lá estava ele: aqui e lá para minha aflição o encontrei.[5]
A tradição mantida pela igreja de Edessa que afirma ser Tomé o Apóstolo da Índia gerou inúmeras fábulas também atribuídas a Santo efreu, copiadas em códices dos séculos VIII e IX. Referências nas fábulas preservam a crença de que os ossos de Tomé foram trazidos da Índia à Edessa por um mercador, e que as relíquias operam milagres tanto em Índia quanto em Edessa. Um pontífice determinou o dia dedicado ao santo e um templo a ele foi erguido. As tradições tomasianas ganharam corpo na liturgia siríaca.
Durante o século IV, o memorial erguido no suposto local do martírio de Tomé atraiu peregrinos a Edessa, para a veneração de seus restos. Nos anos de 380 d.C., Santa Egeria descreveu sua visita ao local em carta enviada à sua irmandade (Itineraria Egeriae):
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- Nós chegamos em Edessa em nome de Cristo nosso Senhor, e, em nossa chegada, dirigimo-nos diretamente à igreja e memorial de São Tomé. Lá, conforme os costumes locais, orações foram feitas e outras coisas costumeiras aos lugares santos; nós também lemos algo relevante a São Tomé em si. A igreja de lá é muito grande, muito bonita e recém-construída, merecedora de ser a casa do Senhor, e como havia muito que eu desejava ver, foi-me necessário lá permanecer por três dias.
[editar] Tomé e Índia
Eusébio de Cesareia[6] cita Orígenes como quem afirma ter sido Tomé o apóstolo dos pártias, mas Tomé é mais conhecido como missionário na Índia por meio dos Atos de Tomé, escrito entorno de 200 d.C.
As várias denominações da moderna da Igreja oriental dos Cristãos de São Tomé atribuem suas origens à sua tradição oral, datada de fins do século II, que alega ter Tomé chegado a Maliankara, próxima à vila de Moothakunnam, na região de Paravoor Thaluk, em 52 d.C. Esse vilarejo está localizado a 5km de Kodungallur, no Estado indiano de Kerala, e contém as igrejas dedicadas a São Tomé popularmente conhecidas como Ezharappallikal (Sete igrejas e meia). Essas igrejas estão em Kodungallur, Kollam, Niranam, Nilackal (Chayal), Kokkamangalam, Kottakkayal (Paravoor), Palayoor (Chattukulangara) e Thiruvithamkode — a meia-igreja.