Povo do santo
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Povo do Santo, povo de santo, ou simplesmente do santo é como se definem as pessoas devotadas ao culto dos orixás, voduns e inquices, ou seja, as entidades africanas, no Brasil, país onde este culto religioso ganhou cores, cheiros, gostos e modos locais, e tomou o nome de Candomblé. Essas divindidades vieram para o Brasil junto com os negros na Diáspora Negra, durante a escravatura negreira.
A famosa música "O Que é que a Baiana Tem", composta por Dorival Caymmi e imortalizada por Carmen Miranda, apresenta o estereótipo da baiana de santo, e por extensão o estereótipo de todo um grupo social, com seus trajes, comidas, penteados e danças típicas. Porém, muito além do clichê, encontra-se uma cultura bastante complexa e interessante. Jorge Amado e Carybé foram outros artistas que retrataram muito bem os modos do povo do santo em suas obras.
Dividido em vários grupos étnicos e culturais distintos, por sua sua ancestralidade Yoruba, Ewe, Fon, Jeje, Nagô ou Bantu, o culto muda de "nação" para "nação" (ver acepção de "nação" no verbete Candomblé), como são chamados os agrupamentos de crenças, modos e costumes de culto. Assim como não se pode falar em África como um só bloco religioso, econômico e cultural, também não se pode falar em Candomblé como um sistema devocional único.
O Candomblé empresta a seus devotos maneiras de pensar e modos de vida cotidianos: o vestir, o comer, o falar, tudo é influenciado pela religião. Há algumas iniciativas contemporâneas de preservação, afirmação e revitalização dessas culturas, seja a obra de estudiosos como Pierre Verger, Roger Bastide, Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi, Juana Elbein dos Santos, Reginaldo Prandi, ou projetos como o DoSanto.
Ser "do santo" é uma atitude de afirmação individual, dentro do culto, mas também dentro da sociedade brasileira. Poucas figuras de destaque tomaram tal posição publicamente, como foi o caso de Agenor Miranda, Gilberto Gil e Antonio Olinto, figuras públicas que têm cargos no santo. Por outro lado, grandes zeladores do santo, os chamados pais de santo e mães de santo, tornaram-se célebres por seu trabalho sério dentro da religião do Candomblé, como foi o caso de Mãe Aninha, Menininha do Gantois, Mãe Stella, dentre outros.