Escândalo da Nossa Caixa
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O escândalo da Nossa Caixa foi como foi apelidado um suposto esquema de favorecimento do banco estatal Nossa Caixa na distribuição de algumas verbas públicas em favor de deputados ligados à base aliada durante o governo de Geraldo Alckmin em São Paulo. O esquema de distribuição ilegal de verbas foi delatado pela Folha de S. Paulo em 26 de Março de 2006, e ainda não foi completamente resolvido[ ]. O Banco Nossa Caixa é o terceiro maior banco público do país, operando quase que exclusivamente no estado de São Paulo. Na ocasião, Alckmin negou qualquer envolvimento do Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista) neste assunto, alegando que as investigações foram pedidas pelo próprio governo.[ ]
Documentos sigilosos foram obtidos pela Folha de S. Paulo, e segundo a denuncia, indicavam que recursos do governo do estado haviam sido encaminhados pelo Banco Nossa Caixa em favor de deputados aliados ao governo na Assembléia Legislativa paulista. As verbas eram direcionadas principalmente para financiar anúncios em revistas e jornais dos aliados, como a rede de televisão Rede Vida e a revista Primeira Leitura[1].
Alguns dos deputados beneficiados pela destinação irregular das verbas teriam sido: Wagner Salustiano (PSDB), Geraldo Tenuta (PTB), Afanázio Jazadji (PFL), Vaz de Lima (PSDB) e Edson Ferrarini (PTB)[ ].
[editar] Repercursões políticas
No dia 27 de Março de 2006, Geraldo Alckmin aceitou o pedido de exoneração de seu assessor especial de comunicação, Roger Ferreira. Este, numa carta enviada a Alckmin, temia atrapalhar a candidatura do governador à Presidência da República[2].
Ferreira era o suposto intermediário entre o governo paulista e a agência de publicidade que distribuía irregularmente as verbas.
Depois do pedido de demissão de seu assessor especial, Alckmin afirmou não ser contrário à abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI): "Nenhum problema que a Assembléia investigue, chame as pessoas, abra CPI. O governo é absolutamente transparente"[3].
A base aliada ao governo, entretanto, atuou em bloco para impedir a abertura da CPI, que havia sido proposta pelo deputado Enio Tatto, do PT.[4]
Em 7 de abril de 2006, o PT paulista pediu o afastamento do presidente do banco Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, por improbidade administrativa, protocolando representação na Procuradoria Geral do Estado[5].
Monteiro, além das suspeitas de beneficiar empresas de mídia pertencentes aos integrantes da base aliada (PSDB-PFL), também era suspeito de participar no desvio de verbas em doação ao programa das padarias artesanais do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo.
[editar] Referências
- ↑ Banco estatal beneficiou aliados de Alckmin (Folha de S. Paulo)
- ↑ Assessor especial de Alckmin pede demissão após denúncia (Folha de S. Paulo)
- ↑ Base de Alckmin barra CPI da Nossa Caixa na Assembléia (Estadão)
- ↑ Base de Alckmin barra CPI da Nossa Caixa na Assembléia (Estadão)
- ↑ PT paulista pede afastamento do presidente da Nossa Caixa (Estadão)