Incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist
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O incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist em Nova Iorque a 25 de Março de 1911 foi um grande desastre industrial que causou a morte de mais de uma centena de costureiras que morreram no fogo ou se precipitaram do edifício. Este incêndio iria contribuir para a especificação de critérios rigorosos sobre as condições de segurança no trabalho e para o crescimento dos sindicatos que despoletavam como consequência da revolução industrial.
A Triangle Company ocupava os três últimos andares do edifício Asch, de dez andares, que fazia esquina entre as ruas Greene Street e Washington Place, e empregava cerca de 600 trabalhadores, a maioria constituída por mulheres jovemas imigrantes que trabalhavam 14 horas por dia, em semanas de trabalho de 60-72 horas, costurando vestuário por modestos salários entre os 6 e os 10 dólares por semana.
A empresa já se tornara mediática em 1909 com uma grande greve de mulheres costureiras coordenadas pelo sindicato International Ladies' Garment Workers' Union, que tentava negociar um acordo colectivo; a Triangle ter-se-á recusado a assinar o acordo.
As condições da fábrica eram as típicas na altura: têxteis inflamáveis guardados em toda a fábrica, fumar era frequente, a illuminação era providenciada por iluminação a gás e não existiam extintores de fogo. Durante a tarde de 25 de Março de 1911 desencadeava-se um incêndio. Os operários do décimo e oitavo andares foram notificados e a maioria salvou-se. No entanto, o alerta para o nono andar tardou a chegar.
O nono andar apenas dispunha de duas saídas. Uma escadaria já se encontrava cheia de fumo e chamas quando os operários se deram conta que o edifício estava a arder. A outra porta estava fechada, ostensivamente para evitar que as operárias roubassem materiais ou fizessem pausas. A única saída de emergência, exterior, depressa se arruinaria pelo peso das operárias que tentavam escapar. O elevador também avariou, eliminando essa possibilidade de fuga.
Apercebendo-se que estavam sem saída, e devido ao calor intenso, algumas trabalhadoras lançaram-se das janelas, a uma altura de nove andares. Outras forçaram as portas do elevador, lançando-se pela conduta de ascensão. Poucas sobreviveram a estas quedas. As restantes esperaram até que o fogo as consumisse. Os bombeiros chegaram rápido, embora não houvessem escadas disponíveis para os transportar além do sexto andar. Um único sobrevivente foi encontrado, estando próximo do afogamento, perto da conduta de ascensão. O total de mortos foi de 146: 91 no incêndio e 54 nas quedas.