Universidade de Salamanca
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Fundação | 1218 |
Tipo de instituição | {{{tipo}}} |
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Funcionários | |
Docentes | |
Reitor(a) | D. Enrique Battaner Arias |
Vice-reitor(a) | |
Chanceler | |
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Decano | |
Total de Estudantes | 38.137 |
Graduação | |
Pós-Graduação | |
Doutorado | |
Localização | Salamanca Espanha |
Campus | Patio de Escuelas, 1 Salamanca, Espanha |
Cores | |
Mascote | |
Afiliações | |
Site oficial | http://www.usal.es |
A Universidade de Salamanca (Universidad de Salamanca, em espanhol), situada na cidade de Salamanca, é a segunda universidade mais antiga de Espanha e uma das mais antigas da Europa.
Índice |
[editar] História
A Universidade de Salamanca é uma das mais antigas da Europa, emparceirando em precedência com as universidades de Bolonha, Sorbone de Paris, de Oxford e de Cambridge. Se excluirmos a efémera Universidade de Palência nos anos de 1175 a 1180, a Universidade de Salamanca é a mais antiga de Espanha e de toda a Península Ibérica.
A fundação da Universidade data do ano 1218 por el-rei Afonso X, com a categoria de Estudo Geral do seu reino. O título de Estudo Geral pretende indicar a diversidade das disciplinas ensinadas, a sua condição de estabelecimento público, isto é sem o carácter privado de anteriores colégios, sendo uma instituição aberta a todos que para ela tivessem merecimento (no conceito da época). A condição de Estudo Geral garantia também o reconhecimento real dos títulos que fossem concedidos.
A instituição levou cerca de dois séculos para conseguir contar com edifícios próprios onde ministrar a docência. Até ter edifício próprio, as aulas eram ministradas no claustro catedralício do templo magno da cidade, em casas arrendadas ao cabido e na igreja de San Benito.
Durante o reinado de Afonso X, o Sábio, o Estudo Geral foi transformado em Universidade. O cardeal aragonês Pedro de Luna, que depois seria o papa de Avinhão Bento XIII, foi um grande protector da instituição, impulsionando a compra dos primeiros edifícios e a construção das Escuelas Mayores, o edifício histórico da Universidade, a partir do ano 1411.
Para além das Escolas Universitárias (o equivalente às actuais Faculdades), o ensino eram ministrado em Colégios Mayores, para licenciaturas e doutoramentos, e Colégios Menores, para bacharelato. Os colégios eram em geral organizados segundo a origem maioritária dos seus estudantes. De entre os mais importantes destacam-se os colégios de Oviedo, de Cuenca, dos Nobres Irlandeses, de Anaya e de San Bartolomé, entre outros.
Entre muitas outras questões pioneiras em diversos ramos do saber, coube ao claustro desta Universidade discutir a viabilidade do projecto de Cristóvão Colombo e as consequências que adviriam da veracidade das sus afirmações. Uma vez descoberta América, nele se discutiu sobre o direito dos indígenas ameríndios a serem reconhecidos com plenitude de direitos pessoais, algo revolucionário para a época. Nele também se analisaram, pela primeira vez de forma sistematizada, os processos económicos, e se procedeu ao desenvolvimento da ciência do Direito.
Para além das contribuições pioneiras para a ciência, a Universidade de Salamanca foi um importante foco humanista e a principal fonte de que se nutria a administração da monarquia hispânica para criar e manter o seu Estado e a administração imperial que lhe estava associada.
Matemáticos de Salamanca estudaram a reforma do calendário, por encargo do papa Gregório XIII, e propuseram a solução que se posteriormente se adoptou.
O auge da fama da instituição atingiu-se em finais do século XVI, período em que nela conviveram alguns dos intelectuais mais brilhantes da Península Ibérica, formado o que ficou conhecido como a escola de Salamanca. Por volta de 1580, a Universidade salmantina admitia cerca de 6 500 estudantes novos em cada ano, fazendo dela uma das maiores do mundo de então.
A influência da Universidade de Salamanca ultrapassou em muito as fronteiras de Castela, atraindo numerosos estudantes e investigadores estrangeiros. Forma muitos os portugueses que nela cursaram, incluindo alguns dos mais brilhantes intelectuais portugueses do Renascimento.
Durante a invasão francesa (1808-1813) muitos dos seus Colegios Mayores foram destruídos, não porque tivesse ocorrido qualquer batalha em Salamanca, antes por simples senha destruidora e para utilizar as pedras para construir defesas.
Naqueles incidentes, as bibliotecas da Universidade foram espoliadas dos seus melhores fundos. Os livros foram recapturados na bagagem do rei José I após a batalha de Vitoria (1813), e uma parte dos fundos foram oferecidos por Fernando VII a Lord Wellington, como agradecimento. A parte restante foi integrada na Biblioteca do Palácio Real. Este último fundo foi recuperado pela Biblioteca da Universidade em 1954.
Com mais de 35 000 alunos, a Universidade de Salamanca é hoje uma das instituições universitárias mais prestigiadas da Europa, atraindo estudantes de toda a Espanha e do mundo de língua castelhana.
[editar] Personalidades
Por esta Universidade passaram, na qualidade de alunos ou professores, algumas das personalidades dominantes da intelectualidade espanhola, e não só, dos últimos 600 anos:
- Frei Luis de León;
- Francisco de Vitoria, precursor do Direito Internacional, junto com Hugo Grocio e participante no concílio de Trento;
- Domingo de Soto, discípulo do anterior, participou no concílio de Trento e fez parte da Junta de Valladolid sobre a questão dos direitos dos ameríndios;
- Martín de Azpilcueta, economista que descreveu pela primeira vez o fenómeno de inflação, antes de Jean Bodin;
- Tomás de Mercado, pioneiro da análise económica;
- Fernando de Rojas, autor de La Celestina;
- Juan de Yepes Álvarez, mais conhecido por São João da Cruz, místico e teólogo, santo da Igreja Católica Romana;
- Diego de Covarrubias, um dos criadores do direito renascentista, percursos do moderno direito ocidental;
- Antonio de Nebrija, humanista e autor da primeira gramática da língua castelhana;
- Pedro Sánchez Ciruelo, grande matemático que, para além da Universidade de Salamanca, foi professor em Alcalá e na Sorbonne;
- Francisco de Salinas, catedrático de música;
- Hernán Cortés, conquistador do México;
- Francisco Sánchez de las Brozas, conhecido como "El Brocense’’;
- Ambrosio de Morales, humanista e arqueólogo;
- Alonso Fernández de Madrigal, conhecido como El Tostado;
- Luis de Góngora y Argote, mais conhecido por Góngora, um dos maiores escritores espanhóis de todos os tempos, parte da geração do Século de Ouro das letras hispânicas;
- Abraão Zacuto, grande astrónomo judio que foi conselheiro dos reis de Portugal;
- Beatriz Galindo, "La Latina", provavelmente a primeira mulher professora universitária;
- Gaspar de Guzmán, conde-duque de Olivares, valido do rei Filipe IV de Espanha;
- Giulio Raimondo Mazzarini, mais conhecido por Cardeal Mazarino, primeiro-ministro do rei Luís XIV de França;
- Calderón de la Barca, escritor e poeta;
- Miguel de Unamuno, que foi, por três vezes, reitor da Universidade;
- José María Gil-Robles, político, jurista e advogado;
- Antonio Tovar, linguista;
- Luis Michelena, linguista;
- Pedro Salinas;
- Enrique Tierno Galván;
- Adolfo Suárez, primeiro presidente de governo democrático da Espanha pós-franquista.
[editar] Portugueses
- Pedro Nunes (1502-1578), matemático
- Gaspar Frutuoso (1522-1591), historiador açoriano;
- Amato Lusitano (1511-1568)