Bruxa
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Bruxa, em sânscrito, quer dizer “mulher sábia” ou sabedoria feminina, ou seja, deusa, mulher mágica, mulher = bruxa.
Uma bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher velha e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível. É inegável a conexão entre esta visão e a visão da Hag ou Crone[1] dos anglófonos. É também muito popularizada a imagem da bruxa como a de uma mulher sentada sobre uma vassoura voadora, ou com a mesma passada por entre as pernas, andando aos saltitos. Alguns autores utilizam o termo, contudo, para designar as mulheres sábias detentoras de conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, magia.
Algumas bruxas históricas adquiriram alguma notoriedade, como é o caso chamadas Bruxas de Salem. São também bastante populares na literatura de ficção, como nos livros da popular série Harry Potter, que versam sobre uma vasta comunidade de bruxos e bruxas cuja maioria prefere evitar a magia negra, ou a trilogia sobre as bruxas Mayfair, de Anne Rice.
As bruxas foram implacavelmente caçadas durante a inquisição na Idade Média. Um dos métodos usados pelos inquisidores para identificar uma bruxa nos julgamentos do Santo Ofício consistia na comparação do peso da ré com o peso de uma Bíblia gigante. Aquelas que fossem mais leves eram consideradas bruxas, pois dizia-se que as bruxas adquiriam uma leveza sobrenatural. Frequentemente as bruxas são associadas a gatos pretos, muitas vezes tidos como espíritos sobrenaturais habitando o corpo de um animal. Estes costumam ser designados na literatura como Familiares.
Diziam que as bruxas voavam em vasouras a noite e principalmente em noites de lua cheia, que faziam feitiços e transformavam as pessoas em animais e que eram más.
Hoje em dia essas antigas superstições como a da bruxa velha da vassoura na lua cheia já foram quebradas. Ao começar com Gerald Gardner que é o pai da religião Wicca- a religião da bruxaria , formada por bruxas (e bruxos) que mantém a velha "Arte" depois da Inquisição e que descarta o uso de magia negra. Hoje também pode-se encontrar uma vasta quantidade de livros e sites que explicam a "Antiga Religião".
Em algumas regiões do Brasil o termo também pode ser usado para designar uma mariposa (traça em Portugal) grande e de coloração escura. Talvez por associar-se a imagem da borboleta à uma imagem humanóide feminina como as fadas e, assim, remeter a imagem da mariposa à de uma senhora de idade avançada, de vestes escuras e de hábitos noturnos - a bruxa.
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[editar] História
À afirmativa de existência de bruxas, admite-se uma ressalva. Elas existem, mas na esteira de uma época dominada por medos, quando qualquer manifestação diversa era implacavelmente perseguida pela Igreja.
A feitiçaria já era citada desde os primeiros séculos de nossa era. Autores como o filósofo grego Lucius Apuleius (123-170), fazia alusão a uma criatura que se apresentava em forma de coruja, que na verdade era uma forma descendente de certas mulheres que voavam de madrugada, ávidas de carne e sangue humanos.
Para os intelectuais, estes acontecimentos não passavam do imaginário popular, sonhos, pesadelos e, assim, recusavam-se a admitir a existência de bruxas. Porém, entre muitos povos não era assim: os éditos dos francos salianos falavam da Estrige como se ela existisse de fato. Os penitenciais atestavam a crença nessas mulheres luxuriosas. No início do século XI Burchard, o bispo de Worms, pedia aos padres que fizessem perguntas às penitentes, no intuito de descobrir se eram seguidoras de Satã, (...) se tinham o poder de matar com armas invisíveis cristãos batizados (...) Se sim, quarenta dias de jejum e sete anos de penitências.
Até o século XIII a Igreja não condenava severamente esse tipo de crendice. Mas, nos séculos XIV e XV, práticas mágicas, heresias, bruxarias se confundiam. Eram, em geral, mulheres as acusadas. Hereges, cátaros e templários foram violentamente condenados pela Inquisição.
O movimento de repressão à bruxaria, iniciado na Idade Média, alcançou maior intensidade no século XV, para, na segunda metade do século XVII, ter diminuída sua chama: o número de processos de feitiçaria no norte da França aumentou de 8, no século XV, para 13 na primeira metade do século XVI, e 23 na segunda metade, chegando a 16 na primeira metade do século XVII, diminuindo para 3 na segunda metade daquele século, e para um único no seguinte.(Claude Gauvard - membro do Institut Universitaire de France).
Em 1233, o papa Gregório IX admitiu a existência do sabá. O papa João XXII, em 1326, autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia. O Concílio de Basileia (1431-1449) apelava à supressão de todos os males que pareciam arruinar a Igreja.
Uma psicose se instalou. Comunidades do centro-oeste da França acusavam seus membros de feitiçarias. Na Aquitânia (1453) uma epidemia provocou muitas mortes que foram imputadas à mulheres da região, de preferência as muito magras e feias. Presas, submetidas a interrogatórios e torturadas, algumas acabavam por confessar seus crimes contra as crianças, e condenadas à fogueira pelo conselheiro municipal. As que não confessavam eram, muitas vezes, linchadas e queimadas pela multidão, irritada com a falta de condenação.
Os tratados demonológicos e os processos de feitiçaria se multiplicaram, por volta de 1430, marcando uma nova fase da história pré-iluminista, de trágicas dimensões. Em 1484, o papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus, confirmando a existência da bruxaria. Em 1486 a publicação do Malleus maleficarum ("Martelo das Bruxas"), que originou a caça às bruxas, mais do que obras anteriores, associava a heresia e a magia à feitiçaria.
A Inquisição, instituída para combater a heresia, agravou a turba de seguidores inspirados por Satã. Havia, ainda, um componente sexista. Os bruxos existiam, mas eram as mulheres, sobretudo, que iam queimadas nas fogueiras medievais.
[editar] Etimologia
O vocábulo "Bruxa" é de orígem desconhecida provavelmente de orígem pré-Romana. No entanto existe uma provável relação com os vocábulos proto-celtas: *brixtā (feitiço), *brixto- (fórmula mágica), *brixtu- (magia); ou o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta.
[editar] Referências
- Revista História Viva - Ano III - nº 35
[editar] Manuais, obras, tratados
- Les Admirables secrets d'Albert le Grand (Os admiráveis segredos de Alberto, o Grande) seguido de Secrets merveilleux de la magie naturelle e cabalistique du Petit Albert (Segredos maravilhosos de magia natural e cabalística do Pequeno Alberto, 1703).
- Histoires, disputes et impostures (Histórias, disputas e imposturas)- discursos das ilusões e imposturas dos diabos (1563, Genebra), de Jean Wier]].
- Cautio Criminalis, de Friedrich von Spee.
- Essay concerning Witchcraft (Ensaio histórico sobre a bruxaria, 1718), de Francis Hutchinson.
- Malleus maleficarum (O martelo das bruxas, 1485), de Jakob Sprenger e Heinrich Institoris.
- De la démonialité des sorciers (A demonialidade dos bruxos, Paris, 1582), de Jean Bodin.
- La Démonolâtrie (A demonolatria, 1582), de Nicolas Rémy.
- Sadducismus triumphatus (Acusação contra o saduceísmo moderno, 1668), de Joseph Glanvil.
[editar] Ligações externas
- Vocábulo *brixtā:
- Vocábulos: *brixto,*brixtu, brixtom, brixtia:
[editar] Obras de ficção
- Branca de Neve e os sete anões, de 1937, de Walt Disney.
- O mágico de OZ, de 1939, de Victor Fleming.
- Fantasia, de 1940, de Walt Disney.
- As bruxas de Salem, de 1956, de Arthur Miller.
- A feiticeira, de 1964.
- O bebê de Rosemary, filme de 1968.
- As bruxas de Eastwick, de 1987.
- Hocus Pocus, comédia de 1993.
- Charmed, de 1998.
- Harry Potter, J.K. Rowling.