Miguel VIII Paleólogo
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Miguel VIII Paleólogo, gr. Μιχαήλ Η' Παλαιολόγος (1224-1282), foi imperador bizantino de 1259 até 1282. Casou em 1253 com Teodora Vatatzaina, sobrinha-neta do antigo imperador João III Ducas Vatatzes, que lhe deu 5 filhos.
Sobe ao trono do Império de Niceia (resultante da divisão do Império após a tomada de Constantinopla pelos Cruzados em 1204) em 1259, associado ao herdeiro legítimo João IV Láscaris, que na altura tinha 8 anos, e um ano depois mete mãos à obra para realizar a sua ambição: a reconquista de Constantinopla. Para tal, alia-se a Génova e um dos seus generais passa meses a estudar a cidade, à espera do melhor momento para atacar. Esse momento chega em Julho de 1261, quando a maioria do exército latino estava fora da cidade, bizantinos e genoveses conseguem abrir as portas da cidade (com ajuda de locais) e retomam Constantinopla aos Latinos. No poder, Miguel torna-se no único senhor do Império Bizantino ao mandar cegar e deseterrar João IV, o que lhe vale ser excomungado pelo patriarca de Constantinopla, excomungação essa que só será levantada sete anos mais tarde, com a tomada de posse de novo patriarca. Mais: para assegurar uma sucessão sem sobressaltos aos seus descendentes, casou todas as irmãs de João IV com príncipes estrangeiros, de forma a que os seus filhos não pudessem reclamar o trono de Constantinopla.
A sua principal ambição era retornar o Império Bizantino à sua glória de outrora. Aboliu todos os costumes introduzidos pelos conquistadores latinos e restabelece muitas das antigas instituições e cerimónias bizantinas de antigamente. Estabeleceu acordos de paz com o Principado de Acaia (1263) (que havia sido incitado pelo papa romano a atacar Niceia) que lhe cedeu terrenos na Moreia, e com o Despotado do Épiro (1264). No entanto, Miguel falha em trazer o império até às fronteiras do início do século XIII: o norte dos Balcãs foi tomado pelos Búlgaros e Sérvios, o império de Trebizonda permanecerá independente até à conquista otomana, Creta continuará sob controlo franco até 1489, altura em que têm de a ceder aos venezianos, o Despotado do Épiro, o Principado de Tessalónica e os Ducados de Moreia e Atenas, na posse dos Francos.
Para separar o papa dos seus antigos aliados, Miguel decidiu unir a Igreja Católica à Ortodoxa, e efectivamente em 1274, no Segundo Concílio de Lião forma-se uma ténue aliança entre as duas igrejas. Esta aliança vem com um preço, todavia: as cadeias de Constantinopla enchem-se de gente descontente com a união. União essa que será algo efémera: o papa Martinho IV, com uma pequena ajuda de Carlos de Anjou, rei da Sicília, excomunga Miguel. Como vingança, o basileus bizantino manipula os Catalães de modo a que estes ataquem a Sicília, o que corta o reino de Carlos em metade.
Ao reconstruir o Império Bizantino Miguel restaurou a velha administração, porém sem se esforçar por corrigir os seus abusos, e ao reduzir a cunhagem de moeda apressou a decadência do comércio bizantino. Miguel morreu na Trácia em Dezembro de 1282, mas a sua dinastia continuou durante quase dois séculos, mais do que qualquer outra dinastia romana.
Precedido por João IV Láscaris |
Imperador Bizantino 1259 - 1282 |
Sucedido por Andrónico II Paleólogo |