Watchmen
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Watchmen (palavra em inglês que significa "vigilantes") é uma série de história em quadrinhos escrita por Alan Moore e ilustrada por Dave Gibbons, publicada originalmente em 12 edições mensais pela editora norte-americana DC Comics entre 1986 e 1987. A série foi posteriormente reimpressa no formato graphic novel em uma edição única.
Watchmen é considerada um marco importante no desenvolvimento dos quadrinhos nos EUA: introduziu temas e abordagens antes ligadas apenas aos quadrinhos alternativos. Diz-se que Watchmen foi, no contexto dos quadrinhos da década de 1980, juntamente com The Dark Knight Returns de Frank Miller e Maus de Art Spiegelman), um dos responsáveis por despertar o interesse do público adulto para um formato até então considerado infantil.
A série foi galardeada com vários Prémios Kirby e Eisner, além de uma honraria especial no Prémio Hugo (única graphic novel a conseguir tal feito). Watchmen também é a única história em quadrinhos presente na lista dos 100 melhores romances eleitos pela revista Time desde 1923[1]. Uma adaptação para o cinema está atualmente em estágio de pré-produção, dirigida por Zack Snyder[2].
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[editar] Características
Ambientada em uma realidade fictícia na qual os super-heróis são uma presença real na história da humanidade, Watchmen é um drama de crime e aventura que incorpora temas e referências relacionados à filosofia, ética, moral, cultura popular, história, artes e ciência.
A trama principal trata dos desdobramentos de uma conspiração revelada pela investigação do assassinato de um super-herói. Em torno desta história giram várias tramas menores que exploram a natureza humana e as diferentes interpretações de cada pessoa para os conflitos do bem contra o mal, através das histórias pessoais e relacionamentos dos personagens principais.
A responsabilidade moral é um tema de destaque, e o título Watchmen refere-se à frase em latim "Quis custodiet ipsos custodes", traduzida comumente como "Who watches the watchmen?" ("Quem vigia os vigilantes?"), tirada de uma sátira de Juvenal. Neste sentido, a obra procura questionar o próprio conceito de "super-herói" comum nos quadrinhos norte-americanos e enraizados em sua cultura de massas daquele país e a partir daí manifestar-se sobre questões diversas: ao longo de seu texto, a obra (assim como seus próprios personagens) evita mesmo utilizar-se da expressão "super-herói", preferindo termos como "aventureiros fantasiados" ou "vigilantes mascarados".
[editar] Enredo
Na realidade de Watchmen, Richard Nixon conduziu os EUA à vitória na Guerra do Vietnã. Esta vitória, além de muitas outras diferenças entre o mundo verdadeiro e o da história, deriva da existência do Doutor Manhattan, um indivíduo norte-americano dotado de poderes especiais, os quais o levam a possuir vasto controle sobre a matéria e a energia.
Neste mundo existiam quadrinhos de super-heróis no final de 1930, inclusive do Superman, os quais eventualmente seriam a principal inspiração para que um dos personagens das série se tornasse combatente do crime (o primeiro Coruja). As revistas deste gênero então deixaram de existir, sendo substituídas por quadrinhos de piratas (talvez devido ao surgimento de heróis verdadeiros). O Doutor Manhattan, o único a possuir poderes paranormais, foi o primeiro da "nova era" de super-heróis mais sofisticados que durou do começo dos anos 60 até a promulgação da "Lei Keene" em 1977, implantada em resposta à greve da polícia e a revolta da população contra os vigilantes que agiam acima da lei.
A Lei Keene exigia que todos os "aventureiros fantasiados" se registrassem no governo. A maioria dos vigilantes resolveu se aposentar, alguns revelando suas identidades secretas para faturar com a atenção da mídia. Outros, como o Comediante e o Doutor Manhattan, continuaram a trabalhar sob a supervisão e o controle do governo. O vigilante conhecido como Rorschach, entretanto, passou a operar como um herói renegado e fora-da-lei, sendo freqüentemente perseguido pela polícia.
A história abre com a investigação do assassinato do homem de negócios Edward Blake, logo revelado como sendo a identidade civil do vigilante mascarado conhecido como Comediante. Tal assassinato chama a atenção de Rorscharch, o qual passará toda a primeira metade da trama entrando em contato com seus antigos companheiros em busca de pistas, considerando praticamente todos como possíveis suspeitos.
[editar] Origem e personagens
No começo da década de 1980 a DC Comics, que havia adquirido os direitos de vários personagens da extinta editora Charlton Comics, submeteu-os a Alan Moore para que ele escrevesse uma mini-série sobre eles. Watchmen foi o resultado, contando com novos heróis para evitar problemas de continuidade com o Universo DC existente e seus personagens já estabelecidos.
Enquanto os heróis de Watchmen foram inicialmente inspirados em vários personagens da Charlton Comics, vale dizer que Moore tomou emprestado elementos de vários outros quadrinhos, além de criar grande parte dos detalhes. Abaixo está a lista dos personagens de Watchmen e as figuras que os inspiraram:
- O Comediante (Edward Blake, Comedian no original), adaptado do Pacificador e com elementos inspirados em Nick Fury, da editora Marvel Comics.
- Doutor Manhattan, adaptado do Capitão Átomo.
- O Coruja I (Hollis Mason, Niteowl na versão original), adaptado do Besouro Azul (Dan Garret).
- O Coruja II (Dan Dreiberg), adaptado do Besouro Azul (Ted Kord) e com elementos do Batman.
- Ozymandias (Adrian Veidt), adaptado do Thunderbolt.
- Rorschach (Walter Kovacs), adaptado do Questão .
- Espectral I e II (Sally Juspeczyk e depois Laurie Juspeczyk, Silk Spectre na versão original), adaptadas da Sombra da Noite e com elementos da personagem da DC Comics conhecida como Canário Negro.
[editar] Referências
- ↑ Watchmen na lista de "All Time 100 Novels" da Revista Time
- ↑ "Diretor Zack Snyder fala sobre 'Watchmen'" in Cinema com Rapadura"
[editar] Ligações externas