Minarquismo
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Minarquismo ou minarquia é uma teoria política que prega que a função do Estado é assegurar os direitos negativos da população, isto é: impedir a coerção física da população. Ou seja, estão entre as funções do Estado a promoção da segurança, da justiça e do poder de polícia, além da criação de legislação necessária para assegurar o cumprimento destas funções. Um Estado com estas funções teria de taxar o povo em 3% ou 6% no máximo. Um exemplo disso foi o que ocorreu nos EUA durante o século XIX, quando a carga tributária girou em torno de 3%, embora este país não fosse totalmente minarquista na época.
Os defensores do minarquismo são contrários a Estados com grande peso na economia e defendem um capitalismo do tipo laissez-faire.
Diferencia-se do anarco-capitalismo porque este último não admite nem mesmo um Estado mínimo, já que acredita que é impossível frear as forças de expansão do Estado nas minarquias, que acabariam evoluindo para um Estado tradicional. De qualquer modo, as diferenças entre minarquistas e anarquistas liberais é apenas teórica. Na prática política, as duas correntes rumam na mesma direção (isto é, na direção da redução do tamanho do Estado).
[editar] Crítica ao minarquismo
A principal crítica ao minarquismo é que os países que parecem se enquadrar em sua descrição são alguns dos mais pobres do mundo como, por exemplo, a Bolívia[1]. Este país tem praticamente todos seus serviços de infraestrutura privados (água, luz, telefonia), não há sistemas públicos de saúde (tais como o SUS brasileiro), grande parte de seu sistema viário é privado (frequentemente a manutenção é feita pelos proprietários das terras que são cortadas pelas estradas, os quais cobram pedágio em contrapartida - procedimento este que não é ilegal), encargos trabalhistas são praticamente inexistentes e, no entanto, seus índices de desenvolvimento econômico, social e humano são dos mais baixos das Américas e não demonstram evoluir mais que a média. Uma das poucas instituições que o país possui é o banco central.
Já segundo os minarquistas, esses países, que aparentam ser minarquistas, na verdade não tem um sistema de proteção à propriedade privada adequado (nestes países não é apenas o governo quem reduz a liberdade da população mas são na realidade os criminosos), além da alta tributação sobre aqueles que alí se instalam, e conseqüentemente não se aproximam do minarquismo.
O país do mundo hoje mais próximo do minarquismo, segundo os adeptos desta teoria, é Hong Kong, porque tem a melhor proteção da propriedade privada no mundo, a segunda menor carga tributária e praticamente não existem tarifas de importação e exportação. É de se notar, no entanto, que conta com uma autoridade monetária filiada ao BIS e faz parte da República Popular da China, beneficiando-se dos gastos estatais desta, tais como as despesas com defesa. Ou seja, ainda não pode ser classificado como sendo uma sociedade minarquista.
Historicamente, o país mais próximo do minarquismo pura foram os Estados Unidos da América durante o periodo de 1780 até 1913. Durante este período os EUA se transformaram de uma economia rural e primitiva, que possuía menos de 1% do volume de produção global, para o país mais rico e industrializado do mundo, com um terço da produção industrial global.