Alexandra da Dinamarca
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A Rainha Alexandra do Reino Unido (1 de Dezembro de 1844 - 20 de Novembro de 1925) foi a rainha consorte de Eduardo VII do Reino Unido e durante o reinado de seu marido a Imperatriz da Índia. Alexandra ficou titulada como Princesa de Gales entre 1863 e 1901 (o maior período em que alguém deteve tal título), antes da ascenção de Eduardo ao trono. De 1901 até sua morte, ela era a Rainha Mãe, por ser a mãe de Jorge V do Reino Unido, mal não usava aquela designação. Ao invés disso, apesar da viuvez, ela foi titulada "Sua Majestade, Rainha Alexandra".
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[editar] Genealogia
A Princesa Alexandra Carolina Marie Charlotte Louise Julia de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg (em português: Alexandra Carolina Maria Carlota Luísa Júlia), conhecida por íntimos como Alix, nasceu no Palácio Amarelo, uma residência do século XVIII na 18 Amaliegade, perto do complexo do Palácio de Amalienborg em Copenhaga. Seu pai era o príncipe Cristiano, depois rei Cristiano IX da Dinamarca. Sua mãe era a princesa Luísa de Hesse-Kassel. Apesar de ter sangue real, sua família vivia uma vida relativamente normal. Não obstante, eles, embora não tivessem grande fortuna, fizeram casamentos espetaculares. Sua irmã, a Princesa Dagmar, por exemplo, se tornaria Maria Feodorovna, esposa do czar Alexandre III da Rússia e mãe de Nicolau II. Como resultado desse casamento, Cristiano ficou conhecido como "o sogro da Europa".
[editar] Princesa de Gales
O príncipe Alberto Eduardo, Príncipe de Gales, conhecido como "Bertie", já tinha dado aos seus pais, a rainha Vitória do Reino Unido e o príncipe Alberto de Saxe-Coburg-Gotha, uma causa considerável para preocupação, e sua mãe, então viúva, estava ansiosa para que ele se estabelecesse. Alexandra da Dinamarca não foi sua primeira escolha, porque os dinamarqueses estavam em forte descordo e total desarmonia com os prussianos, e a maior parte da família real britânica tinha relações familiares alemãs.
No entanto, ao conhecer a rainha, a bela e jovem Alix ganhou a aprovação de Vitória e de Bertie. Um ode foi escrito por Alfred Tennyson, em honra de Alexandra, e uma música especial foi composta por Sir Arthur Seymour Sullivan para lhe dar as boas vindas ao Reino Unido.
Alexandra desposou Bertie em 10 de Março de 1863; seu pai ascendeu ao trono dinamarquês oito meses depois. O casamento ocorreu na capela de St. George, no Castelo de Windsor, e a cerimônia foi recordada numa obra do pintor William Powell Frith.
Durante a lua-de-mel, eles despediram-se de amigos e colegas de Eton College, entre os quais estava Lord Randolph Churchill (que descreveu o evento em cartas), cuja esposa Jennie Jerome teria depois um longo caso extraconjugal com seu marido, de quem Alexandra estava a par.
O casal teria seis filhos no total, listados abaixo:
| Nome | Nascimento | Morte | Casamento |
|---|---|---|---|
| Príncipe Alberto Victor, Duque de Clarence | 8 de Janeiro de 1864 | 14 de Janeiro de 1892 | Não casou-se. |
| Jorge V do Reino Unido | 3 de Junho de 1865 | 20 de Janeiro de 1936 | Casou-se com Maria de Teck, com quem teve seis filhos. |
| Luísa, Princesa Real e Duquesa de Fife | 20 de Fevereiro de 1867 | 4 de Janeiro de 1931 | Casou-se com Alexander Duff, 1° Duque de Fife, com quem teve três filhos. |
| Princesa Vitória Alexandra | 6 de Julho de 1868 | 3 de Dezembro de 1935 | Não casou-se. |
| Princesa Maud | 26 de Novembro de 1869 | 20 de Novembro de 1938 | Casou-se com Haakon VII da Noruega, com quem teve um filho. |
| Príncipe Alexandre João de Gales | 6 de Abril de 1871 | 7 de Abril de 1871 |
[editar] Vida privada e rivalidades
O estilo de Alexandra era muito diferente do de membros da família real britânica da época. Ela era devotada aos seus filhos e aos seus criados e gostava de atividades como dança e patinação no gelo. Mesmo depois do nascimento de seu primeiro filho, o príncipe Alberto Victor ("Eddy"), em 1864, ela continuou a agir como antes, causando uma certa fricção entre a rainha e o jovem casal. Com o nascimento de Luísa em 1867, no entanto, complicações ameaçaram sua vida, e ela começou a sofrer de manqueira permanente e de surdez crescente, a qual era hereditária. Consciente de sua cicatriz no seu pescoço (segundo se alega, foi resultante de um acidente na infância; outros sugerem uma tentativa de suicídio), ela tentou escondê-la usando extravagantes colares de gargantilha e vestidos. Uma mulher elegante e atraente, Alexandra fez de seus colares uma moda passageira, mas poucos na época sabiam do segredo atrás deles.
Bertie e Alix achavam Sandringham House sua residência favorita, e o casamento era em muitas maneiras feliz. Contudo, Bertie não dava tanta atenção para sua esposa e para seus filhos como Alexandra teria querido, e eles cresceram gradualmente afastados até que uma séria doença atingisse Bertie no começo de 1870, trazendo uma reconciliação. A relação familiar teve seus altos e baixos ao longo dos anos: Bertie, mesmo tendo de volta as afeições de sua esposa, continuou mantendo casos com amantes, dentre elas as atrizes Lillie Langtry, Daisy Greville, Condessa de Warwick, a bela mas casada Jennie Churchill (mãe de Winston Churchill, a humanitária Agnes Keyser e a matrona da sociedade Alice Keppel (bisavó de Camilla, Duquesa da Cornualha, a segunda esposa de Carlos, Príncipe de Gales, cujo trisavô é Bertie).
Alaxandra tomava conhecimento da maior parte dessas mulheres e, inclusive, permitiu Keppel ficar ao lado da cama de seu marido na hora da morte deste. É dito, entretanto, que Alexandra simplesmente tolerava Keppel, mas não a aceitava. Por exemplo, não aceitava o fato de que Alice aparecesse em qualquer lugar onde ela e Bertie estivessem. Alexandra supostamente gostava da companhia de Jennie Churchill, para a qual suplicava para estar por perto, apesar do fato de que Jennie estivesse envolvida num caso com Bertie posteriormente. Keyser foi de fato a melhor recebida nos círculos reais, por causa de sua natureza respeitosa e discreta e porque não era casada.
O autor Raymond Lamont-Brown escreveu em seu livro Edward VII's Last Loves: Alice Keppel and Agnes Keyser que a influência positiva que suas duas últimas relações extraconjugais tiveram nele não podem ser atenuadas. Alice Keppel e Agnes Keyser estiveram simultaneamente ligadas a Bertie entre 1898 e 1900 até sua morte, em 1910.
Alexandra nunca teve amantes. Apesar de algumas mulheres na família real britânica terem cometido adultério (incluindo mulheres monarcas), para alguém de seu status social, isso não seria aceito socialmente.
A morte de seu primogênito, o príncipe Alberto Victor, em 1892, foi um choque para Alexandra, que sempre fora muito sentimental. Ela insistiu em manter seu quarto e suas possessões exatamente do jeito que ele as havia deixado, bem como sua sogra fez quando perdeu o marido em 1861. Alexandra manteve-se com uma aparência juvenil durante sua idade avançada, usando maquiagem pesada e véus.
[editar] Rainha Alexandra
Como rainha entre 1900 e 1910 e Rainha Mãe posteriormente, Alexandra foi grandemente amada pelo povo britânico. Ela é associada com muitas instituições de caridade, a mais notável sendo Alexandra Rose Day. Durante a Primeira Guerra dos Bôeres, ela fundou a Queen Alexandra's Nursing Corps (Corpo de Enfermaem da Rainha Alexandra), cuja abreviação foi "Q.A.s". Contudo, ela precisou de acume político, e seu rancor pelos alemães tornou-se muito aparente na Primeira Guerra Mundial, um rancor originário da conquista alemã das antigas ilhas dinamarquesas Schleswig e Holstein durante a Guerra dos Ducados em 1864.
Alexandra morreu em 20 de Novembro de 1925, após sofrer um ataque cardíaco, em Sandringham House, e seu corpo foi sepultado em Windsor, Berkshire.
[editar] Títulos em ordem cronológica
- Sua Serena Alteza Princesa Alexandra de Schleswig-Holstein-Sonderburg-Glücksburg (1844–1853)
- Sua Alteza Princesa Alexandra da Dinamarca (1853–1858)
- Sua Alteza Real Princesa Alexandra da Dinamarca (1858–1863)
- Sua Alteza Real A Princesa de Gales (1863–1901)
- Sua Majestade A Rainha (1901–1910)
- Sua Majestade A Rainha Alexandra (1910–1925)
