Eduardo Pellew Wilson
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Eduardo Pellew Wilson nasceu no Recife a 21 de maio de 1858 e faleceu no Rio de Janeiro a 22 de dezembro de 1934, sendo velado em sua residência, mais tarde conhecida como Mansão Prettyman e de propriedade da família Dunlop na Ladeira dos Guararapes e sepultado no Cemitério São João Batista. Era cidadão brasileiro e súdito britânico. Era comendador da Ordem do Busto do Libertador, quarta classe, da Venezuela, por decreto do Exm.º Sr. Presidente da República da Venezuela, no ano de 1886.
Filho primogênito de Edward Pellew Wilson Junior, Conde de Wilson, e de sua mulher, D. Felisbella Ernestina Cintra da Silva. Neto paterno de Edward Pellew Wilson (empresário) e de sua mulher, D. Maria Constança da Silva Freire; neto materno de Arsênio Fortunato da Silva (empresário) e de sua mulher, D. Marianna Alexandrina Coelho Cintra.
Teria sido o herdeiro do império naval dos Wilson, não tivesse ocorrido a venda da Cia Wilson Sons em 1895, por ocasião do retorno do Conde de Wilson ao Brasil, pelo fato de o Governo republicano desfavorecer negócios de uma família marcadamente monarquista. Foi senhor do Engenho Central de Porto Real, um dos pólos industriais mais importantes do Rio de Janeiro, num momento em que o capital se havia transferido para São Paulo. Em 1904, o comendador Eduardo Pellew Wilson fez construir uma ferrovia nas terras do engenho, que nada produzia, mas que beneficiava a produção agrícola dos fazendeiros vizinhos e que escoava a produção para o Porto do Rio de Janeiro. Durante a República dos Grandes Estados (1889-1916) o dito Engenho foi bastante lucrativo, com suas máquinas de produção importadas da Inglaterra. Em 1916, o Engenho Central de Porto Real passou a ser sociedade de ações e foi denominado Engenho Central Conde de Wilson, cujas ações majoritárias eram de propriedade do comendador Eduardo Pellew Wilson. Ainda como empresário importante no Rio de Janeiro, o comendador era consócio da Casa Bancária Equitativa, encabeçada pelo Visconde de Santa Victoria. Na década de 1920, porém, sobretudo nos anos que precederam a quebra da Bolsa de Nova Iorque, em 1929, os países monoprodutores sofreram depressão nas exportações para a Europa e a decadência econômica dos produtores de café e de açúcar foi um fato que não lhes deixou possibilidade de recuperação. Como resultado, o Engenho Central de Porto Real, não podendo beneficiar a matéria prima para exportação, que regredira consideravelmente, defrontou-se com uma crise também sem volta. Acabou sendo vendido ao comendador Morganti Cordella nesse período e deixou de ser um pólo industrial significativo, apesar de a usina de açúcar continuar com alguma produção.
A Casa Bancária Equitativa não sobreviveu aos anos 1930 por falecimento de seu acionista maior, o Visconde de Santa Victoria, em Paris. O capital ainda permaneceu na família e foi bem gerido pela viúva, a Viscondessa de Santa Victoria, prima de D. Georgeanna de Sá Wilson (1866-1935) e que, em Paris, chegou a ser presidente do Crédit Français, em sucessão ao seu marido, mas os negócios no Brasil haviam arrefecido consideravelmente.
Casou-se o comendador Eduardo Pellew Wilson, em primeiras núpcias, com D. Francisca Maria Nogueira da Gama (1865-1887), falecida de tuberculose poucos meses depois do casamento. Como o casamento ocorreu ainda no Império do Brasil, houve permissão assinada por D. Pedro II para casamento entre nobres. D. Francisca foi filha do Dr. Manoel Jacintho Nogueira da Gama - juiz e moço fidalgo com exercício na Casa Imperial do Brasil - e de sua mulher, D. Anna Netto dos Reis. Neta paterna do Conde de Baependi, (presidente do Senado do Império e filho do Marquês de Baependi, presidente do Senado do Império) e da Condessa de Baependi; neta materna do Barão de Carapebús e da Baronesa de Carapebús. Sem geração deste matrimônio, casou-se o comendador, em segundas núpcias, com D. Georgeanna de Sá (1866-1935), filha de Evaristo Juliano de Sá (empresário) e de sua mulher, D. Maria Adelaide da Rocha Miranda. Neta paterna de José Maria de Sá (empresário e armador) e de sua mulher, D. Josepha Maria da Cunha; neta materna do comendador João António de Miranda e Silva (empresário, armador e corretor na praça do Rio de Janeiro) e de sua mulher, D. Maria Cândida Pacheco.
O comendador Eduardo Pellew Wilson e D. Georgeanna de Sá deixaram descendência (quatro filhos e quatro filhas): 1. Dr. Eduardo Wilson Junior, dito "Ned"; 2. Cesar Pellew Wilson; 3. Roberto Pellew Wilson; 4. Victor Pellew Wilson, dito "Vico"; 1. D. Vera Pellew Wilson; 2. D. Dora Pellew Wilson; 3. D. Maria Adelaide Pellew Wilson, dita "Pequenina; Viquinha", e 4. D. Georgeanna Pellew Wilson, dita "Zana".