Tratado de Saragoça
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O Tratado de Saragoça foi assinado em 22 de Abril de 1529 entre o soberano português, D. João III (1521-1557), e o imperador Carlos V, na cidade de mesmo nome, na Espanha.
O tratado visava solucionar a chamada questão das Molucas, que dominava as relações entre Portugal e Espanha, já que ambos alegavam que as ilhas ficavam dentro do seu hemisfério de acção, de acordo com o meridiano imaginário estabelecido pelo Tratado de Tordesilhas (1494), que se projectava sobre o Oceano Pacífico.
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[editar] A Questão das Molucas
As ilhas Molucas, na atual Indonésia, consideradas o berço de todas as especiarias, foram primeiramente visitadas por Fernão de Magalhães, navegador português a serviço da Coroa espanhola, em 1520. Alegando que se encontravam na sua zona de demarcação conforme o meridiano de Tordesilhas, os espanhóis ocuparam militarmente as ilhas, abrindo quase uma década de escaramuças pela sua posse com a Coroa portuguesa.
[editar] Antecedentes
D. João III e D. Carlos V combinaram não mandar mais ninguém buscar cravo ou outras especiarias às Molucas enquanto não se esclarece-se em que metade do mundo se encontravam as ilhas.
Para realizarem os cálculos, cada um nomeou três astrónomos, três pilotos e três cientistas, que se reuniram entre Badajoz e Elvas. No entanto não chegaram a acordo, pois, como não conseguiam ser rigorosos já que não se conhecia a maneira correcta de calcular a longitude, cada grupo atribuía as ilhas aos respectivos reis.
[editar] O tratado
Pelo Tratado de Saragoça definia-se a continuação do meridiano a 297,5 léguas do leste das ilhas Molucas, cedidas a Portugal mediante 350.000 ducados de ouro, mas em todo o seu tempo se o imperador ou sucessores quisessem restituir aquela avultada quantia, ficaria desfeita a venda e cada um ficará com o direito e a acção que agora tem.
Como é evidente, tal nunca sucedeu, até porque o imperador precisava desesperadamente do dinheiro português para financiar as suas guerras contra o seu arqui-rival Francisco I de França, e a Liga de Cognac que o suportava.
Foram plenipotenciários, por parte de Portugal, António Azevedo Coutinho e, por parte de Espanha, Mercurio de Gatinara, conde Gatinara, Garcia de Loyosa, bispo de Osma, e Garcia de Padilla, comendador de Calatrava.
[editar] Curiosidades
Medições posteriores comprovaram que, pelo meridiano de Tordesilhas, as ilhas encontravam-se em território pertencente a Portugal.