Chimarrão
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O chimarrão ou mate é uma bebida característica da cultura do sul da América do Sul, um hábito legado pelas culturas quíchua, aymará e guarani. Ainda hoje é hábito fortemente arraigado não apenas no sul do Brasil (estados do Paraná, Santa Catarina e principalmente Rio Grande do Sul), mas também em Mato Grosso do Sul (Pantanal), parte da Bolívia e em todo o Paraguai, Uruguai e a Argentina.
É composto por uma cuia, uma bomba, erva-mate e água.
Embora a acepção mate seja castelhana, é utilizada popularmente também no Rio Grande do Sul paralelamente com o termo "chimarrão".
Chimarrão também designa o gado que foge para o mato e torna-se bravo.
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[editar] O chimarrão
O chimarrão é montado com erva-mate, geralmente servido quente de uma infusão. Tem gosto que mistura doce e amargo, dependendo da qualidade da erva-mate, que, pronta para o uso, consiste em folhas e ramos finos (menos de 1,5 mm), secos e triturados, passados em peneira grossa, de cor verde, havendo uma grande variedade de tipos, uns mais finos outros mais encorpados, vendidos a diversos preços.
Um aparato fundamental para o chimarrão é a cuia, vasilha feita do fruto da cuieira, que pode ser simples ou mesmo ricamente lavrada e ornada em ouro, prata e outros metais, com a largura de uma boa caneca e a altura de um copo fundo, no formato de um seio de mulher. Há quem tome chimarrão em outros recipientes, mas a prática é geralmente mal vista.
O outro talher indispensável é a bomba ou bombilha, um canudo de cerca de 6 a 9 milímetros de diâmetro, normalmente feito em prata lavrada e muitas vezes ornado com pedras preciosas, de cerca de 25 centímetros de comprimento em cuja extremidade inferior há uma pequena peneira do tamanho de uma moeda e na extremidade superior uma piteira semelhante a usada para fumar, muitas vezes executada em bom ouro de lei.
[editar] Etiqueta
O chimarrão pode servir como "bebida comunitária", apesar de que alguns aficcionados o tomem durante todo o dia, mesmo a sós. Embora seja cotidiano o consumo doméstico, principalmente quando a família se reúne, é quase obrigatório quando chegam visitas ou hóspedes. Então assume-se um ar mais cerimonial, embora sem os rigores de cerimônias como a do chá japonês.
A água não pode estar em estado fervente, deve apenas esquentar o suficiente para "chiar" na chaleira. Enquanto a água esquenta, o dono (ou dona) da casa prepara o chimarrão.
Há quem diga que isto acaba estabelecendo a hierarquia social dos presentes, mas é unânime o entendimento de que tomar chimarrão é um ato amistoso e agregador entre os que o fazem, comparado muitas vezes com o costume do cachimbo da paz. Enquanto você passa o chimarrão para a próxima bebê-lo, ele vai ficando melhor. Isso é interpretado poeticamente como você desejar algo de bom para a pessoa ao lado e, consequentemente, às outras que também irão beber o chimarrão.
Nesse cenário, o preparador é quem é visto mais altruisticamente. Além de prepará-lo para outras pessoas poderem apreciá-lo, é o primeiro a beber, em sinal de educação, já que o primeiro chimarrão é o pior. Também é de praxe o preparador encher novamente a cuia com água quente (sobre a mesma erva-mate) antes de passar cuia para as mãos de outra pessoa (ou da pessoa mais proeminente presente), que depois de sugar toda a água, deve também renovar a água antes de passar a cuia ao próximo presente. Não esqueça também que ao agradecer um chimarrão após "roncá-lo" (o ronco da cuia é muito importante para que prove que tomou todo e não deixou restos na cuia) é sinal de que já está satisfeito, portanto uma vez feito isso a pessoa que está servindo não mais passará a cuia para você.
"Os 10 Mandamentos do Chimarrão" é um texto humorístico sobre o chimarrão tomado no sul do Brasil é muito popular na Internet.
[editar] Como preparar
- Coloca-se a água na chaleira para esquentar.
- Coloca-se a erva-mate na cuia até aproximadamente 2 terços.
- Vira-se a cuia, tampando-se sua boca com a mão, de forma a fazer a erva ocupar uma lateral.
- Aperta-se levemente a erva que passou a ocupar o espaço lateral de forma que ela se sustente, sem cair.
- Coloca-se água morna no espaço lateral vazio para cevar a erva.
- Após cevada a erva (de 5 a 15 minutos, conforme o tamanho da cuia), tampa-se o orificio superior da bomba com o dedo e introduz-se até o fundo.
- Ao chiar a água na chaleira (primeira fervura) tira-la do fogo.
- Antes de servir, alguns preparadores tomam a água fria, outros não.
[editar] Outra forma de preparar
- Coloca-se a água na chaleira para esquentar.
- Coloca-se a água quente na cuia até aproximadamente a metade.
- Coloca-se a bomba na cuia.
- Coloca-se a erva podendo fazer um montinho bem alto.
- Pela bomba deixe escorrer água até encher o restante, pode-se mexer na bomba para facilitar.
A vantagem deste modo de preparo é que não se suja as mãos e não entope a bomba.