Eduardo III de Inglaterra
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Eduardo III de Inglaterra (13 de Novembro, 1312 - 21 de Junho, 1377) foi Rei de Inglaterra entre 1327 e 1377. Era filho de Eduardo II de Inglaterra e da princesa Isabel de França.
Eduardo subiu ao trono com catorze anos, depois da abdicação forçada do seu pai fruto de um reinado repleto de intrigas políticas. Como regentes teve a própria Isabel de França e Roger Mortimer, seu tutor, os responsáveis pela subida antecipada ao trono. Ao contrário do seu pai, Eduardo III tinha uma personalidade forte que revelou assim que atingiu a maioridade. Tomando o controlo do país com 18 anos, Eduardo III mandou executar o padrasto Mortimer e exilar a mãe, acusando-os do assassínio do seu pai, três anos antes. No mesmo ano casou com Filipa de Hainault, com quem teve uma ampla descendência (ver em baixo).
Eduardo III dedicou o início da década de 1330 a subjugar de novo a Escócia, que aproveitara a confusão na política inglesa do reinado de Eduardo II, para readquirir a independência. Resolvida esta questão na batalha de Halidon Hill, em 1333, Eduardo III voltou-se para outro conflito que haveria de marcar a Idade Média.
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Em 1328, Carlos IV de França, o último dos três filhos de Filipe IV, morria sem descendentes masculinos. Como em França vigorava a lei sálica, a coroa passou para Filipe de Valois, um primo afastado, que foi coroado como Filipe VI de França. Eduardo III era sobrinho do falecido Carlos IV, por via da mãe, e considerou a sua pretensão melhor que a do Conde de Valois, apesar de a lei sálica, tecnicamente o excluir da sucessão. Os franceses não aceitaram esta hipótese que resultaria numa perda de independência e confirmaram Filipe VI como rei. Depois de alguns conflitos diplomáticos, Eduardo III declarou abertas as hostilidades com França, iniciando assim o que ficaria conhecido como a Guerra dos Cem Anos. O início das hostilidades foi marcado pelos sucessos da batalha de Crecy (1346) e da batalha de Poitiers (1356), e pela conquista de grande parte do Norte de França. Apesar disso, Eduardo III não fez nenhuma tentativa para ir mais longe e conquistar Paris, por exemplo. Entregado o controle da frente francesa ao filho Eduardo, o Príncipe Negro, que haveria de se mostrar um líder militar notável, Eduardo III concentrou-se na guerra com a Escócia. O resultado da campanha do Príncipe Negro foi excelente: Inglaterra venceu a França na Batalha de Poitiers e Eduardo III teve a honra de ver o rei João II de França como seu prisioneiro. As condições de resgate, detalhadas no Tratado de Brétigny, garantiam para o seu reino 3.000.000 de coroas e cerca de um terço do território francês.
Apesar de se respeitarem mutuamente, Eduardo III e o seu primogénito não se davam bem nem partilhavam a mesma visão do que deveria ser a política interna. O casamento do príncipe de Gales com Joana de Kent tinha sido motivo de uma zanga nunca sarada totalmente. No entanto, quando Eduardo de Gales morre em 1376, Eduardo III chorou a sua morte e tornou-se melancólico. Morreu no ano seguinte, sendo sucedido pelo neto Ricardo.
Na altura da morte de Eduardo III, a sucessão no trono inglês parecia assegurada quer por Ricardo, então ainda muito jovem, quer pelo grande número de filhos que Eduardo gerou. Porém, os conflitos que em breve estalaram entre os diversos ramos da sua descendência deram origem à Guerra das Rosas, onde os seus netos das casas de York e Lancaster disputaram a coroa numa sangrenta guerra civil.
[editar] Descendência
Nota: Os seus filhos ficaram conhecidos pela cidade onde nasceram.
- De sua mulher, Filipa de Hainault (1311-1369)
- Eduardo, Príncipe de Gales, o Príncipe Negro (1330-1376), casou com Joana de Kent e foi pai de Ricardo II de Inglaterra, o último Plantageneta
- Isabel Plantageneta (1332-1382), casou com Enguerrand VII, Senhor de Coucy
- Guilherme Plantageneta (1334-1337)
- Joana Plantageneta (1335-1348)
- Leonel de Antuérpia, Duque de Clarence (1338-1368), casou com Isabel de Burgh e Valentina Visconti de Milão, mas teve apenas uma filha
- João de Gaunt, Duque da Aquitânia e de Lancaster (1340-1399). Os seus descendentes formaram a Casa de Lancaster, a facção da rosa vermelha na Guerra das Rosas. Foi também pai de Filipa de Lancaster, mulher do rei João I de Portugal.
- Edmundo de Langley, Duque de York (1341-1402). Os seus descendentes formaram a Casa de York, a facção da rosa branca na Guerra das Rosas.
- Branca Plantageneta (1342)
- Maria Plantageneta (1344-1361), casou com João V, Duque da Bretanha
- Margarida Plantageneta (n.1346), casou com John Hastings, Conde de Pembroke
- Tomás de Woodstock, Duque de Gloucester (1355-k.1399), casou com Leonor de Bohun
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