Bonecos Falantes
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Bonecos Falantes são uma criação do caricaturista e diretor de televisão Borjalo (pseudônimo de Mauro Borja Lopes - Pitangui, MG, 1925 - Rio de Janeiro, RJ, 2004).
Já caricaturista internacionalmente famoso, Borjalo, nos anos 60, ingressou na televisão. Sua primeira colaboração criativa foi adaptar seus desenhos à linguagem do veículo. Começou a ilustrar os programas que dirigia com cartões-truca (caricaturas em papel-cartão com olhos e boca móveis, para dar a impressão de que "falavam"; atores e/ou locutores dublavam os bonecos). Borjalo apelidou essas caricaturas de Bonecos Falantes.
Os primeiros apareceram no Jornal de Vanguarda da TV Excelsior. Geralmente, políticos, artistas e esportistas eram os preferidos para "virarem" Bonecos Falantes.
O locutor Célio Moreira (irmão menos famoso do locutor e apresentador de televisão Cid Moreira) era a voz mais utilizada para dublar os bonecos. Célio tem enorme capacidade de fazer vozes diferentes.
Os Bonecos Falantes acompanharam Borjalo quando ele se transferiu para a Rede Globo, em 1966, para dirigir o Jornal de Verdade. Para aquele telejornal, Borjalo criou a Casquinha, uma tartaruguinha falante que informava a previsão do tempo e, sorrateiramente, dava recados políticos, o que era muito arriscado naqueles tempos de censura feroz. Ficou famoso o recado de Casquinha às vésperas da edição do AI-5, durante o governo Costa e Silva: Nuvens negras sobre o planalto central..., disse a tartaruguinha numa noite de dezembro de 1968.
O mais famoso Boneco Falante foi a Zebrinha, da Rede Globo, criada em 1973 para divulgar os resultados da Loteria Esportiva, no programa Fantástico.
Os recursos da informática "aposentaram" os Bonecos Falantes. Os últimos trabalhos de Borjalo foram as vinhetas de intervalo da Globo (os famosos plin-plins), realizadas em modernas estações de computação gráfica.