De Corpo e Alma

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De corpo e alma é uma telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo de 3 de Agosto de 1992 a 6 de Março de 1993. Foi escrita por Glória Perez e dirigida por Fábio Sabag e Ivan Zettel com direção de núcleo de Roberto Talma.

Índice

1 Enredo
2 Elenco
3 Bastidores
4 Ligações externas

[editar] Enredo

Diogo, um juiz íntegro, sente o seu casamento com Antônia desmoronar ao se apaixonar perdidamente por Betina, que morreu num acidente de carro, logo após ser abandonada pelo juiz. Seu coração é transplantado em Paloma, uma jovem casada com um strip-teaser, Juca, do Clube das Mulheres. Diogo, sentindo-se culpado pelo acidente, aproxima-se dela imaginando estar ao lado de Betina. Paloma, porém, apaixona-se por ele sem saber do seu envolvimento com a doadora do coração. Enquanto isso Juca torna-se o protegido do misterioso Vidal e faz sucesso no Clube das Mulheres, acabando por se envolver com Stella, uma rica senhora.

[editar] Elenco

Tarcísio Meira - Diogo
Bruna Lombardi - Bettina
Cristiana Oliveira - Paloma
José Mayer - Caíque
Maria Zilda - Bia
Betty Faria - Antônia
Victor Fasano - Juca
Beatriz Segall - Stella
Renée de Vielmond
Carlos Vereza - Vidal
Mário Lago - Nogueira
Nathália Timberg - Nágila
Eva Todor
Stênio Garcia
Vera Holtz - Simone
Guilherme Leme - Gino
Ewerton de Castro - Guedes
Fábio Assunção - Caio
Hugo Carvana
Neuza Borges - Terê
Tonico Pereira - Vado
Marilu Bueno
Eri Johnson - Reginaldo (Gótico)
Daniela Perez - Yasmin
Lizandra Souto
Guilherme de Pádua - Bira
Márcia Real
Ida Gomes
Marcelo Faria
Eduardo Caldas - Pingüim
Hugo Gross
João Vitti
Carla Daniel
Patrícia Novaes
Paulo Figueiredo
Milton Gonçalves
Marcos Manzano
Aron Hassan - Júnior

[editar] Bastidores

Com essa espinha dorsal, Glória Perez conseguiu erguer uma boa novela. No entanto o entrecho secundário da troca de crianças na maternidade acabou sensibilizando muito mais o público. O casal Bia (Maria Zilda) e Caíque (José Mayer) criaram o menino Júnior (Aron Hassan), filho de Terê (Neusa Borges) e Vado (Tonico Pereira), enquanto estes criaram Pingüim (Eduardo Caldas), filho de Caíque e Bia.

Destaque também para o relacionamento extra-conjugal de Simone (Vera Holtz), casada com Guedes (Evérton de Castro), mas de caso com o stripper Gino (Guilherme Leme), que escondia dos pais o trabalho noturno, dizendo que estava estudando.

Além de abordar o tema do transplante e da doação de órgãos, a autora apresentou na trama a inversão de papéis entre homens e mulheres na autalidade. Para isso, usou as boates de striptease masculino e acabou ajudando a popularizar os Clubes de Mulheres, que proliferaram no país.

Foi apresentada também ao grande público a estranha figura de Reginaldo (Eri Johnson), adepto da sub-cultura gótica (tribo urbana nascida na Inglaterra no final da década de 70).

Mas a movimentação maior foi chocante e misturou ficção com realidade: a morte da jovem atriz Daniella Perez (filha da autora Glória Perez), assassinada pelo seu colega de elenco Guilherme de Pádua e por sua mulher Paula Nogueira Thomaz, na noite do dia 28 de Dezembro de 1992. Os dois, Daniella e Guilherme, interpretavam um casal romântico da novela: Yasmin e Bira. Mesmo abatida pela fatalidade, Glória Perez conduziu a história até o fim.

Durante os sete dias que seguiram ao crime, Gilberto Braga e Leonor Bassères assumiram a responsabilidade de escrever os capítulos e dar uma solução para o desaparecimento dos personagens. Depois de uma semana, Glória Perez retomou seu trabalho e aproveitou para incluir mais dois assuntos polêmicos na trama: a morosidade da Justiça e a inadequação do Código Penal.

Ao final do primeiro capítulo sem Daniella Perez, os atores e o diretor Fábio Sabag prestaram uma homenagem à atriz com depoimentos gravados, e a história prosseguiu. A saída de Yasmin da novela foi explicada com uma viagem de estudos (a personagem era dançarina). Já o personagem Bira simplesmente deixou de existir.

Psicanalistas acreditam que a autora da novela Glória Perez, a mãe da atriz Daniella Perez, teve sua parcela de culpa na morte da filha ao escrever sua personagem como uma mulher extremamente insinuante e sensual, pois a sua personagem Yasmin chegava às raias da vulgaridade, através das roupas e olhares sensuais. Além disso, sua filha, uma menina de 22 anos já morava com o, então ator, Raul Gazola

O assassinato da atriz teve repercussão em outros países, como os Estados Unidos (onde foi noticiado pela CNN), Portugal e China. Mais de uma década depois, o crime segue sem explicação, embora Guilherme de Pádua tenha cumprido sete anos de pena.

A passividade de Antônia (Betty Faria)- uma esposa traída - perturbou as telespectadoras, mas a autora manteve o perfil da personagem. Para Glória, ninguém gostava de ser fraca, perdedora - e era isso que estava incomodando as "Antônias" da vida.

Coincidência ou não, na semana de estréia de De corpo e alma, o Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, que estava há dois meses sem uma única doação, recebeu nove órgãos para transplante.

A telenovela marcava a estréia da atriz Cristiana Oliveira na emissora, vinda do sucesso da novela Pantanal, de 1990, produzida pela extinta TV Manchete.

Teve co-produção com a emissora portuguesa SIC (Sociedade Independente de Comunicação). Na época, a Rede Globo tinha 15% das ações deste canal português.