Discussão:Homeopatia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Este artigo viola o Princípio da Imparcialidade a que todos os artigos da wikipedia devem obedecer. O autor toma partido por uma dos lados no debate sob homeopatia, e isso é claro quando é dito "[a homeopatia] tem enfrentado oposição quase doentia por parte da intelligenzia industrial que se serve duma retórica sofista para influenciar a opinião pública".
Estou procurando inserir *tb* uma visão crítica à homeopatia e isso *sem* tirar nada do texto original francamente homeopatofílico (se me permitem inventar esse termo). Creio q. assim se recupere o espírito imparcial do texto.
(Uso 'estou procurando' no gerúndio porq. é um ato que não terminou neste momento que escrevo. Não apenas há dois segmentos a se traduzir, como um dos editores tesourou -- censurou -- os trechos q. acrescentei como contraponto: trechos q. estão presentes na versão em inglês do verbete. Desconfio q. isso se repetirá.)
Roberto Takata
Roberto: (além de lhe pedir, insistentemente que se registe), o artigo está à sua disposição. Tudo o que sirva para o tornar imparcial e objectivo ´´e bem-vindo. Obrigado pela sua boa participação (que seria melhor ainda se se registasse)... Manuel Anastácio 21:41, 28 Set 2004 (UTC)
O senhor ROberto Takata, além de não se apresentar nas edições que faz, utiliza-se de textos em inglês, recorta e cola artigos sobre os quais, aparentemente, não conhece nada e posta suas opiniões pessoais em artigo científico. As boas críticas de João Miranda foram aceitas com loas e acatadas. Todas as críticas são bem-vindas. Porém, considero que o espaço dedicado a um termo / artigo / verbete, não é para debates. Este aqui é o espaço para discussões. Colocar "textinhos" difamatórios sobre a homeopatia sob o título do artigo não contribui para a definição nem para a imparcialidade do termo. No mais, escrever libelos contra mim em minha página de apresentação, na qual forneço não somente nome e sobrenome, como também endereço e telefone (pois não temo assinar o que escrevo nem "dar a cara"), é ato de puro vandalismo infantil. Peço gentilmente ao Takata que se apresente publicamente e que crie um verbete relacionado, postando os últimos 200 anos de críticas à homeopatia. Eu mesmo posso fornecer boa bibliografia. E mais: podemos escrever juntos o artigo, sem precisar copiá-lo de outrem. Isso seria uma excelente contribuição para a wikipedia em português. O que em minha modesta opinião não tem cabimento é o lugar onde esse senhor (que me chama de "o cara") quer fixar seus panfletos. Por fim, desculpem-me os colegas este desabafo, mas essas agressões gratuitas devem ter um fim. Obrigado a todos
Como prevista, a censura se repetiu. Não há nada de textinhos, nem de difamatórios: são críticas pertinentes. O verbete correto é exatamente o verbete 'Homeopatia'. É uma metodologia altamente controversa e deve-se apresentar a crítica feita por boa parte da comunidade científica -- não se trata de simples maldizer. O sr. Giovano pode usar os termos q. quiser: panfletos, textinhos difamatórios, vandalismo infantil e assim por diante -- não muda o fato de q. há críticas consistentes em relação à Homeopatia e q. ele tesourou essas críticas. Se houvesse dados consistentes mostrando a eficácia do tratamento tudo bem, mas não há. (Não houve nenhuma agressão: apenas relatei o ocorrido, vc censurou as minhas contribuições -- um relato isento dos fatos, não lhe apus nenhum adjetivo como "infantil", "vândalo", "panfletário" ou quetal.) A minha opinião pessoal resume-se a dizer q. as críticas postadas devem ser consideradas. Qto à bibliografia, encontro-a no Scirus ou no Web of Science, além de Medline e bancos de dados similares.
Minha opinião pessoal: Embora eu não seja, pessoalmente, adepto da homeopatia, sou adepto da imparcialidade na wikipedia.
A homeopatia é um tema controverso e costuma gerar debates apaixonados. Acho que como tal, ela merece o mesmo tratamento respeitoso e asséptico dado a outros verbetes sobre outros assuntos controversos: o cristianismo, o judaísmo, fast-food, a administração do George Bush, etc.
Não se admitiria um subtítulo "Críticas ao judaísmo" (com as "razões" apontadas por anti-semitas) num verbete que descrevesse o judaísmo. Mas se existem tais críticas (por mais absurdas que sejam, no caso do anti-semitismo, ou por mais pertinentes, no caso da homeomatia), elas devem estar na wikipedia - ainda que por valor meramente histórico.
Sou então a favor da separação das críticas em um novo verbete. Quanto ao texto remanescente (sem as críticas), julgo-o ainda longe do satisfatório no que tange à imparcialidade - sem ofensas a nenhum dos lados, já que essa é uma característica constante em artigos que passaram por "guerras de edição". Sugiro que um bom esforço inicial seria "peneirar" adjetivos.
Abraços,
André
- Um artigo sobre homeapatia terá sempre alegações extraordinárias. Ora, se as alegações dos homeopatas são apresentadas, as alegações dos critícos também têm que ser. Se se diz que os homeopatas defendem que as soluções ultradiluidas podem curar doenças, também tem que se dizer que o crítico X discorda. Se for criado um artigo à parte com as críticas passaremos a ter dois artigos parciais em vez de um imparcial. Não é só a Wikipédia que tem que ser imparcial. Cada artigo tem que ser imparcial.
- Note-se ainda que a homeopatia não é uma mera crença pessoal iu uma guia para a vida pessoal como uma relegião. Os homeopatas fazem alegações sobre mundo físico que podem e devem ser contrastadas com dados científicos. --JoaoMiranda 21:44, 5 Out 2004 (UTC)
André, o Judaísmo é uma religião. Suponho que os homeopatas não concordariam em q. tratássemos a Homeopatia como religião.
Amigos,
Ok, aceito a crítica do João Miranda de que a separação do artigo em 2 (ou 3) pode criar múltiplos artigos parciais, ao invés de um só artigo imparcial.
De qualquer modo, acho que um bom referencial para a nossa discussão é a versão da en.wikipedia.org sobre o verbete homeopathy. Essa versão é bem mais antiga que a nossa: data de 2001, e há muito já passou da marca de uma centena de alterações. Não endosso (necessariamente) o artigo deles como "imparcial", ou mesmo "satisfatório", mas minha visão pessoal é que a versão deles é um bom início para o avanço do nossa discussão (não sei se essa minha visão é predominante entre os administradores da pt.wikipedia.org, ou se vcs preferem começar artigos "do zero").
Vou dar a minha colaboração traduzindo uma parte da seção "Arguments by supporters of homeopathy". Peço gentilmente a outros que continuem o trabalho, e modifiquem o que acharem que deva ser modificado...
Abraços,
André
Vamos lá, não custa nada apresentar factos unânimes... Diferenciar opiniões de factos é assim tão difícil? Sejam moderados e aproveitem a página de discussão para chegar a consensos - têm é de saber tolerar opiniões... Discutam, mas não se zanguem... Manuel Anastácio 20:57, 6 Out 2004 (UTC)
Bem, André, ocorreu que a seção 'Argumentos a favor da Homeopatia' na verdade serve mais como uma crítica à Homeopatia - já q. se trata de uma análise dos argumentos dos homeopatas. Uma solução q. talvez pudesse ser tentada é reescrever o artigo da Homeopatia de modo neutro: apenas descrever o q. os homeopatas fazem - algo assim "a Homeopatia é um sistema que busca tratar os pacientes através de ultradiluições de princípios ativos que quando administrados a pacientes sadios causam os mesmos sintomas da doença que pretende combater". E então fazemos duas seções -- 'Argumentos dos que são favoráveis à Homeopatia' e 'Argumentos dos que são contrários à Homeopatia'. (Não concordo com a frase: "os princípios gerais da Homeopatia foram lançados por Hipócrates". Hipócrates não lançou a Homeopatia, são princípios médicos. Os homeopatas podem ter encampados esses princípios - no que fazem bem, menos no item 2, já q. é necessário estudar o doente *e* a doença - , mas não faz com q. Hipócrates seja o pai da Homeopatia. Acho q. assim se consegue coisa melhor.
Caro Roberto,
Concordo com a sua interpretação (de que a seção "Argumentos a Favor" é, na verdade, contra a homeopatia). É que me propus a traduzir parte da versão em inglês, então...
Quanto à sua sugestão, não vejo nada de errado com ela, embora ache algo de difícil implementação (sem que se acirrem os ânimos, e o artigo seja revertido por outrem). Concordo, no entanto, que cabe uma "peneirada" nos adjetivos.
Quanto à sua observação anterior: quando comparei a homeopatia com religiões, não o fiz para classificá-la como um "sistema de crenças", e sim como um assunto controverso (repare que comparei-a também com fast-food, e com a administração Bush - temas sempre controversos).
Abraços,
André
André,
No caso de fast-foods e (talvez) a administração Bush, caberia sim a citação de críticas feitas por especialistas: q. o consumo freqüente pode elevar as taxas de colesterol, induzir à obesidade e má nutrição... q. Bush Jr. foi à guerra contra o Iraque sem o aval de um organismo multilateral e depois se descobriu q. os argumentos utilizados não se sustentaram: não havia armas de destruição em massa e ainda não se encontrou uma forte ligação entre Saddam e Al Qaeda. Não é necessário nenhum libelo, apenas a apresentação neutra das críticas de terceiros (especialistas). Mais tarde tentarei fazer um rascunho de como poderia ficar -- deixarei provisoriamente em uma página à parte (p.e. Homeopatia2 ou algo assim).
Caros amigos,
o princípio geral da homeopatia "similia similia curentur" foi de fato enunciado pela primeira vez por Hipócrates. Este médico grego foi o pai da escola médica de Cós, à qual se opôs, historicamente, a escola de Cnido, liderada por Galeno. Hoje em dia, quando os médicos nos referimos a Hipócrates, estamos, na realidade, falando do Corpus Hippocraticum, obra escrita por mais de uma pessoa. Hahnemann deu um corpo único e coerente à homeopatia. Foi o alemão quem, aliás, cunhou os termos homeopatia, alopatia, enantiopatia e antipatia, para classificar as formas existentes de terapêuticas. Concordo com André na criação de outro verbete e não acho que sua defesa nos leve a concluir que ele compare a homeopatia ao judaísmo, como religião. Também não vejo que esse método criaria dois verbetes parciais. Mais uma vez aceito as críticas de que há, no artigo, uma sobeja de adjetivos e que, dele, talvez se conclua a posição do autor. No entanto, os artigos que, em tese, deveriam dar imparcialidade ao tema, não esclarecem nem equilibram o assunto. Ao contrário, esses sim são textos manifestamente contrários à homeopatia. Gostaria de esclarecer alguns conceitos não muito claros aos leigos. A homeopatia não trabalha com ultradiluições. O termo correto é dinamização. A técnica da dinamização é o centro das críticas dirigidas à ciência hahnemanniana. Já a crítica que os homeopatas fazem aos alopatas centra-se na impessoalidade do tratamento, nos efeitos colaterais frequentemente mais graves que os problemas originais e na falta de curas apresentadas. O ponto fundamental da discórdia, e que faz dela um debate necessariamente irreconciliável, é que os paradigmas de doença e saúde são diferentes. A alopatia moderna trabalha com o conceito de normalidade estatística aplicada à saúde. Em geral, os que estejam entre +/- 2 desvio padrão são considerados normais e os que estão fora, anormais, isto é, doentes. A psiquiatria (sobretudo) estadunidense extrapolou esse conceito ao conportamento humano e não somente a medidas biológicas quantificáveis. A homeopatia trabalha com conceitos qualitativos para definir saúde e enfermidade. Volta-se a atenção para o indivíduo e seus modos (maneiras, formas) personalíssimos de viver, adoecer, ter saúde e morrer. Assim, a exemplo do que Hipócrates fazia, a homeopatia não classifica ou nomeia doenças. Não há, na homeopatia, algo como a CID (Classificação Internacional de Doenças).
Fica mais fácil explicar minha maior preocupação com os artigos que quer incluir Tanaka no vernete. Acho que não será difícil de entender, depois do exposto, ainda que de forma breve. A unidade "metro" não é adequada para medir as horas. Não há muito sentido em esperar dois metro e quinze minutos. Da mesma maneira, não podemos usar um barômetro para aferir a acuidade visual de um míope. Homeopatia e alopatia não compartilham unidades, instrumentos, paradigmas nem epistemologia. Os artigos apresentados tentam "desmascarar" a homeopatia com métodos aceitos e adaptados à alopatia. São esses, é certo, métodos hegemônicos nos dias atuais. Métodos cartesiano-positivistas adotados largamente pela intelligentzia científica mundial. Mas nem por isso (pelo fato de ser hegemônico), os outros pensares e paradigmas são "errados". Esse é um erro metodológico, uma contradição política desse método científico. Julgar e negar a priori fatos que aparentemente contradizem seus valores. É também uma estratégia política de manutenção da hegemonia. Pensemos um pouco na acupuntura (ou na medicina chinesa como um todo). É no mínimo extranho seu discurso, falando de diminutos pontos sobre meridianos que correm os corpos, levando um tipo de energia que determina a saúde de um ser. Nunca se pode medir ou provar com nossos modernos instrumentos a existência desses pontos. Nem por isso se pode ou deve negar sua eficácia. Sou médico (não sou acupunturista) e não deixa de me surpreender um paciente sair de crise asmática grave só com uma agulha enfiada na ponta de seu nariz. É para mim um fenômeno que desafia meus conhecimentos. Não vejo nada de lógico nem de provável. Mas vi acontecer. Mais de uma vez. O fenômeno só tem explicação (se ela é necessária) dentro da ciência chinesa com seus cinco elementos, seu "chi", sua doutrina e sua episteme. Ela é falsa ou errada por isso? Não creio... é diferente. O conhecimento (a ciência) humano é muito mais amplo que o modelo hegemônico.
De qualquer maneira, há pesquisadores que submetem a homeopatia a testes duplo cego e controlados com placebos ou controlados com drogas ponderais (alopáticas). Os resultados têm confirmado a eficiência do tratamento, mesmo usando intrumentos exóticos para a homeopatia. Posso mandar algumas referências de artigos publicados (inclusive em revistas de sociedades alopáticas) se alguém se interessar. Devo confessar que critico essas práticas de alguns homeopatas, pois creio que a homeopatia tem métodos tão válidos como outros e que sua validade está fundamentada nas curas (objetivo do tratamento homeopático, em oposição às paliações) clínicas, nas patogenesias e na sua instituição massiva em diversos países. No Brasil, por exemplo, a homeopatia é especialidade oficial desde 1979 e já não se questiona sua eficiência. Há hoje no ministério da saúde um grupo de trabalho que estuda exclusivamente formas de implementas a homeopatia em todas as instâncias so sistema público de saúde (SUS - Sistema Único de Saúde), liderado pela doutora Lotfi Sampaio. Vários municípios, como Belo Horizonte, Rio de Jaineiro, São Paulo, Betim e outros, adotaram a homeopatia na rede pública.
Amigos, o debate, colocado neste apropriado lugar está muito interessante. Abraços.
Giovano
"A homeopatia não trabalha com ultradiluições. O termo correto é dinamização." O político corrupto não trabalha com roubo de verbas públicas, mas com apropriação de encargos autoconcedidos. Chame-se pelo nome que quiser, o que importa é o que significa. Diluições sucessivas podem ser chamadas de dinamizações, resultam em uma ultradiluição.
"A unidade 'metro' não é adequada para medir as horas." Ou um processo cura mais pacientes ou não cura mais pacientes, ou os sintomas melhoram ou não melhoram. Se um dado tratamento - homeopático ou não - faz com que mais pessoas fiquem curadas ou melhorem substancialmente do que se tratados com placebo, então esse tratamento é melhor do que o placebo - isso independe de "paradigmas" (uso entre aspas porque o termo é empregado incorretamente). Não se pode aceitar isso quando convém - citar estudos duplo-cegos que indicam uma eficácia do tratamento homeopático - e rejeitar quando não convém - ignorar estudos duplo-cegos que indicam ineficácia do tratamento homeopático. Não se trata de aferir "paradigmas", mas simplesmente de eficácia e eficiência de um tratamento em particular.
Quem não questiona a eficiência é o Conselho Federal de Medicina. O que não significa que não se deva ou que não haja motivos para se questionar. Nos EUA não há reconhecimento do tratamento. Na Argentina é banida. A Natureza apresenta leis diferentes nos EUA e na Argentina?
Também já vi mais de uma vez pessoas com dores nas costas saírem andando depois de uma sessão de desencosto. A profissão de pastor evangélico deve ser uma especialidade médica? Também já vi pessoas que se curaram de câncer abandonando todos os tratamentos. O relapso profissional deve ser uma especialidade médica? Sim, há pessoas que melhoram de sua gota depois de tomar água "magnetizada". Tem duas crianças que sararam do sarampo tomando chá de cocô seco de cachorro preparado por suas avós. Também vi pessoas tratadas com homeopatia que tiveram sua rinite piorada, pessoas tratadas com acupuntura que tiveram suas dores intensificadas. Não se conclui pela validade de uma técnica pela simples coleção de casos bem sucedidos. Conhecemos bem isso nos mais diversos modos de curandeirismo e charlatanismo.
Takata,
A homeopatia cura. Cura com racionalidade, diferentemente da alopatia que é aleatória em seus procedimentos. Quero lhe dizer, com todo respeito e humildade, que por diferentes motivos participo de grupos de pesquisas há muitos anos. Conheço bem o método científico. Não ignoro o duplo-cego e sei de suas virtudes, mas também de seus limites. No que tange a homeopatia, deixo claro que sempre hei de criticar essa metodologia. Não aceito quando convém. Não aceito em nenhuma hipótese. É um método inválido para a ciência hahnemanniana. Sobre o reconhecimento da homeopatia nos EUA e na Argentina, talvez você ignore a história (sem ofensas). No caso estadunidense, a homeopatia chegou a ser a formação de quase a metade de seus médicos no século XIX. A família Carnegie, no começo do século XX, elaborou a lei que unificava os programas das escolas de medicina e cirurgia. "Casualmente", os Carnegie são donos ou acionistas dos principais laboratórios industriais de farmácia (responsáveis pelos cegos únicos, duplos e triplos que vendem/ram talidomida, vioxx, viagra...) e centraram a formação médica na indicação de drogas por eles fabricadas. Gostei de suas críticas ao Bush, por isso penso que você pode ser sensível a essa realidade. (Você já leu o livro "The River"? Nada a ver com homeopatia, mas revela o submundo das pesquisas tidas por sérias. Aliás, em recente pesquisa, 35% dos médicos do National Institute of Health admitiram mentir de alguma forma em suas pesquisas, sobretudo para atender interesses dos patrocinadores). Na Argentina há uma realidade contraditória (morei lá por seis anos). Apesar de nunca ter sido reconhecida como especialidade, a homeopatia encontrou na Argentina seu terreno mais fértil (no ocidente) dos anos 20 aos 80 do século passado. Grandes homeopatas contemporâneos são de lá. Pessoalmente, também não concordo em se estabelecer a homeopatia como especialidade médica. De fato não o é. Trata-se de outra racionalidade, outra medicina, outro paradigma (o termo é este mesmo). Sugiro (novamente com respeito e sem ironia) que você estude homoeopatia. Contam-se centenas de casos de eminentes colegas que foram destacados para "destruir" de uma vez por todas a homeopatia e acabaram abraçando-a. O caso mais conhecido é do Dr Hering, da Royal Academy. A continuarmos com o debate, muito rico, solicito que você esclareça quais são seus conceitos de doença e saúde, de cura e melhora, de paliação e agravação. Há que se definir termos para podermos achar pontos de possível comunicação. Acho ser possível curar sarampo com cocô seco de cachorro preparado por avós. Mas onde está a racionalidade disso? Onde está a racionalidade de omeprazol para todos? uma aspirina por dia? vacinas em massa? Essas práticas são equivalentes a cocô seco de cachorro preparado por avós. Por fin volto à ultradiluição. Essa não é só uma questão de palavras mais, palavras menos. Dinamização pressupõe dois tempos: diluição e sucussão. Portanto, diluição é uma etapa do processo de preparação do medicamento homeopático e não sua síntese. ;-) Abraços.
Muito bom esse artigo, mas ainda precisa ser melhorado bastante. Gostaria que quem entendesse mais do assunto escrevesse mais, pois ainda estou curioso. abraço, --FMLoi 02:32, 30 Setembro 2005 (UTC)
Caros participantes,
Sugiro que seja adotado o kit de deteção de fálacias do excelentíssimo astrônomo Carl Sagan para o bom andamento da discussão. Ele pode ser usado por ambos os lados. Idealmente, os palestrantes não devem utilizar argumentos que se encaixam nas descrições seguintes:
ad hominem – expressão latina que significa “ao homem”, quando atacamos o argumentador e não o argumento (por exemplo: A reverenda dra. Smith é uma conhecida fundamentalista bíblica, por isso não precisamos levar a sério suas objeções à evolução);
argumento de autoridade (por exemplo: O presidente Richard Nixon deve ser reeleito porque ele tem um plano secreto para pôr fim à guerra no Sudeste da Ásia – mas, como era secreto, o eleitorado não tinha meios de avaliar os méritos do plano; o argumento se reduzia a confiar em Nixon porque ele era o presidente: um erro, como se veio a saber);
argumento das conseqüências adversas (por exemplo: Deve existir um Deus que confere castigo e recompensa, porque, se não existisse, a sociedade seria muito mais desordenada e perigosa talvez até ingovernável *2. Ou: O réu de um caso de homicídio amplamente divulgado pelos meios de comunicação deve ser julgado culpado; do contrário, será um estímulo para os outros homens matarem as suas mulheres);
apelo à ignorância – a afirmação de que qualquer coisa que não provou ser falsa deve ser verdade, e vice-versa (por exemplo: Não há evidência convincente de que os UFOs não estejam visitando a Terra; portanto, os UFOs existem – e há vida inteligente em outros lugares no Universo. Ou: Talvez haja setenta quasilhões de outros mundos, mas não se conhece nenhum que tenha o progresso moral da Terra, por isso ainda somos o centro do Universo). Essa impaciência com a ambigüidade pode ser criticada pela expressão: a ausência de evidência não é evidência da ausência;
alegação especial, freqüentemente para salvar uma proposição em profunda dificuldade teórica (por exemplo: Como um Deus misericordioso pode condenar as gerações futuras a um tormento interminável, só porque, contra as suas ordens, uma mulher induziu um homem a comer uma maçã? Alegação especial: Você não compreende a doutrina sutil do livre-arbítrio. Ou: Como pode haver um Pai, um Filho e um Espírito Santo igualmente divinos na mesma Pessoa? Alegação especial: Você não compreende o mistério da Santíssima Trindade. Ou: Como Deus permitiu que os seguidores do judaísmo, cristianismo e islamismo – cada um comprometido a seu modo com medidas heróicas de bondade e compaixão – tenham perpetrado tanta crueldade durante tanto tempo? Alegação especial: Mais uma vez você não compreende o livre-arbítrio. E, de qualquer modo, os movimentos de Deus são misteriosos);
petição de princípio, também chamada de supor a resposta (por exemplo: Devemos instituir a pena de morte para desencorajar o crime violento. Mas a taxa de crimes violentos realmente cai quando é imposta a pena de morte? Ou: A bolsa de valores caiu ontem por causa de um ajuste técnico e da realização de lucros por parte dos investidores. Mas há alguma evidência independente do papel causal do “ajuste” e da realização de lucros? Aprendemos realmente alguma coisa com essa pretensa explicação?);
seleção das observações, também chamada de enumeração das circunstâncias favoráveis, ou, segundo a descrição do filósofo Francis Bacon, contar os acertos e esquecer os fracassos *3 (por exemplo: Um Estado se vangloria do presidente que gerou, mas se cala sobre os seus assassinos que matam em série);
estatística dos números pequenos – falácia aparentada com a seleção das observações (por exemplo: “ Dizem que uma dentre cada cinco pessoas é chinesa. Como é possível? Conheço centenas de pessoas, e nenhuma delas é chinesa. Atenciosamente ”. Ou: Tirei três setes seguidos. Hoje à noite não tenho como perder).
compreensão errônea da natureza da estatística (por exemplo: O presidente Dwight Eisenhower expressando espanto e apreensão ao descobrir que metade de todos os norte-americanos tem inteligência abaixo da média);
incoerência (por exemplo: Prepare-se prudentemente para enfrentar o pior na luta com um potencial adversário militar, mas ignore parcimoniosamente projeções científicas sobre perigos ambientais, porque elas não são “comprovadas”. Ou: Atribua a diminuição da expectativa de vida na antiga União Soviética aos fracassos do comunismo há muitos anos, mas nunca atribua a alta taxa de mortalidade infantil nos Estados Unidos (no momento, a taxa mais alta das principais nações industriais) aos fracassos do capitalismo. Ou: Considere razoável que o Universo continue a existir para sempre no futuro, mas julgue absurda a possibilidade de que ele tenha duração infinita no passado);
non sequitur – expressão latina que significa “não se segue” (por exemplo: A nossa nação prevalecerá, porque Deus é grande. Mas quase todas as nações querem que isso seja verdade; a formulação alemã era “Gott mit uns”). Com freqüência, os que caem na falácia non sequitur deixaram simplesmente de reconhecer as possibilidades alternativas;
post hoc, ergo propter hoc – expressão latina que significa “aconteceu após um fato, logo foi por ele causado” (por exemplo, Jaime Cardinal Sin, arcebispo de Manila: “ Conheço [...] uma moça de 26 anos que aparenta sessenta porque ela toma a pílula [anticoncepcional] ”. Ou: Antes de as mulheres terem o direito de votar, não havia armas nucleares);
pergunta sem sentido (por exemplo: O que acontece quando uma força irresistível encontra um objeto imóvel? Mas se existe uma força irresistível, não pode haver objetos imóveis, e vice-versa);
exclusão do meio-termo, ou dicotomia falsa – considerando apenas os dois extremos num continuum de possibilidades intermediárias (por exemplo: Claro, tome o partido dele; meu marido é perfeito; eu estou sempre errada. Ou: Ame o seu país ou odeie-o. Ou: Se você não é parte da solução, é parte do problema);
curto prazo versus longo prazo – um subconjunto da exclusão do meio-termo, mas tão importante que o separei para lhe dar atenção especial (por exemplo: Não temos dinheiro para financiar programas que alimentem crianças mal nutridas e eduquem garotos em idade pré-escolar. Precisamos urgentemente tratar do crime nas ruas. Ou: Por que explorar o espaço ou fazer pesquisa de ciência básica, quando temos tantas pessoas sem teto?);
declive escorregadio, relacionado à exclusão do meio-termo (por exemplo: Se permitirmos o aborto nas primeiras semanas da gravidez, será impossível evitar o assassinato de um bebê no final da gravidez. Ou, inversamente: Se o Estado proíbe o aborto até no nono mês, logo estará nos dizendo o que fazer com os nossos corpos no momento da concepção);
confusão de correlação e causa (por exemplo: Um levantamento mostra que é maior o número de homossexuais entre os que têm curso superior do que entre os que não o possuem; portanto, a educação torna as pessoas homossexuais. Ou: Os terremotos andinos estão correlacionados com as maiores aproximações do planeta Urano; portanto – apesar da ausência de uma correlação desse tipo com respeito ao planeta Júpiter, mais próximo e mais volumoso – o planeta Urano é a causa dos terremotos); *4
espantalho – caricaturar uma posição para tornar mais fácil o ataque (por exemplo: Os cientistas supõem que os seres vivos simplesmente se reuniram por acaso – uma formulação que ignora propositadamente a idéia darwiniana central, de que a natureza se constrói guardando o que funciona e jogando fora o que não funciona. Ou isso é também uma falácia de curto prazo/longo prazo – os ambientalistas se importam mais com anhingas e corujas pintadas do que com gente);
evidência suprimida, ou meia verdade (por exemplo: Uma “profecia” espantosamente exata e muito citada do atentado contra o presidente Reagan é apresentada na televisão; mas – detalhe importante – foi gravada antes ou depois do evento? Ou: Esses abusos do governo pedem uma revolução, mesmo que não se possa fazer uma omelete sem quebrar alguns ovos. Sim, mas será uma revolução que causará muito mais mortes do que o regime anterior? O que sugere a experiência de outras revoluções? Todas as revoluções contra regimes opressivos são desejáveis e vantajosas para o povo?);
palavras equívocas (por exemplo, a separação dos poderes na Constituição norte-americana especifica que os Estados Unidos não podem travar guerra sem uma declaração do Congresso. Por outro lado, os presidentes detêm o controle da política externa e o comando das guerras, que são potencialmente ferramentas poderosas para que sejam reeleitos. Portanto, os presidentes de qualquer partido político podem ficar tentados a arrumar disputas, enquanto desfraldam a bandeira e dão outros nomes às guerras – “ações policiais”, “incursões armadas”, “ataques de reação protetores”, “pacificação”, “salvaguarda dos interesses norte-americanos” e uma enorme variedade de “operações”, como a “Operação da Causa Justa”. Os eufemismos para a guerra são um dos itens de uma ampla categoria de reinvenções da linguagem para fins políticos. Talleyrand disse: “Uma arte importante dos políticos é encontrar novos nomes para instituições que com seus nomes antigos se tornaram odiosas para o público”).
A verdadeira fonte é "O mundo assombrado pelos demônios" de C. Sagan. Uma reprodução pode ser encontrada em http://www.xenu.net/archive/baloney_detection.html
A tradução foi copiada de http://paginas.terra.com.br/arte/dubitoergosum/arq8.htm
Espero que essa ferramente ajude a moderar o assunto e evitar os argumentos tolos(mal fundamentados) em favor dos contundentes(baseado em evidências sólidas).
Hugo Torres.
[editar] Confuso
Não entendi o que é... Está confuso a introdução... Lá era para falar o que é... Pelo que entendi soltam os doentes numa sala com doentes parecidos e eles se curam só por estarem juntos aos semelhantes? Isso não faz o menor sentido...
tentei melhorar um pouco, mas ainda é um trabalho em andamento...
Homeopatia (do grego homoios, semelhante + pathos, doença) é um termo criado por Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843) para designar um método terapêutico alternativo baseado na cura pelo semelhante ("similia similibus curantur").
O tratamento possui fundamento na hipótese de que para curar uma patologia de um enfermo é necessário aplicar um medicamento que produza os mesmos sintomas da doença em um indivíduo saudável. Esse medicamento é preparado através de diluições e agitações (dinamização), de modo a evitar os efeitos deletérios da substância ativa e supostamente potencializar os seus efeitos benéficos. Dessa forma, se um paciente se queixa de insônia, um médico homeopata (após uma entrevista extensa e criteriosa) poderia prescrever um medicamento a base de café (isto é, uma substância que provoca a insônia em pessoas saudáveis), com uma concentração altamente diluída e potencializada.
A homeopatia nem sempre é aceita junto à comunidade científica, uma vez que alguns de seus preceitos parecem violar o conhecimento científico ortodoxo. Por exemplo, a concepção de que uma substância ativa produza efeitos mais potentes quanto mais diluída seja a sua preparação parece ir contra as conclusões da química experimental. Além disso, a prática da homeopatia comumente está relacionada com pensamento metafísico, tal como a crença em energias vitais.
É importante salientar que a homeopatia não é um tratamento através de ervas ou uso de plantas medicinais (embora também sejam usadas), sendo esse o campo da herbologia ou naturopatia.
Se alguém achar que vale a pena alterar (e se não ferir o ego de ninguém) eu altero a introdução. —-- Leguas ✉ 13:53, 4 Agosto 2006 (UTC)
[editar] Introdução - 2a. versão
Fiz algumas mudanças, que estão em negrito:
Homeopatia (do grego homoios, semelhante + pathos, doença) é um termo criado por Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843) para designar um método terapêutico alternativo baseado na cura pelo semelhante ("similia similibus curantur").
O tratamento possui fundamento na hipótese de que para curar uma patologia de um enfermo é necessário aplicar um princípio ativo que produza os mesmos sintomas da doença em um indivíduo saudável. Esse medicamento é preparado através de ultradiluições e agitações (dinamização), de modo a evitar os efeitos deletérios da substância ativa e supostamente potencializar os seus efeitos benéficos. Dessa forma, se um paciente se queixa de insônia, um médico homeopata (após uma entrevista extensa e criteriosa) poderia prescrever um medicamento a base de café (isto é, uma substância que provoca a insônia em pessoas saudáveis), com uma concentração altamente diluída e potencializada.
A homeopatia nem sempre é aceita junto à comunidade científica, uma vez que alguns de seus preceitos parecem violar o conhecimento científico ortodoxo. Em relação ao mecanismo de ação, justificado pela homeopatia segundo o pensamento metafísico e o conceito de energias vitais, a concepção de que uma substância ativa produza efeitos mais potentes quanto mais diluída seja a sua preparação é contrária aos conhecimentos de química, física e biologia vigentes e não foi demonstrada em estudos. Em relação à eficácia, estudos realizados rigorosamente de acordo com o método científico foram incapazes de demonstrar uma eficácia diferente da que seria esperada pelo efeito placebo, mas homeopatas argumentam que o método científico é incapaz de estudar a eficácia da homeopatia pela necessidade de tratamentos individualizados e pela promoção à saúde.
É importante salientar que a homeopatia não é um tratamento através de ervas ou uso de plantas medicinais (embora também sejam usadas como princípios ativos), sendo esse o campo da fitoterapia, que faz parte da medicina científica.
--Stéfano msg 16:19, 4 Agosto 2006 (UTC)
[editar] Laboratórios Suiços
Sobre "De outro lado a análise cristalográfica que tem sido levada a efeito em laboratórios suíços demonstra que as moléculas de água registram informações dos solutos que nelas se diluíram, mesmo quando retirado o soluto. Este método tem sido usado como diagnóstico há algumas décadas pala medicina antroposófica.", poderia incluir a referência ? --Stéfano msg 16:37, 25 Julho 2006 (UTC)
- Sobre esse assunto, é interessante incluir o estudo realizado na Universidade de Toronto que mostrou que a "memória" da água só resiste sem a presença do soluto por apenas 50 fentosegundos, ou seja 1/20.000.000.000.000 de segundo: