John Boorman
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
John Boorman (Londres, 18 de janeiro de 1933) é um cineasta inglês radicado na Irlanda.
[editar] Biografia
Embora seus pais não fossem católicos, John foi educado pelos salesianos. Seu primeiro emprego foi como tintureiro, e no final da década de 1950 já era jornalista. Depois, começou a cinegrafar documentários para televisão, até ser contratado pela BBC como gerente da unidade de documentários de Bristol.
Logo chamou a atenção do produtor David Deutsch, que lhe ofereceu a direção de Agarra-me se puderes (1965). A intenção era concorrer com A Hard Day's Night, de Richard Lester, mas não fez o mesmo sucesso, o que esmoreceu o caminho de Boorman para o cinema. Mas ele foi levado às grandes produções de Hollywood, por meio de Point Blank (1967), uma visão da decadência da fortaleza de Alcatraz e do incipiente movimento hippie em San Francisco. O veterano Lee Marvin era o protagonista, e deu total apoio ao diretor novato, além de recomendá-lo à Metro-Goldwyn-Mayer.
Boorman e Marvin voltariam a se encontrar em Inferno no Pacífico, que também contou com Toshiro Mifune. Um filme surpreendente, com apenas dois personagens, um soldado aliado e um japonês sozinhos numa ilha do oceano Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial, lutando entre si e pela sobrevivência numa terra hostil.
De volta ao Reino Unido, fez Leo the Last (1970), francamente influenciado por Federico Fellini, até mesmo pelo ator principal, Marcello Mastroianni; o filme lhe rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes.
Seu maior sucesso, no entanto, viria com Amargo pesadelo (1972), adaptado da obra de James Dickey, a jornada de homens da cidade (John Voight, Burt Reynolds, Ronny Cox e Ned Beatty) atravessando territórios apalaches para descobrirem-se selvagens e capazes das piores atrocidades. Com Deliverance, Boorman foi indicado pela primeira vez ao Oscar.
No início da década de 70, Boorman chegou a esboçar um projeto para O senhor dos anéis, e levou suas idéias ao autor da saga, J. R. R. Tolkien. Os custos da produção, porém, revelaram-se muito altos, e o que pôde ser adquirido foi usado em Excalibur.
O filme seguinte foi Zardoz (1974), com Sean Connery e Charlotte Rampling numa ficção científica pós-apocalipse que muitos críticos consideraram pretensiosa. Mesmo assim, Boorman foi convidado a dirigir Exorcist II: The Heretic (1977), mas essa seqüência do original de William Friedkin resultou em total fracasso.
Excalibur (1981), um antigo sonho de Boorman, seria lembrado como uma obra mítica, além de uma das mais sinceras versões da lenda do rei Artur. Os atores Nicol Williamson e Helen Mirren foram escalados por Boorman, apesar de protestarem (pois se odiavam), para viver o casal central, e o diretor pensou que essa mútua antipatia faria brilhar os personagens na tela.
Esperança e glória (1987) é seu trabalho mais autobiográfico, pois conta histórias de sua infância durante uma blitz em Londres. Mais uma indicação de Boorman ao Oscar.
Com uma grande consciência ecológica, Boorman resolveu investir na aventura amazônica A floresta de esmeraldas (1985), uma saga na floresta tropical para a qual escalou seu filho (Charley Boorman).
Em 1991, morre David Lean, e Boorman anunciou que iria filmar um antigo projeto do amigo, Nostromo, mas o projeto fracassou. Vieram então Muito além de Rangun (1995) e O alfaiate do Panamá (2000), ambos mostrando personagens perdidos em mundos e culturas estranhas.
Em 1999, Boorman ganhou novamente o prêmio de melhor diretor em Cannes, desta vez por O general, sobre um glamuroso porém misterioso criminoso de Dublin assassinado supostamente pelo Exército Republicano Irlandês.
Atualmente, Boorkan vive em Annamoe, na República da Irlanda, com sua mulher, Christel Kruse. Ele teve quatro filhos, mas um deles, Telsche, morreu de câncer em 1997.
[editar] Filmografia
- 1965 – Catch Us If You Can
- 1967 – Point Blank
- 1969 – Hell in the Pacific
- 1970 – Leo The Last
- 1972 – Deliverance (br: Amargo Pesadelo)
- 1974 – Zardoz
- 1977 – Exorcist II: The Heretic
- 1981 – Excalibur
- 1985 – The Emerald Forest (br: A floresta de esmeraldas)
- 1987 – Hope and Glory (br: Esperança e Glória)
- 1990 – Where The Heart Is
- 1991 – I Dreamt I Woke Up (curta-metragem)
- 1995 – Two Nudes Bathing (curta)
- 1995 – Beyond Rangoon
- 1998 – The General
- 1998 – Lee Marvin: A Personal Portrait
- 2001 – The Tailor of Panama (br: O alfaiate do Panamá)
- 2005 – In My Country