António Rodrigues

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ANTÓNIO RODRIGUES - jesuíta português, segundo a Biblioteca Lusitana, tomo I, página 374, nasceu em Lisboa e «passou como soldado em uma armada castelhana ao Rio da Prata, com o desejo de acumular riquezas. Porém movido por impulso superior resoluto alistar-se em outra milícia mais nobre e alcançar outros tesouros», sendo admitido no Brasil, pelo Padre Manoel da Nóbrega, à [[Companhia de Jesus]] em 1553.

Diz a mesma obra que «penetrou descalço as fragosas serras de Piratininga, e sem algum viático para sustentar a vida, foi admirável e copioso o fruto que colheu», «reduzindo ao suave jugo do Evangelho a infinitos bárbaros que viviam mais como feras do que homens embrenhados na espessura dos matos». Para a Biblioteca Lusitana, deve-se a seu zelo a conversão de quase 50 mil gentios e a edificação «de todas as aldeias que se assentaram desde o Camamu 18 léguas da banda do sul da cidade até quase o rio Real, quarenta léguas dela para o Norte». Voltando da Bahia para o Rio de Janeiro, em companhia do governador Mendo de Sá, em 1567, continuou com o mesmo ardor as suas empresas apostólicas, até morrer em 20 de janeiro de 1568 quando tinha 52 anos e 14 anos de Companhia.

Na Crônica da Província do Brasil, escreveu dele o Padre Simão de Vasconcelos: «foi sempre homem de grande coração e igualmente tento e devoto. Tinha familiar trato com Deus, tratava asperamente seu corpo, e ainda quando Soldado no século era exemplo nestas matérias aos companheiros».

Obra:

1 - Duas Cartas das suas Missões ao Provincial da Bahia, e outras aos Padres da Província de Portugal, 1562 impressas em italiano.
2 - Quatro Cartas escritas ao Padre Manoel da Nóbrega, 1559 impressas em italiano.
3 - Carta escrita da Bahia ao P. Geral em 10 de Setembro de 1559.

António Rodrigues (século XVIII?), arquitecto português.

Muito pouco se sabe acerca de sua biografia. Nasceu na Quinta da Devesinha, em Minhotães, Concelho de Barcelos, Distrito de Braga.

Como colaborador de Nicolau Nasoni, o Prof. António Cruz refere:

Quanto a António Rodrigues, esse, sim, mestre-pedreiro, natural de Minhotães, como dito foi, sabemo-lo a colaborar com Nasoni, pelo menos a partir de 3 de Agosto de 1743, pois foi nesse dia, entre muitos oficiais pedreiros que de várias partes concorreram, quem tomou de arrematação a obra da igreja do Bom Jesus de Bouças (Matosinhos), para construir o seu «frontispício, ilhargas, duas capelas, confessionários, púlpito e baptistério», de acordo com uma planta devida a Nasoni (...). (CRUZ, António. Nasoni, Arquitecto da Igreja de Bougado)

Para a execução das obras da igreja de Bougado, houve dois contratos: o primeiro deles, de 1748, foi lavrado no tabelião do Couto e Honra de Fralães; o segundo, definitivo, de 1754, foi feito no Porto. Neste documento, assinado também por Nasoni, António Rodrigues aparece guindado a arquitecto e mestre-arquitecto:

(...) entre vários lanços que houveram o mais diminuto foi o que deu e lançou o dito Arquitecto António Rodrigues da Devezinha, que com efeito lançou a quantia de cinco contos e vinte mil réis, e por esta quantia lhe houveram por arrematada a dita obra, e por assim ser verdade disse ele Mestre-Arquitecto António Rodrigues (...)

Dada a proximidade entre Minhotães e Monte de Fralães, não é de excluir que o dedo de mestre de António Rodrigues possa ter estado activo nas obras de ampliação que ao seu tempo sofreu a actual matriz dessa freguesia.

Existiu um outro António Rodrigues, que no século XVII exerceu o cargo de "Mestre das obras das fortificações", e que foi substituído por Filippo Terzi em 1590.