Sendim (Miranda do Douro)
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Concelho | Miranda do Douro |
Área | 38,31 km² |
População | 1 432 hab. (2001) |
Densidade | 37,4 hab./km² |
Freguesias de Portugal |
Sendim (em mirandês Sendin) é uma vila e freguesia portuguesa do concelho de Miranda do Douro, com 38,31 km² de área e 1 432 habitantes, de acordo com os censos de 2001 (densidade de 37,4 h/km²).
Elevada a vila em 1989, é parte integrante da área em que se fala o mirandês, na sua variedade sendinesa.
Ali se realiza, desde 1999, o Festival Intercéltico de Sendim, que todos os anos atrai milhares de pessoas.
Sendim faz parte do nordeste transmontano e como tal bem no interior do país. É uma vila situada a poucos quilómetros do rio Douro e que como tal se identifica com as arribas, sendo denominada mesmo a Capital da arribas.
São características de Sendim o seu dialecto, Sendinês, que de certa forma é uma variação do Mirandês; hoje considerada a segunda língua do país. Na vila predomina a qualidade gastronómica, onde se destaca a posta à Mirandesa. Sendim tem muitas pessoas activas e criativas, exemplo disso é a Banda Pica-Tumilho, a primeira banda de Rock Agrícola onde as letras das suas músicas são em Sendinês.
É realizado nesta vila anualmente no 1º fim de semana do mês de Agosto o Festival Intercéltico, festival que atrai milhares de pessoas para ouvirem musica folk.
[editar] Património
Villa Sendini
No que diz respeito a Sendim, em termos toponímicos, poderá advir do genitivo "sandini" ou "sindini" de uma "villa de Sandinus ou Sendinus" que são nomes pessoais germânicos da alta Idade Média.
Havia diversas "vicus e villae" de origem romana nesta região e que teriam sido soterradas e destruídas com as invasões árabes. Atenor, Urrós, Picote, Aldeia Nova, só para referir as que ficam mais perto de Sendim e à sua volta, são um verdadeiro testemunho, dados os vestígios nelas encontrados e as lápides funerárias com nomes similares, o que vem demonstrar uma identidade do povo desta região, nessa época. De notar que nesta região esteve acampado um destacamento da "Légio VII". Este destacamento teria como missão, proteger a exploração mineira nesta região e a protecção da via que ia de Moncorvo a Astorga e passava perto de Sendim. Ainda hoje se pode ver em alguns locais e está devidamente identificada. Esta via era cruzada por outra que passava também perto de Sendim e que seguia na direcção de Fermoselhe indo entroncar na "via da prata" a nascente e que seguia para poente na direcção de Algoso indo entroncar na via romana que seguia de Braga para Astorga.
A "Légio VII" esteve acampada na região de Leon ( Espanha ), localidade que deve o seu nome a esse facto.
Segundo o nosso entendimento, já expresso no Boletim Informativo do Centro Cultural de Sendim no princípio dos anos 80 do século XX, somos inclinados a defender que o nome de Sendim vem do termo godo "Sinth" - "Sind" - Via, caminho. Sendim como se disse acima fica no cruzamento de várias vias e desde o tempo do império romano.
É muito provável que neste local tenha existido uma "villa" romana que os Visigodos ocuparam e dela fizeram uma povoação medieval. Junto da igreja e na zona envolvente, na direcção da rua do Baiunco e rua da Frágua encontramos vários vestígios dessa época e até pré-romanos.
Em documentos medievais ainda aparece o nome Sindin.
Não oferece também qualquer dúvida que o reino Visigodo fez fronteira com o reino Suevo, nesta região.