A Águia e a Galinha
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Águia e a Galinha é um livro de Leonardo Boff que expõe detalhes acerca da Teologia da Libertação, doutrina que mescla marxismo com espiritualidade católica.
[editar] Ligações externas
A águia e a galinha
Este livro começa nos contando e fazendo uma metáfora com a condição humana sobre a história de uma águia que havia virado galinha quando um camponês tinha a pegado na floresta e a criava junto às galinhas. Com o passar dos anos ela foi se acostumando a essa condição e virou galinha de verdade até um dia quando apareceu um naturalista e a fez enxergar quem era ela de verdade. . Cada um poderá lê-la e interpretá-la conforme o chão que os seus pés pisam. Essa história evoca dimensões profundas do espírito, indispensáveis para o processo de realização humana como o sentimento de auto-estima, a capacidade de dar a volta por cima nas dificuldades quase insuperáveis. Cada pessoa tem dentro de si uma águia querendo nascer. Para onde olharmos, encontraremos a dimensão-galinha e a dimensão-águia. Elas vêm revestidas de muitos nomes: realidade e sonho, corpo e alma, religião e fé. Todos esses pares são expressões da complexidade de uma mesma e única realidade. Uma realidade que pode ser feita de caos e de cosmos, onda e partícula, corpo-alma, fé e religião, ética e moral. Temos uma estrutura básica que preside a todos os fenômenos com caráter fechado, porque constitui uma realidade consistente e, ao mesmo tempo, aberto, porque se dimensiona para fora. Cumpre buscar o caminho do meio ao dar a cada uma a sua importância, ou seja, colocar em equilíbrio nossas duas dimensões fundamentais da existência. Ai de nós, se nos contentarmos em ser somente galinhas ou somente águias. Sejamos galinhas e águias: realistas e utópicos. Se não buscarmos o impossível (a águia) jamais conseguiremos o possível. Cada um precisa escutar a sua natureza interior, captar a águia que se anuncia ou a galinha que emerge. Após escutá-las, importa usar a razão para ver claro e o coração para decidir com inteireza. Somente assim se conquistará a promessa de um equilíbrio dinâmico e ter uma viagem e uma aventura na direção da própria identidade.
Hoje, no processo de mundialização homogeneizadora, importa darmos asas à águia que se esconde em cada um de nós. Só então encontraremos o equilíbrio. A águia compreenderá a galinha e a galinha se associará ao vôo da águia. Na nossa atual humanidade e em nosso planeta, assistimos aos mandos e desmandos dos mais fortes, dos detentores do saber, do ter e do poder, que querem controlar, para nos reduzir a simples galinhas e nos subordinar aos seus interesses, mas é preciso que não aceitemos essa submissão, que rejeitemos os conformismos, os comodismos, porque essa dominação sempre será causadora de muitos sofrimentos à maioria da humanidade diante da pobreza e da exclusão social, por isso é necessário que despertemos a águia que existe dentro de nós para juntos construirmos um mundo melhor, onde todos possam participar e decidir sem omissões, libertando-se da opressão.