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Bruxa

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"Macbeth and Banquo meeting the witches on the heath" deThéodore Chassériau
"Macbeth and Banquo meeting the witches on the heath" deThéodore Chassériau

Bruxa, em sânscrito, quer dizer “mulher sábia” ou sabedoria feminina, ou seja, deusa, mulher mágica, mulher = bruxa.

Uma bruxa é geralmente retratada no imaginário popular como uma mulher velha e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de Magia Negra e dotada de uma gargalhada terrível. É inegável a conexão entre esta visão e a visão da Hag ou Crone[1] dos anglófonos. É também muito popularizada a imagem da bruxa como a de uma mulher sentada sobre uma vassoura voadora, ou com a mesma passada por entre as pernas, andando aos saltitos. Alguns autores utilizam o termo, contudo, para designar as mulheres sábias detentoras de conhecimentos sobre a natureza e, possivelmente, magia.

Algumas bruxas históricas adquiriram alguma notoriedade, como é o caso chamadas Bruxas de Salem. São também bastante populares na literatura de ficção, como nos livros da popular série Harry Potter, que versam sobre uma vasta comunidade de bruxos e bruxas cuja maioria prefere evitar a magia negra, ou a trilogia sobre as bruxas Mayfair, de Anne Rice.

As bruxas foram implacavelmente caçadas durante a inquisição na Idade Média. Um dos métodos usados pelos inquisidores para identificar uma bruxa nos julgamentos do Santo Ofício consistia na comparação do peso da com o peso de uma Bíblia gigante. Aquelas que fossem mais leves eram consideradas bruxas, pois dizia-se que as bruxas adquiriam uma leveza sobrenatural. Frequentemente as bruxas são associadas a gatos pretos, muitas vezes tidos como espíritos sobrenaturais habitando o corpo de um animal. Estes costumam ser designados na literatura como Familiares.

Diziam que as bruxas voavam em vasouras a noite e principalmente em noites de lua cheia, que faziam feitiços e transformavam as pessoas em animais e que eram más.

Hoje em dia essas antigas superstições como a da bruxa velha da vassoura na lua cheia já foram quebradas. Ao começar com Gerald Gardner que é o pai da religião Wicca- a religião da bruxaria , formada por bruxas (e bruxos) que mantém a velha "Arte" depois da Inquisição e que descarta o uso de magia negra. Hoje também pode-se encontrar uma vasta quantidade de livros e sites que explicam a "Antiga Religião".

Em algumas regiões do Brasil o termo também pode ser usado para designar uma mariposa (traça em Portugal) grande e de coloração escura. Talvez por associar-se a imagem da borboleta à uma imagem humanóide feminina como as fadas e, assim, remeter a imagem da mariposa à de uma senhora de idade avançada, de vestes escuras e de hábitos noturnos - a bruxa.

Índice

[editar] História

À afirmativa de existência de bruxas, admite-se uma ressalva. Elas existem, mas na esteira de uma época dominada por medos, quando qualquer manifestação diversa era implacavelmente perseguida pela Igreja.

A feitiçaria já era citada desde os primeiros séculos de nossa era. Autores como o filósofo grego Lucius Apuleius (123-170), fazia alusão a uma criatura que se apresentava em forma de coruja, que na verdade era uma forma descendente de certas mulheres que voavam de madrugada, ávidas de carne e sangue humanos.

Para os intelectuais, estes acontecimentos não passavam do imaginário popular, sonhos, pesadelos e, assim, recusavam-se a admitir a existência de bruxas. Porém, entre muitos povos não era assim: os éditos dos francos salianos falavam da Estrige como se ela existisse de fato. Os penitenciais atestavam a crença nessas mulheres luxuriosas. No início do século XI Burchard, o bispo de Worms, pedia aos padres que fizessem perguntas às penitentes, no intuito de descobrir se eram seguidoras de Satã, (...) se tinham o poder de matar com armas invisíveis cristãos batizados (...) Se sim, quarenta dias de jejum e sete anos de penitências.

Até o século XIII a Igreja não condenava severamente esse tipo de crendice. Mas, nos séculos XIV e XV, práticas mágicas, heresias, bruxarias se confundiam. Eram, em geral, mulheres as acusadas. Hereges, cátaros e templários foram violentamente condenados pela Inquisição.

Perseguição às bruxas
Perseguição às bruxas

O movimento de repressão à bruxaria, iniciado na Idade Média, alcançou maior intensidade no século XV, para, na segunda metade do século XVII, ter diminuída sua chama: o número de processos de feitiçaria no norte da França aumentou de 8, no século XV, para 13 na primeira metade do século XVI, e 23 na segunda metade, chegando a 16 na primeira metade do século XVII, diminuindo para 3 na segunda metade daquele século, e para um único no seguinte.(Claude Gauvard - membro do Institut Universitaire de France).

Em 1233, o papa Gregório IX admitiu a existência do sabá. O papa João XXII, em 1326, autorizou a perseguição às bruxas sob o disfarce de heresia. O Concílio de Basileia (1431-1449) apelava à supressão de todos os males que pareciam arruinar a Igreja.

Uma psicose se instalou. Comunidades do centro-oeste da França acusavam seus membros de feitiçarias. Na Aquitânia (1453) uma epidemia provocou muitas mortes que foram imputadas à mulheres da região, de preferência as muito magras e feias. Presas, submetidas a interrogatórios e torturadas, algumas acabavam por confessar seus crimes contra as crianças, e condenadas à fogueira pelo conselheiro municipal. As que não confessavam eram, muitas vezes, linchadas e queimadas pela multidão, irritada com a falta de condenação.

Os tratados demonológicos e os processos de feitiçaria se multiplicaram, por volta de 1430, marcando uma nova fase da história pré-iluminista, de trágicas dimensões. Em 1484, o papa Inocêncio VIII promulgou a bula Summis desiderantes affectibus, confirmando a existência da bruxaria. Em 1486 a publicação do Malleus maleficarum ("Martelo das Bruxas"), que originou a caça às bruxas, mais do que obras anteriores, associava a heresia e a magia à feitiçaria.

A Inquisição, instituída para combater a heresia, agravou a turba de seguidores inspirados por Satã. Havia, ainda, um componente sexista. Os bruxos existiam, mas eram as mulheres, sobretudo, que iam queimadas nas fogueiras medievais.

[editar] Etimologia

O vocábulo "Bruxa" é de orígem desconhecida provavelmente de orígem pré-Romana. No entanto existe uma provável relação com os vocábulos proto-celtas: *brixtā (feitiço), *brixto- (fórmula mágica), *brixtu- (magia); ou o Gaulês: brixtom, brixtia do qual deriva o nome da deusa Gaulesa Bricta ou Brixta.

[editar] Referências

  1. ver Hag, na Wikipedia em língua inglesa.
  • Revista História Viva - Ano III - nº 35

[editar] Manuais, obras, tratados

  • Les Admirables secrets d'Albert le Grand (Os admiráveis segredos de Alberto, o Grande) seguido de Secrets merveilleux de la magie naturelle e cabalistique du Petit Albert (Segredos maravilhosos de magia natural e cabalística do Pequeno Alberto, 1703).

[editar] Ligações externas

  • Vocábulo *brixtā:
Proto-Celtic English dictionary
  • Vocábulos: *brixto,*brixtu, brixtom, brixtia:
Database query to An etymological lexicon of Proto-Celtic

[editar] Obras de ficção


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