Palestina
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
- Nota: Para outros significados de Palestina, ver Palestina (desambiguação).
Palestina (em latim: Syria Palæstina, em Hebreu פלשתינה, também ארץ־ישראל Éreẓ-Yisraʾel, em Árabe فلسطين Filasṭīn), é uma região do Oriente Médio que se estende desde a costa oriental do mar Mediterrâneo até o interior. O seu estatuto político é disputado acesamente.
Os territórios que correspondem à Palestina, antiga Cisjordânia, encontra-se hoje fragmentada em áreas, sucessivamente ocupadas pelo estado de Israel e as duas áreas, ainda não ocupadas por Israel após a Guerra dos Seis Dias em 1967: são a Faixa de Gaza e a Cisjordânia e a população integrante da Palestina, antes de 1948, encontram-se dispersas pelo mundo e somam aproximadamente 6.000.000 de pessoas. Partes desta áreas ainda não tomadas, passaram há alguns anos a ser administradas por uma entidade autônoma dos povos remanescentes, que é a Autoridade Palestiniana, mas Israel mantém o controlo das fronteiras e está atualmente a construir um muro de separação, que na prática anexa porções significativas da Cisjordânia ocidental às fronteiras israelenses.
Índice |
O nome
A palavra Palestina deriva do grego Philistia. Filístia foi o nome dado pelos autores da Grécia Antiga a esta região, devido ao facto de em parte dela (entre a actual cidade de Tel Aviv e Gaza) se terem fixado no século XII a.C. os Filisteus.
Os Filisteus não eram semitas e sua provável origem é creto-miceniada, uma das mais conhecidas (embora recorrentemente mencionadas) vagas dos chamados "Povos do Mar" que se estabeleceram em várias partes do litoral sul do mar Mediterrâneo, incluindo a área hoje conhecida como Faixa de Gaza. Segundo a tradição bíblica os Filisteus seriam oriundos de Caphtor, termo associado à ilha de Creta. Este povo é igualmente referido nos escritos do Antigo Egipto com o nome de prst, por onde também passaram e foram repelidos.
No século II d.C., os romanos utilizaram o termo Syria Palaestina para se referirem à parte sul da província romana da Síria. O termo entraria posteriormente na língua árabe e é usado desde então para se referir a esta região.
A evolução histórica
A Palestina, sendo um estreito trecho de favorável passagem entre a África e Ásia, foi palco de um grande número de conquistas, pelos mais variados povos, por se constituir num corredor natural para os antigos exércitos.
Em meados do século XV a.C. a região é conquistada pelo faraó Tutmósis III, mas será perdida no final da XVIII dinastia, para ser novamente reconquistada por Seti I e por Ramsés II. Com o enfraquecimento do poder egípcio em finais do século XIII a.C., a região será invadida pelos Povos do Mar.
Um destes povos, os Filisteus, fixa-se junto à costa onde constroem um poderoso reino. Contemporânea a esta invasão é a chegada das tribos hebraicas, lideradas por Josué. A sua instalação no interior gerou guerras com os Filisteus, que se recusam a aceitar a religião hebraica.
As tribos hebraicas dedidem então unir-se para formar uma monarquia, cujo primeiro rei é Saul. O seu sucessor, David (início do I milénio a.C.) derrota finalmente os Filisteus e fixa a capital do reino em Jerusalém. Durante o reinado do seu filho, Salomão, o reino vive um período de prosperidade, mas com a sua morte é dividido em duas partes: a norte, surgirá o reino de Israel (com capital na Samaria) e a sul, o reino de Judá (com capital em Jerusalém).
Abrevie-se para afirmar que, salvo breves intervalos, a região foi dominada por outras potências tais como a Assíria (722 a.C.), os babilônicos (fins do século VII a.C.), os persas aquemênidas (539 a.C.), os greco/macedônios (331 a.C. pemanecendo em poder dos ptolomaicos de 320 a 220 a.C. e dos Selêucidas de 220 a 142 a.C.) passando por uma retomada pelos locais Asmoneus que dominaram daí até o ano de 63 a.C. quando sobreveio o domínio romano, época da qual a maioria das pessoas tomou conhecimento (embora fantasioso) pela filmografia recente.
No ano de 66 inicia-se uma rebelião dos judeus que foi fortemente reprimida pelos romanos com a destruição do templo de Iavé no ano de 70 e só no ano de 131 a pax romana foi novamente abalada por rebeliões ao fim das quais o imperador Adriano tornou Jerusalém na Colonia Aelia Capitolia.
Passando pela divisão do Império Romano, a região viveu entre 324 e 638, extrema prosperidade e crescimendo demográfico, sendo de se considerar que a esta altura a população era de maioria cristã, aliás, religião oficial do Império Bizantino.
No ano de 614 a região acaba de ser encampada pelos persas Sassânidas que mantém seu jugo até o ano de 628 e no ano de 638 toda a região está sob o domínio árabe muçulmano que em termos étnicos, lingüisticos, religiosos, artísticos e culturais, legaram os atuais caracteres da região e sua população.
O domínio árabe
Ao contrário de várias potências que por alí só estenderam seu domínio de passagem, as vezes legando a administração da região a potentados locais, os árabes (à semelhança dos antigos hebreus) se estabeleceram na região, e o primeiro elemento cultural que introduzam foi a língua uma vez que aparentada com o aramaico, obteve fácil aceitação.
Desde o ano de 660 até 750, vigorou o domínio omíada, cuja capital era Damasco datando daí a construção do Nobre Santuário na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém, substituída pela dinastia dos abássidas cuja capital era Bagdá que dominou até o ano de 974, seguindo-se a dinastia dos fatímidas que perduraram até o ano 1071.
Ao fim do longo domínio árabe de mais de quatro séculos, a religião islâmica acabou amplamente majoritária, seguindo-se de uma pequena minoria de cristãos e um menor número ainda de judaítas Samaritanos, até quando, no ano de 1072, sobreveio a conquista da região pelos turcos seldjúcidas que tinham capital em Bagdá.
No ano 1099 com a Primeira Cruzada europeus conquistaram Jerusalém e lá estabeleceram o seu domínio sob o nome de Reino Latino de Jerusalém cuja existência periclitante em meio à sociedade islâmica se demorou até o ano de 1187 quando a cidade foi reconquistada por Saladino.
As cruzadas
Ver o artigo principal cruzadas.
Do Mandato Britânico a Israel
Da Declaração Balfour até ao fim do Mandato Britânico. Em 15 de Maio de 1948, um dia depois da fundação do Estado de Israel, sete exércitos árabes atacaram Israel. Estimulados pelos países árabes, e em plena guerra em curso, o povo que vivia na região da Palestina fugiu ou foi expulso da região, buscando segurança. Com a vitória de Israel, a maioria desses refugiados, cerca de 750 mil, foram proibidos de voltar para suas terras, e ainda foram expulsos de alguns países árabes, como a Jordânia. Sem ter para onde ir, muitos se refugiaram no sul do Líbano onde permanecem em campos de refugiados até hoje.
Em 1964, foi solicitado à Liga Árabe pelo Alto Comissariado da Palestina a fundação de uma Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Em 1988, a OLP proclamou o estabelecimento de um estado palestiniano. O principal líder da organização foi o egípcio Yasser Arafat, falecido em 2004. Atualmente a Palestina é governada pelo primeiro-ministro Ismail Haniyeh (Hamas) e pelo presidente Mahmoud Abbas(Fatah).