Anfíbola
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Anfíbola é o nome genérico dado a um extenso grupo mineralógico (conhecido por grupo das anfíbolas), constituído por silicatos complexos de dupla cadeia de SiO4, contendo o ião hidroxil e catiões metálicos variados (Ca2+, Mg2+, Fe2+, Al3+, Na+, e outros). Agrupam-se geralmente em anfíbolas monoclínicas e anfíbolas ortorrômbicas. De cores escuras, com predominância para o verde e o azul, estão presentes em rochas ígneas e metamórficas, sendo contudo mais abundantes nas primeiras.
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[editar] Origem do nome
O nome anfíbola (do grego amfibolos, que significa ambíguo) foi originalmente cunhado pelo mineralogista René Just Haüy para incluir a tremolite, actinolite e a hornblenda. O uso do termo foi depois estendido a todo o grupo dos silicatos de dupla cadeia. Têm sido descritas numerosas (largas centenas) formas destes minerais, incluindo múltiplas variedades, as mais importantes das quais são listadas abaixo.
[editar] Composição e origem
A fórmula geral destes minerais obedece à expressão geral dos metasilicatos, que pode ser traduzida por RSiO3, o que faz das anfíbolas inossilicatos compostos por cadeias duplas de tetraedros de SiO4 ligados pelos vértices. Em geral contêm iões de ferro e magnésio embebidos na sua estruturas, o que contribui para as suas cores escuras.
A sua composição química e características gerais levam-nos a ser semelhantes às piroxenas, e como elas, podem ser incluídos em três séries de acordo com o seu sistema de cristalização.
A principal característica distintiva entre anfíbolas e piroxenas é a clivagem: as anfíbolas formam planos de clivagem oblíquos, enquanto as piroxenas formam ângulos normais (aproximadamente 90º entre planos). As anfíbolas são também em geral menos densas que as correspondentes piroxenas e apresentam em geral forte pleocroísmo, ou seja cores diferentes de acordo com a direcção em que o mineral é observado, o que em geral não acontece com as piroxenas.
As anfíbolas podem ser minerais de formação primária ou secundária. Os primeiros (primários, como a hornblenda) ocorrem como constituintes de rochas ígneas como o granito, o diorito e o andesito; os restantes (secundários) ocorrem em mármores, em resultado de metamorfismo de contacto (como a tremolite), ou resultam da alteração da augite por dinamo-metamorfismo (actinolite). Pseudomorfos de anfíbolas produzidos a partir de piroxenas são conhecidos por uralite.
As anfíbolas são o principal mineral constituinte das rochas conhecidas por anfibolitos.
[editar] Grupos de anfíbolas
Série ortorrômbica
- Antofilite (Mg,Fe)7Si8O22(OH)2
Série Monoclínica
- Tremolite Ca2Mg5Si8O22(OH)2
- Actinolite Ca2(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2
- Cummingtonite Fe2Mg5Si8O22(OH)2
- Grunerite Fe7Si8O22(OH)2
- Hornblenda Ca2(Mg,Fe,Al)5(Al,Si)8O22(OH)2
- Glaucofana Na2(Mg,Fe)3Al2Si8O22(OH)2
- Riebeckite Na2Fe2+3Fe3+2Si8O22(OH)2
- Arfvedsonite Na3Fe2+4Fe3+Si8O22(OH)2
- Richterite Na2Ca(Mg,Fe)5Si8O22(OH)2
Destes minerais, merecem particular atenção a tremolite, hornblenda e a crocidolite, bem como as importantes variedades amianto e jade, que são tratadas à parte dado seu valor como recursos naturais.
Dadas as diferenças em composição química, os diferentes membros deste grupo apresentam cores e propriedades físico-químicas muito díspares, variando, por exemplo, a sua densidade entre os 2,9 e os 3.8.
A antofilite ocorre como massas fibrosas ou lamelares de cor castanha associadas a hornblendas em micaxistos da Noruega e de algumas outras localidades. Uma variedade rica em alumínio é conhecida por gedrite, enquanto que uma forma pobre em ferro, de cor verde viva, originária da Rússia é designada por kupfferite.
A actinolite é um importante membro da série monoclínica, formando grupos radiais de cristais aciculares de cor verde brilhante ou verde-cinza. O nome é composto das partículas gregas aktis, um raio, e lithos, uma pedra, uma tradução do nome alemão da rocha Strahlstein (rocha radiada).
A glaucofana, a crocidolite, a riebeckite e a arfvedsonite formam um grupo específico de anfíbolas alcalinas. Os primeiros dois minerais são fibrosos, de cor azul, ocorrendo em xistos cristalinos, parecendo ser o resultado de processo dínamo-metamórficos; os últimos dois são minerais verde-escuro que ocorrem em rochas ígnes ricas em sódio, tais como os nefelino-sienitos e os fonólitos.
A aenigmatite, e a sua variedade cossyrite, são minerais raros que aparecem como constituintes de rochas ígneas dos grupos dos nefelino-sienitos e dos fonólitos.
[editar] Referência
- Hurlbut, Cornelius S.; Klein, Cornelis, 1985, Manual of Mineralogy, 20th ed., John Wiley and Sons, New York ISBN 0471805807