Luís XV de França
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Luís XV de Bourbon, o Bem-Amado (Versalhes, 15 de Fevereiro de 1710 – idem, 10 de Maio de 1774), rei da França (1715-1774), filho de Luís, duque de Borgonha, e Maria Adelaide de Sabóia e bisneto de Luís XIV, a quem sucedeu. Foi sucedido pelo neto Luís XVI.
![Luís XV quando criança, em 1712, vestido como uma menina. Na época, era costume vestir assim garotos muito novos da aristocracia.](../../../upload/shared/thumb/0/0d/LouisXVchild.jpg/180px-LouisXVchild.jpg)
Tinha apenas cinco anos quando o trono ficou vago com a morte de Luís XIV. O reino teve dois regentes enquanto o príncipe não atingia a maioridade: Filipe (duque de Orléans), sobrinho de Luís XIV e, depois, o duque de Bourbon, que o fez casar-se com Maria Leszczynska, princesa da Polônia.
Luís XV destituiu o duque, que se tornara impopular, e escolheu, em 1726, seu antigo preceptor, o cardeal de Fleury (1726-1743), para governar. Este engajou a França na guerra da Sucessão da Polônia (1733-1735), que terminou com o Tratado de Viena (1738) e a aquisição do ducado de Lorraine, e na guerra da Sucessão da Áustria, em aliança com Frederico II da Prússia, até o final das hostilidades com a paz de Aix-la-Chapelle (1748). Após a morte de Fleury, em 1743, Luís, exibindo amantes oficiais — Mmes de Châteauroux, de Pompadour e du Barry, com quem ele esbanjou enormes quantias de dinheiro - decidiu governar sem primeiro-ministro, assumindo verdadeiramente o poder, mas provou ser um rei fraco, que reduziu o prestígio da monarquia francesa tanto interna quanto externamente. Dirigiu, sobretudo, as relações exteriores.
Apesar de tradicionalmente ser conhecido como homem votado ao prazer e aos caprichos, Luís XV fez destacar o Reino no plano intelectual e das artes. Entre as amantes do rei, destacou-se a marquesa de Pompadour, que o influenciou fortemente, sobretudo na área da política externa. A extravagância da corte e o alto custo da guerra absorveram todos os recursos da França e os esforços de racionalizar o sistema tributário fracassaram.
Empreendida, como decorrência da "revogação das alianças", para pôr em xeque os desígnios ambiciosos da Prússia e da Inglaterra, a guerra dos Sete Anos (1756-1763) resultou (apesar do Pacto de Família concluído por Choiseul em 1761 entre os quatro ramos da casa de Bourbon) na perda das possessões na Índia e no Canadá (Tratado de Paris de 1763).
Luís XV levou a cabo uma dura campanha de perseguição aos protestantes quando iniciou o seu governo. A política religiosa do rei provocou a oposição do Parlement de Paris, que obteve a dissolução da Companhia de Jesus (1764) mas, por outro lado, fracassou em realizar reformas.
Em termos sociais, no campo os agricultores tinham baixíssimos rendimentos e os privilégios ainda eram pertença de uma minoria de nobres e do alto clero. O monarca propôs reformas fiscais relativamente a estes privilégios, mas de uma forma autoritária, o que veio a reflectir-se negativamente, porque se voltaram contra si quer os privilegiados quer as facções contrárias ao absolutismo.
O agravamento da situação teve origem na política externa da França: a rivalidade com os Habsburgos e as necessidades impostas pela expansão marítima. O monarca não soube gerir simultaneamente com sucesso estes dois assuntos, dado que perdeu quase todos os territórios ultramarinos no Tratado de Paris, conseguindo no entanto fazer uma aliança com os Habsburgos contra a Prússia.
![Luís XV numa moeda francesa.](../../../upload/shared/thumb/9/95/Sou_copper_coin_coined_for_Louis_XV_of_France_1767.png/180px-Sou_copper_coin_coined_for_Louis_XV_of_France_1767.png)
O duque de Choiseul tentou restaurar a ordem, procurando soluções para os danos causados pela Guerra dos Sete Anos. Ele reorganizou a marinha e o exército, anexou a Lorena e a Córsega, mas, excessivamente favorável ao Parlement, teve de ceder seu lugar ao triunvirato constituído por Maupeou, Terray e d'Aiguillon (1770-1774). Sua profecia, "depois de mim, o dilúvio", cumpriu-se, duas décadas mais tarde, com a queda da monarquia francesa.
Maupeou suprimiu os parlamentos e substituiu-os por conselhos; Terray reorganizou as finanças; d'Aiguillon não conseguiu impedir a partilha da Polônia. Essa tentativa de reforma provocou a a oposição dos parlamentares, que foram banidos e em seu lugar foi convocado, em 1771, um Parlement submisso. Os últimos anos do reinado foram marcados por uma recuperação interna e pelo revigoramento da aliança com a Áustria. O reinado viu a prosperidade da aristocracia e da opulenta burguesia, apesar de o país estar à beira da bancarrota. O fracasso do rei em solucionar os assuntos financeiros fez com que ele deixasse para seu sucessor, Luís XVI, um governo insolvente.
[editar] Filhos
Do seu casamento com Maria Leszczyńska, princesa da Polônia, teve os seguintes filhos:
- Isabel de Bourbon (14 de Agosto de 1727 - 6 de Dezembro de 1759) casada com Felipe I, duque de Parma
- Isabel de Bourbon, princesa de Parma (31 de Dezembro de 1741 - 1763)
- Fernando I, duque de Parma (20 de Janeiro de 1751 - 9 de Outubro de 1802)
- Maria Luisa de Bourbon, princesa de Parma (9 de Dezembro de 1751 - 2 de Janeiro de 1819)
- Henriqueta de Bourbon (14 de Agosto de 1727 - 10 de Fevereiro de 1752)
- Luisa de Bourbon (1728 - 1733)
- Luis, o Delfim,Duque de Bourbon (4 de Setembro de 1729 - 20 de Dezembro de 1765) Casado com Maria Josefa, Princesa de Saxe desde 1747.
- Maria Zerafina, princesa da França (26 de Agosto de 1750 - 2 de Setembro de 1755)
- Luís José Xavier, duque de Borgonha (13 de Setembro de 1751 - 22 de Março de 1761)
- Xavier Maria José, duque de Aquitânia (8 de Setembro de 1753 - 22 de Fevereiro de 1754)
- Luís XVI de França (23 de Agosto de 1754 - 21 de Janeiro de 1791) casado com Maria Antonieta desde 1770.
- Luís XVII de França (27 de Março de 1785 - 8 de Junho de 1795)
- Luís XVIII de França (17 de Novembro de 1755 - 16 de Setembro de 1824)
- Carlos X de França (9 de Outubro de 1757 - 6 de Novembro de 1836)
- Clotilde de Bourbon, princesa da França (23 de Setembro de 1759 - 7 de Março de 1802)
- Isabel Filipina Maria Helena de Bourbon, Princesa da França (3 de Maio de 1764 - 10 de Maio de 1794)
- Felipe de Bourbon,Duque de Anjou (1730 - 1733)
- Maria Adelaide de Bourbon (1732 - 1800)
- Vitória de Bourbon (1733 - 1799)
- Sofia de Bourbon (1734 - 1782)
- Teresa de Bourbon (1736)
- Luisa Maria de Bourbon (1737 - 1787
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