Saia
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Saia É uma peça do vestuário mais utilizada por mulheres para cobrir apenas as pernas. Desde o princípio da história a saia vem sendo usada pelo homem devido ao seu modelo simples e sua grande utilidade. Seu comprimento pode variar, sendo fabricada de algodão ou nylon. Pode ser decorada com detalhes.
De acordo com os padrões de uma época ou a moda, as saias podem ser mais compridas, mais volumosas ou mais justas.
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[editar] História
É muito difícil precisar quando que a saia começou a ser utilizada, mesmo porque há divergencias quanto o que pode-se considerar saia. Consideraremos neste trabalho como tal qualquer vestimenta que cinje a parte inferior do corpo como um todo, sem divisão entre as pernas. Logo, não é de se adimirar que a primeira peça de roupa foi feita pelos humanos no período mesolítico e tratava-se de um pedaço de pele, sobra de alguma caçada, amarrada pela cintura, no formato de uma saia. Apesar deste passado tão remoto, o primeiro registro que algum destes antigos viventes da terra nos deixou de tal vestimenta é uma escultura suméria, que data de 3000 a.C.
[editar] Princípio
Devido a simplicidade de fabricação, não é de se admirar que mesmo depois dos sumérios, muitas outras civilizações utilizaram a modelagem da saia. Um exemplo disto é o Império Egípcio, que, até onde se sabe, só utilizava na parte inferior de suas vestimentas a saia, ou do poderosissimo Império Romano, onde eram utilizadas túnicas que, na parte inferior, se assemelhavam às nossas saias modernas. Desta maneira, assim que seu império se estinguiu, os seus invasores começaram a absorver alguns de seus apectos culturais, tais quais a vestimenta. Assim, as túnicas passaram a conviver com as bermudas, atadura e meias, se tornando a vestimenta padrão dos barbaros por muito tempo, modificando-se muito pouco durante este período. A principal caracteristica das roupas neste momento era a pouca diferenciação das mesmas entre os sexo. Na maiorias das tribos/reinos a veste dominante eram as túnicas, sendo que os homens costumavam utilizar as de “saia” mais curtas, fazendo par com meias, e as mulheres as mais compridas.
Foi só no século XI que, em contato com a cultura oriental através (principalmente) das cruzadas, as roupas mudaram de maneira mais relevante. Além de trazerem para casa tecidos orientas, os quais eram muito mais refinados, os cruzados também trouxeram novos cortes, peças de roupa e “tecnologias”, como o botão. Se deparando com tantas novidades e histórias maravilhosas, as mulheres ocidentais começaram a mudar seu visual. As roupas se tornaram, paulatinamente, mais ajustadas no busto graças ao abotoamento lateral, as mangas se tornaram amplas no punho e muito compridas, e muitas destas mulheres adoraram o véu mulçumano, claro sinal de orientalização.
[editar] Séc.XII ao Séc.XVIII
Por volta de 1130, surge na vestimenta feminina uma nova peça: o corpete. Este ancestral do espartilho era feito bem justo até a altura dos quadris e dele saía uma saia ampla, a qual possuia pregas e podia tanto ter o comprimento na altura dos pés quanto ter até uma cauda. Isto obrigou as sobretúnicas a ficarem mais justas, o que começou a diferenciar de maneira mais clara as vestimentas femininas e masculinas, mas ainda sim não como veio a ocorrer mais tarde. Na segunda metade do séc.XIV, tomando a visão de muitos historiadores, o movimento de estética nas roupas ao qual damos o nome de moda inicia-se. Isto significa que, apartir de então, a parte mais endinheirada da sociedade nunca mais teve sossego tratando-se de vestimentas: as mesmas passaram a ficar defasadas com o passar de pouco tempo. Foi então que a vestimenta mais feminina que se conhece começou a ganhar forma: o espartilho. Junto com ele, usava-se uma saia ampla e comprida em pregas. Sobre tudo isto utilizava-se a contê-hardie, uma bêca semelhante a utilizada pelos homens. Durante um periodo deste século, foi moda que esta bêca não tivesse lados, ou seja, tivesse grandes aberturas laterais que permetiam entrever o vestido, o que causava um efeito interessante.
Durante o fim do séc. XV e começo do XVI houve uma “germanização” geral na moda, a qual foi visivel pelos abundantes recortes nas roupas masculinas (inspirados nos trajes dos Landsknecht alemãos). Já nas femininas, as quais não eram tão estravagantes quanto de seus companheiros, isto só era visto nas saias ricamente bordadas de seus vestidos de cintura apertadíssima. Já no séc.XVII a moda de usar única saia por baixo da túnica foi substituida pela que pregava várias saias utilizadas de maneira sobreposta a fim de dar volume. O espartilho continuou se desenvolvendo, mais ainda não tinhsa o formato atual. O uso da bêca ainda era essêncial sobre o vestido.
Importante ressaltar novamente que os únicos que tinham acesso à estas vestimentas “na última moda” era os integrantes übber klass, ou seja, nesta época a aritocracia cortesã. No fim do séc.XVII e início do XVIII surge na nobreza francesa um novo rei, o qual perseguia um ideal de ostentação extrema. Este soberano foi Louis XIV, também conhecido como O Rei Sol. Neste contexto de opulência o espartilho encontrou terreno fertil para se desenvolver plenamente e as várias saias foram substituída pelo panier, uma armação geralmente feita de galhos de salguero que sustentava a saia superior. O panier aumentava a saia lateralmente a tal ponto que algumas delas chegavam a ter até 4 metros de circunferência. Sobre esta armação era colocada a anágua e sobre esta era utilizada as saia, que podia ser tanto aberta quanto fechada (nomeclatura utilizada pelos historiadores atuais). As abertas possuiam uma abertura frontal que permitia a visualização da anágua, a qual era ricamenta adornada, enquanto as fechadas eram interissas. Os principais tecidos para confeção destas saias eram o veludo, o musseline e os tecidos brocados e adamascados.
Para sustentar todo este luxo era usada uma grande porcentagem da renda pública, o que ajudou a agravar a crise pela qual a França passava. Os camponeses e a emergente classe burguesa juntaram-se para que pudessem acabar com toda aquela ostentação que, no fim, era paga por eles. Foi assim que, em 1789 irrompe a Revolução Francesa, a qual mudou os rumos da história (e da moda). Logo após sua vitória, os burgueses (os quais possuiam grande adimiração pela antiguidade clássica) se inpiraram deveras nos gregos para contruir sua “nova civilização” e a moda não escapou deste revival. As mulheres abandonaram o espartilho e começara a utlizar roupas mais leves e esvoaçantes. As saias desta época eram compridas e passavam a idéia de leveza.
[editar] Séc.XIX e Belle Époque
Porém, esta moda não durou muito e logo em 1820 o espartilho volta para a high fashion. Além dele, outras pequenas modificações ajudam a dar a impressão de cintura fina, dentre elas aumentar a amplidão da saia. Apartir de 1830 a saia encurtou um pouco, ficando na altura no tornozelo, e a largura ficou ainda maior. Já em 1840 a saia voltou a crescer em comprimento e diminuir em volume, mas ainda sim permanecendo bem rodada, e a cintura abaixou um pouco. A propsperida de da década de 1850 foi marcada pelo aumento exagerado das saias, que na primeira metade de década era obtido pelo uso de mais e mais anaguas, mas na segunda elas foram substituídas pela crinolina de armação. Esta famulosa invenção consistia de uma saia com vários arames costurados, os quais davam a forma desejada à saia superior. Além de muito mais leve, a crinolina era muito mais prática e até ajudou a definir o “ponto erotico da década”: o suava balaçar da saia produzido pelo andar da dama. A haute-couture começa nesta época, pelas mãos de Chales Frederik Worth.
Na década de 1860 a cinolina deixa de ser um cículo perfeito a passa a ser mais comprido na parte de trás. Isto possibilitou que toda aquela armação fosse substituída por uma anquinha; uma armação que ficava logo abaixo da cintura na parte de trás e acentuava a curva do quadril dramaticamente. A diminuição desta curva e o rebaixamento da mesma são as principais mudanças do período de 1877 a 1883, assim como a diminuição do volume da saia, a qual ficou com um aspecto semelhante ao de um sino. Apartir daí a anquinha volta com tudo e ainda mais marcada do que antes; agora, após a cintura há, literalmente, um apoio perpendicular à mulher de aproximadamente 30cm. Na década de 1890 a anquinha desapareceu de vez e os vestidos ganharam definitivamente a forma de sino. Este padrão se manteve até aproximadamente 1910.
É aí que surge Paul Poiret e revoluciona a maneira tradicional na qual eram feitos es vestidos. Poiret cria, inspirado nas vestimentas orientais, uma saia tão pertada que as mulheres foram obrigadas a usarem “ligas” nos joelhos a fim de andarem com passos menores e não estragarme suas saias. Todo o figurino de Poiret era muito suntuoso, cheio de penas, perolas, bordados, apliques, pedras... Não foi despropositalmente que a tendência seguinte negasse tudo isto.
[editar] Coquettes e Ladies (1920 a 1939)
Na década de 1920, após passar por uma guerra, as mulheres queriam estar na moda sem ter seus movimentos tão privados pelas roupas. Foi neste contexto que surgiu Gabrielle Chanel, mais conhecida como Coco Chanel, a qual pregava a funcionalidade das roupas acima de tudo. Por isto, nesta década, as saias encurtaram de maneira nunca vista antes nas mulheres e o modelo mais utilizado era o reto. As calças também começara a serem usadas pelo sexo feminino aqui, porém de maneira que ainda não punha a soberania as saias em perigo. Após a crise de 1929, um desejo crescente de glamour e ostentação se instalou no subconciênte coletivo. O resultado disto foi uma moda cheia de cetim, veludo, joias, peles e chapéus maravilhosos na década de 1930. As saias nesta época eram amplas e suntuosas ou no modelo lápis, mas todas compridas. Havia este consenso de romantismo no ar a ponto de o espartilho quase voltar, mas rompe a Segunda Grande Guerra e impede este plano.
[editar] Segunda Guerra Mundial
Novamente, as mulheres sofreram limitações horriveis e tiveram de substituir os homens no mercado de trabalho. Assim, uma moda mais funcional se instaura novamente. Saias mais curtas, simples, retas e que demandavam menos tecidos foram adotas em pouco tempo. Mesmo assim, a economia era tamanha que em muitos países, a única maneira de ter uma roupa que aparentasse ser nova era reformando as antigas para parecerem novas.
[editar] New Look e Mini-Saia
A guerra acabou em 1945 mas é só em 1947 que o novo shape do New Look se instaura. Em negação as privações da decada anterior, o new look (o qual imperou por toda década de 1950 também) consistia-se de uma cintura bem marcada e a saia extremamanete rodada. O comprimeito costumava ser no meio da canela, mas para evetos mais importantes, tornava-se mais comprida. A geração do BabyBoom alcaçou a adolecência na década de 1960, e assim exigiu sua própria moda. Desta maneira, a hegemonia da haute-couture e do padrão de beleza mais maduro foram derrubados pelo prèt-a-porte e pela moda jovem. Assim, a cintura abaixa e os comprimentos diminuem. As saias se tornam mais simples e funcionais e surge e mini-saia (de autoria disputada tanto por Mary Quant quanto por Pacco Rabanne).
[editar] 1970 à Contemporaneidade
Na década de 1970, esta multidão de jovens, que estão naquele intervalo entre a adolecência e a fase adulta começam a luta por seus ideais. Neste contexto, surgem principalmente duas correntes de moda jovem: o psicodelismo, com saias curtas, extravagantes, coloridas e chamativas e o hippie, com saias longas estilo indiana e princesa. Na década de oitenta todo este idealismo é deixada para trás e surge um neo-conservadorismo, que pregava a volta dos trajes clássicos. A cintura voltou a seu lugar e aparece a saia baloné.
[editar] Bibliografia
- LAVER, James. A Roupa e a Moda. São Paulo: Compania das Letras, 2002.
- GANDOLFI, Fiora. Il Novecento, Store di Moda: Gonne e Gonnelle. Modena: Zanfi, 1989.
- RACINET, Abert. Eutopean Costume. Singaoura: HBM, 2000