Carl Orff
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Carl Orff (Munique, 10 de Julho de 1895 — Munique, 29 de Março de 1982) foi um compositor alemão. Sendo um dos mais destacados compositores do século XX, a sua maior contribuição deve-se, contudo à sua influência na pedagogia da música, ao criar o instrumental Orff, um método de ensino musical baseado na percussão. Criou um centro de educação musical para crianças e leigos em 1925, no qual trabalhou até à data do seu falecimento. Entre suas obras destaca-se a cantata Carmina Burana.
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[editar] Vida
Orff se recusava a falar publicamente sobre seu passado. É sabido entretanto que Orff nasceu em Munique, e veio de uma família da Bavária muito ativa na vida militar alemã. A banda de regimento de seu pai supostamente tocava freqüentemente as composições do então jovem Orff.
Orff estudou na Academia de Música de Munique até 1914. Serviu então as forças armadas durante a Primeira Guerra Mundial. Posteriormente, ele se tornou membro de várias posições nas óperas de Mannheim e Darmstadt, retornando depois para Munique para continuar seus estudos musicais.
Em 1925, e pelo resto de sua vida, Orff foi o chefe de um departamento e co-fundador do Guenther School, para atividades físicas, músicas e dança em Munique, no qual ele trabalhou com iniciantes em música. Pelo constante contato com crianças, desenvolveu suas teorias na educação musical neste período.
Enquanto a associação de Orff com o nazismo nunca foi comprovada, Carmina Burana era muito popular na Alemanha nazista depois de sua apresentação em Frankfurt em 1937. Orff era amigo de Kurt Huber, um dos fundadores do movimento de resistência Die Weiße Rose (ou A rosa branca em alemão), que foi condenado à morte pelo Volksgerichtshof e executado pelos nazistas em 1943. Depois da Segunda Guerra Mundial, Orff alegou ter sido membro do grupo, tendo se envolvido na resistência, mas não havia evidências exceto por suas próprias palavras.
Orff foi enterrado na igreja barroca do Mosteiro de Andechs, no priorado de Andechs, sul de Munique.
[editar] Trabalho musical
Orff é mais conhecido por Carmina Burana (1937), uma cantata encenada. É a primeira de uma trilogia entitulada Trionfi, que também inclui Catulli Carmina e Trionfo di Afrodite. Essa composições refletem seu interesse pela poesia alemã medieval. É descrita pelo compositor como "a celebração de um triunfo do espírito humano pelo o balanço holístico e sexual". O trabalho foi baseado no verso erótico do século XIX de um manuscrito chamado Codex latinus monacensis, encontrado em um mosteiro da Baviera em 1803 e escritos pelos goliardos. Apesar de moderno em algumas de suas composições, Orff soube capturar o espírito da era medieval em sua trilogia. Os poemas medievais foram escritos em uma forma arcaica de alemão e latim.
Com o sucesso de Carmina Burana, Orff abandonou todos os seus trabalhos anteriores, exceto por Catulli Carmina e En trata, que foram reescritos até serem reaceitos por Orff. Como fato histórico, Carmina Burana é provalmente a peça mais famosa da Alemanha nazista. Foi tão popular que Orff recebeu investimento em Vienna para compor uma música para Sonho de uma Noite de Verão, a fins de substituir a música banida de Mendelssohn.
Orff relutava-se em denominar seus trabalhos simplesmente como óperas. Por exemplo, ele chamou Der Mond (ou A lua em língua alemã) (1939) como um Märchenoper (ou Ópera de conto de fadas). Die Kluge (A mulher sábia) (1943) também se adequava na mesma categoria segundo ele. Em ambas as composições existe o mesmo som medieval ou atemporal, sem copiar os idiomas musicais do período.
Sobre Antigone (1949), Orff alega que não era uma ópera, mas sim uma configuração musical de uma tragédia arcaica. O texto é uma excelente tradução para o alemão, por Friedrich Hölderlin, da peça de Sófocles de mesmo nome. A orquestração depende muito da percussão, mas por outro lado é simples. Foi definida por muitos como minimalista, o que se adequa mais a linha melódica da obra. A história de caça de Antigone é similar a de Sophie Scholl, heroína da Rosa Branca.
O último trabalho de Orff, De Temporum Fine Comoedia (Uma peça para o final dos tempos), teve sua apresentação no festival de música de Salzburg em 20 de agosto de 1973, executada por Herbert von Karajan e a Orquestra Sinfônica e de Coro de Colônia.
[editar] Trabalho pedagógico
Em círculos pedagógicos Orff é lembrado pela obra Schulwerk (1930-35). Sua simples instrumentação permite que mesmo crianças não doutrinadas possam executá-la com facilidade. Ao longo de sua vida Orff trabalhou bastante com crianças, usando a música como uma ferramente educacional, tanto a melodia e o rítmo, tratadas através de palavras.
As suas idéias foram desenvolvidas junto com Gunild Keetman, em uma nova abordagem para a educação de música para as crianças, conhecida como Orff Schulwerk. O termo Schulwerk em alemão significa tarefa (ou trabalho) escolar.