Schafik Handal
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Schafik Jorge Handal (Usulután, 14 de outubro de 1930 – San Salvador, 24 de janeiro de 2006) foi uma das principais lideranças políticas de El Salvador no século XX. Filho de imigrantes palestinos, Handal iniciou a militância em 1949, quando estudava Direito na Universidade de El Salvador. Foi exilado no Chile, em 1950, durante o governo de Óscar Osorio, e na Guatemala, em 1960, sob José María Lemus.
Handal inicia sua relação com o Partido Comunista Salvadorenho (PCS) no começo dos anos 60, após regressar do exílio. O partido, na época banido da disputa política, tinha seus membros sob ameaça constante por parte do governo salvadorenho. Schafik integra a União Democrática Nacionalista (UDN), composta por membros do Partido Comunista, para que ascendessem ao poder por meio de eleições, seguindo a linha dos partidos pró-União Soviética.
Contudo, na década seguinte, a UDN, integrante da União Nacional Opositora (UNO), teve seus objetivos frustrados por sucessivos golpes de estado. Mesmo vencendo as eleições presidenciais de 1972 e 1977, a UNO não pôde assumir o poder graças à intervenção das Forças Armadas de El Salvador. Handal, no cargo de secretário-geral do PCS desde 1973, se torna defensor de uma revolução comunista no país. Estimulados pelo Partido Comunista Cubano, os comunistas de El Salvador partem para a luta armada.
As forças de esquerda que se decidem pela oposição belicosa contra o governo formam a Frente Farabundo Martí para a Liberação Nacional (FMLN). Durante a década de 80, e com Schafik Handal em seu comando, a FMLN realizou extensivas operações de guerrilha, de modo a controlar territórios do país e derrubar o governo central, que era apoiado pelos Estados Unidos. O conflito se tornou, na prática, uma guerra civil, que, durante 12 anos, levou à morte de 75.000 salvadorenhos.
Handal participou das negociações para uma trégua entre o governo e a Frente, alcançada em 1992. Com o fim da guerra, a FMLN foi legalizada como um partido político, e Handal foi eleito seu primeiro coordenador-geral. Em 1995, sob o comando de Handal, foi anunciada a dissolução de todas as entidades políticas integrantes da Frente, inclusive o Partido Comunista Salvadorenho. Com este ato, Handal corta seus laços com o Comunismo, e aproxima-se da ideologia social-democrata. A nova orientação da FMLN é defender o socialismo de mercado, sistema em que ocorre a continuação do mercado como força guiando a economia, porém sob a orientação estatal.
Em 1997 Handal é escolhido líder da bancada legislativa da FMLN, cargo que ocuparia até sua morte.
Nas eleições presidenciais de 2004 Handal foi o candidato da FMNL. Apesar de aproximar-se de investidores capitalistas estrangeiros, do governo dos Estados Unidos e de instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento Handal foi derrotado pelo candidato da situação, Antonio Saca.
Schafik Handal sofreu um ataque cardíaco fulminante em janeiro de 2006, após regressar de viagem à Bolívia, onde acompanhara a cerimônia de posse de Evo Morales.