Empresa de capital aberto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Uma empresa de capital aberto é uma empresa cujo capital é formado por ações - títulos que representam partes ideais - que são livremente vendidas ao público sem necessidade de escrituração pública de sua propriedade (por parte da pessoa física compradora).
Assim, as pessoas compradoras das ações são proprietárias apenas de uma parte ideal da empresa e respondem por dívidas assumidas pelo corpo diretivo da empresa, o Conselho de Administração e os gerentes executivos ou diretores, os membros da Diretoria Executiva, apenas e tão somente em função do valor monetário da parte ideal quantificada pelas ações sob sua posse.
Um termo sinônimo em português é sociedade anônima.
Em inglês,o termo que explica este conceito é "corporation".
[editar] Significado político
Neste tipo de empresa a propriedade e a direção estão dissociadas. Uma implicação deste fato é que os acionistas - os proprietários das ações - não podem ser responsabilizados, através de seu patrimônio particular - por eventuais dívidas contraídas pela empresa. Se a empresa vier a falir os acionistas perdem apenas o equivalente monetário das ações que possuem.Também não podem ser responsabilizados criminalmente por eventuais ações criminosas realizadas pelos executivos durante os atos de administração da empresa.
Os executivos ( e executivas) não são levados a administrar procurando maximizar o lucro proporcionado pela empresa e sim seus salários. De fato eles procuram maximizar o poder político que exercem (seja dentro da empresa ou fora dela) em função de cargo na empresa. O que eles têm a perder são apenas seus cargos (ou "empregos").
A maioria absoluta das grandes empresas mundiais - mesmo as que originalmente eram empresas familiares - utiliza atualmente este método de capitalização para sua criação e organização.
Já as empresas familiares (ou individuais, aquelas que não têm seu capital aberto ao público) geralmente são administradas pelos empresários seus iniciadores ou por membros de sua família, caso aqueles já tenham se retirado ou falecido.
Os proprietários destas firmas individuais - pelo simples fato de serem proprietários da empresa - respondem por elas com seu patrimônio pessoal. Desta maneira são muito mais aversos ao risco do mercado que os executivos das empresas de capital aberto (os quais só têm a perder seus empregos em caso de insucesso nas estratégias administrativas).
Como as empresas familiares concorrem pelo mercado com as empresas de capital aberto (de propriedade pulverizada e administradas profissionalmente pelos executivos), esta situação cria uma tensão em termos de concorrência e de enfoque de administração.
De um lado estão administradores profissionais que pouco têm a perder, mais interessados em aumentar o poder político e perpetuar sua posição e aumentar seus ganhos salariais. De outro lado estão os proprietários das firmas familiares - mais interessados em maximizar seu lucro e em não perder o que já possuem (eles têm a perder a empresa caso não a administrem com sucesso). Isto é, eles procuram maximizar sua riqueza.
As empresas de capital aberto tendem a ser menos aversas ao risco. Portanto tendem a ser mais inovadoras, em termos tecnológicos e em termos de ação política. Por exemplo, elas tendem a investir mais em pesquisa e em desenvolvimento tecnológico. Tendem também a procurar influenciar as decisões das pessoas que estão em cargos governamentais.Para uma compreensão de uma forma limite desta busca de influência política para a obtenção de poder de mercado, veja corporocracia.
Em função destas e de outras características, as empresas de capital aberto tendem a ter uma maior taxa de crescimento e a deslocar as empresas familiares no jogo do mercado.