Gilberto Gil
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Gilberto Gil | |
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O cantor, compositor e ministro da Cultura brasileiro, Gilberto Gil. |
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Nome completo: | Gilberto Passos Gil Moreira |
Origem(ns): | Vitoria da Conquista, BA |
País de nascimento: | Brasil |
Data de nascimento: | 26 de junho de 1942 |
Data de morte: | |
Apelido: | |
Período em atividade: | |
Instrumento(s): | violão, guitarra |
Modelo(s) de instrumentos: | |
Discos vendidos: | {{{discos vendidos}}} |
Gênero(s): | MPB |
Gravadora(s): | |
Afiliação(ões): | |
Website: | Gilberto Gil |
Gilberto Passos Gil Moreira, mais conhecido como Gilberto Gil (Salvador, 26 de junho de 1942) é um cantor e compositor brasileiro.
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[editar] Carreira
Formado em administração de empresas, o primeiro emprego foi na Gessy Lever, em São Paulo. Iniciou a carreira como músico da bossa nova, mas logo começou a compor músicas que refletiam um novo foco de preocupação política e ativismo social, ao lado do parceiro Caetano Veloso. Foi a irmã de Caetano, a já reconhecida cantora Maria Bethânia, que lançou Gilberto Gil nacionalmente como compositor nos anos 60. Nos anos 70, Gil acrescentou elementos novos, da música africana e norte-americana, ao seu já vasto repertório, e continuou lançando álbuns como Realce e Refazenda. João Gilberto gravou a música Eu Vim Da Bahia, de Gil, em seu clássico LP João Gilberto.
[editar] Anos 60 e 70
Em fins de 1968, Gil e Caetano Veloso, cuja importância no Brasil era, e é, de certa forma comparável à de John Lennon e Paul McCartney no mundo anglófono, foram taxados de "subversivos" e presos pelo regime militar brasileiro instaurado após 1964. Depois da anistia, ambos exilaram-se por ocasião do governo militar em vigência no Brasil a partir de 1969 em Londres.
Gil começou a tocar com grupos como Yes, Pink Floyd e a Incredible String Band, e ao mesmo tempo continuava a carreira solo. Nos anos 70, iniciou uma turnê pelos Estados Unidos e gravou um álbum em inglês. De volta ao Brasil, em 1975 Gil grava Refazenda, um de seus mais importantes trabalhos que, ao lado de Refavela, gravado após uma viagem ao continente africano, e Realce, formariam uma trilogia "RE". Refavela traria a canção Sandra, onde, de forma metafórica, Gil falaria sobre a experiência de ter sido preso por porte de drogas durante um excursão ao sul do país e ter sido condenado à permanência em manicômio judiciário, ou conforme denominação eufemística, casa de custódia e tratamento, entretanto designada por Gil como "hospício".
Fechamento da trilogia, Realce causaria certa polêmica quando alguns considerariam a canção título como uma ode ao uso de cocaína, isto talvez explicitado pelos versos: "realce, quanto mais purpurina melhor".
Ao lado dos colegas Caetano Veloso e Gal Costa, lançou o disco Doces Bárbaros, do grupo batizado com o mesmo nome e idealizado por Maria Bethania, que era um dos vocais da banda. O disco foi considerado uma obra-prima da MPB. Doces Bárbaros foi tema de filme, DVD e enredo da escola de samba Estação Primeira de Mangueira; puxadores de trio elétrico no carnaval de Salvador; apresentaram-se na praia de Copacabana e para a Rainha da Inglaterra. O quarteto Doces Bárbaros era uma típica banda hippie dos anos 70.
[editar] Anos 80
Trabalhou com Jimmy Cliff com quem fez, em 1980, uma excursão, pouco depois de ter feito uma versão em português de No Woman, No Cry (em português, Não chores mais) sucesso de Bob Marley & The Wailers que foi um grande sucesso, trazendo a influência musical do reggae para o Brasil.
Em 1983 integrou o grupo seleto de intérpretes da MPB que viajou o país durante dois anos com O Grande Circo Místico, um dos maiores e mais completos espetáculos teatrais, para uma platéia de mais de 200 mil pessoas. Gil interpretou a canção Sobre todas as coisas composta pela dupla Chico Buarque e Edu Lobo.
Valendo-se ainda do filão pós-ditadura, cantou no coro da versão brasileira de We are the world, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África. O projeto Nordeste já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água; é de Gil a autoria da composição de Chega de mágoa. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
[editar] Política
Continuou gravando, fazendo espetáculos e se envolvendo em várias causas sociais, e deliberadamente se elegeu vereador em Salvador, sua cidade natal, eleição que vence no início dos anos 90. O álbum de 1993, Tropicália 2, com Caetano Veloso inclui o cover de uma música de Jimi Hendrix, Wait Until Tomorrow, e é considerado um de seus melhores trabalhos desde o fim dos anos 60.
Quando o presidente Luís Inácio Lula da Silva tomou posse em janeiro de 2003, nomeou Gilberto Gil para o cargo de Ministro da Cultura do Brasil, nomeação que originou severas críticas de personalidades como Paulo Autran e Marco Nanini em entrevistas ao jornal Folha de São Paulo.
- Cargos
- 1989-1992 - Vereador na Câmara Municipal de Salvador (teve exatos 11.111 votos).
- 2003 - Tomou posse no cargo de Ministro da Cultura em 2 de janeiro de 2003.
[editar] Festivais
A primeira apresentação de Gilberto Gil em São Paulo ocorreu em 1965 quando cantou a música Iemanjá, no V Festival da Balança, festival universitário de música promovido pelo Diretório Acadêmico João Mendes Jr. da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie. O Festival organizado pelo estudante de Direito Manoel Poladian, que mais tarde viria se tornar produtor musical, foi gravado pela gravadora RCA, e trata-se da primeira gravação em disco de Gilberto Gil e também de Maria Bethânia que participou do Festival com a música Carcará.
[editar] Tropicalismo
Quando se realizou o III Festival de Música Popular Brasileira, produzido pela Rede Record, apareceram várias composições que tiveram enorme êxito junto ao público brasileiro e entre elas estavam Domingo no Parque, de Gilberto Gil e Alegria, Alegria, de Caetano Veloso, que seriam o carro-chefe do tropicalismo, surgido "mais de uma preocupação entusiasmada pela discussão do novo do que propriamente como movimento organizado".
Segundo Celso F. Favaretto, em seu livro "Tropicália - Alegoria, Alegria":
Tropicália, canção de Caetano Veloso, é um autêntico exemplo da verdadeira revolução operada na estrutura letrista da canção popular e da necessidade de se reestudar então os critérios de avaliação e compreensão da nova linguagem utilizada.
Em confronto com a Bossa Nova, o tropicalismo teve como preocupação principal os problemas sociais do país, aliada a uma ideologia libertadora, a um inconformismo diante da maneira de viver do povo brasileiro, o que gerou uma crescente onda de participação popular, em face dos agravantes problemas por que sofria a nação. Já a Bossa Nova quis mostrar uma nova concepção musical, calcada na versatilidade que a música brasileira oferece.
Os responsáveis diretos pelo tropicalismo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Torquato Neto, Tom Zé, Rogério Duprat e outros, sem dúvida alguma, deram um salto a mais na modernização da música popular, buscando formas alternativas de composição e explorando uma concepção artística de mudança radical, dentro de um clima favorável. Foi impressionante sua importância nesse sentido, pois, sendo o último grande movimento realizado no país, deixou marcas que seriam cultivadas com o amadurecimento de seus próprios criadores e daqueles que seguiram sua linha de pensamento.
[editar] Exílio
Caetano Veloso e Gilberto Gil, líderes do tropicalismo, também estavam entre aqueles que tiveram cerceadas suas carreiras no Brasil, em seu período mais repressivo. Através de músicas de protesto e do próprio tropicalismo, lançaram a semente da conscientização e agitaram a opinião pública, sendo então enquadrados na lei de segurança nacional e expulsos do país. Seguiram para Londres, onde, segundo alguns fãs, viveram uma de suas melhores fases, no setor artístico. Compondo em inglês, conquistaram facilmente o público europeu; livres da influência da repressão, puderam deixar fluir em suas composições toda liberdade de expressão a que tinham direito. Somente retornariam ao solo pátrio, em 1972. Apresentando-se no programa Som Livre Exportação, declararam publicamente que continuariam trabalhando em prol da música popular brasileira.
[editar] Obra
Compôs músicas para diversos cantores incluindo Elis Regina, Maria Bethânia, Gal Costa, Zizi Possi, Daniela Mercury, Carla Visi e Ivete Sangalo.
[editar] Algumas composições
- Amor até o Fim, (1966)
- Aquele Abraço, (1969)
- Barato Total, (1974)
- Domingo no Parque, (1967)
- Eu Vim da Bahia, (1966)
- Expresso 2222, (1972)
- Geléia Geral, (com Torquato Neto), (1968)
- Meio-de-Campo, (1973)
- Oriente, (1972)
- Procissão, (1965)
- Soy Loco Por Ti América, (com Capinam e Torquato Neto) (1967)
[editar] Prêmios
- 3 de setembro de 2003 - recebe o Grammy Latino prêmio de Personalidade do Ano - Miami
- Maio de 2005 - recebe o Polar Music Prize do Rei Carlos XVI Gustavo da Suécia
- 15 de dezembro de 2006 - é premiado com o título Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro.
[editar] Liberdade digital
Gilberto Gil é um dos principais defensores do Software Livre e da Liberdade Digital. Em 29 de janeiro de 2005, durante um debate sobre Software Livre no Fórum Social Mundial 2005, foi muito aplaudido após defender o Software Livre e a Liberdade Digital. Algumas de suas palavras neste debate:
«A batalha do software livre, da Internet livre e das conexões livres vão muito além delas, de seus interesses. É a mais importante, e também a mais interessante, e a mais atual das batalhas políticas. Claro que há uma revolução francesa, ou várias revoluções francesas, a fazer no planeta, seja dentro dos países, seja no comércio internacional. Ainda nos defrontamos não apenas com discursos do século XIX, mas também com realidades do Século 19. Mas não podemos secundarizar o presente. E o futuro.»
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(Gilberto Gil)
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Todo esse movimento visa uma mudança de comportamento social muito maior que repensa a forma como é tratado o direito autoral hoje.
Lembrando que Gilberto Gil participou recentemente de um disco livre promovido mundialmente pela Creative Commons com a música Oslodum.
Em 11 de Março de 2007, o jornal estadunidense The New York Times dedicou uma matéria aos esforços de Gilberto Gil em relação a "flexibilizar direitos autorais". A matéria, entitulada Gilberto Gil Hears the Future, Some Rights Reserved (Gil ouve o futuro, com alguns direitos reservados) elogia o trabalho do ministro da cultura quanto à aliança formada com a Creative Commons em 2003, uma de suas primeiras ações como ministro. “Minha visão pessoal é que a cultura digital traz consigo uma nova idéia de propriedade intelectual, e que esta nova cultura de compartilhamento pode e deve informar políticas governamentais.”, disse Gil.[1][2]
[editar] Discografia
- 1967 Louvação
- 1968 Gilberto Gil (Frevo Rasgado)
- 1969 Gilberto Gil (Cérebro Eletrônico)
- 1970 Copacabana Mon Amour
- 1971 Gilberto Gil (Nega)
- 1972 Barra 69: Caetano E Gil Ao Vivo Na Bahia
- 1972 Expresso 2222
- 1974 Gilberto Gil Ao Vivo
- 1975 Refazenda
- 1977 Refavela
- 1978 Gilberto Gil Ao Vivo Em Montreux
- 1978 Refestança
- 1979 Nightingale
- 1979 Realce
- 1981 Brasil
- 1981 Luar (A Gente Precisa Ver o Luar)
- 1981 Um Banda Um
- 1983 Extra [WEA Latina]
- 1984 Quilombo (Trilha Sonora)
- 1984 Raça Humana
- 1985 Dia Dorim Noite Neon
- 1987 Gilberto Gil Em Concerto
- 1987 Trem Para As Estrelas (Trilha Sonora)
- 1988 Ao Vivo Em Tóquio (Live in Tokyo)
- 1989 O Eterno Deus Mu Dança
- 1991 Parabolicamará
- 1994 Acoustic
- 1995 Esoterico: Live in USA 1994
- 1995 Oriente: Live in Tokyo
- 1996 Em Concerto
- 1996 Luar
- 1997 Indigo Blue
- 1997 Quanta
- 1998 Ao Vivo Em Tóquio (Live in Tokyo) [Braziloid]
- 1998 O Sol de Oslo
- 1998 O Viramundo (Ao Vivo)
- 1998 Quanta Gente Veio Ver
- 1998 Ensaio Geral (caixa com gravações de 1967 a 1977)
- 2000 Me, You, Them [Brazil]
- 2001 Milton e Gil
- 2001 São João Vivo
- 2002 Kaya N'Gan Daya
- 2002 Quanta Live [Brazil]
- 2002 Z: 300 Anos de Zumbi
- 2004 Eletrácustico
- 2005 Ao Vivo
- 2005 As Canções de Eu, Tu, Eles
- 2005 Soul of Brazil
- 2006 Gil Luminoso
- 2006 Rhythms of Bahia
[editar] Referências
- ↑ 'Gilberto Gil ouve o futuro', diz New York Times. BBCBrasil.com. Acessado em 11 de Março de 2007.
- ↑ Gilberto Gil Hears the Future, Some Rights Reserved (inglês). New York Times. Acessado em 11 de Março de 2007.
[editar] Ligações externas
- Página oficial
- Curriculum Vitae
- Gilberto Gil (algumas fotos 2001)
- Mais sobre a participação de Gilberto Gil no Fórum Social Mundial de 2005
- Disco livre da Creative Commons
- Gilberto Gil, músico e ministro brasileiro (em francês)
- Gilberto Gil, Ministro de Xangô