Volta do largo
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Volta do largo é uma técnica de navegação à vela utilizada em longas viagens oceânicas que consiste em descrever um largo arco no sentido dos ponteiros do relógio, quando no hemisfério norte, e em sentido contrário, quando no hemisfério sul. Este arco destina-se a aproveitar os ventos e correntes dominantes, que nos oceanos têm, devido à distribuição de altas e baixas pressões atmosféricas e ao efeito de Coriolis, aquelas direcções e sentidos.
O nome "volta do largo" foi cunhado pelos navegadores portugueses no Atlântico Norte, quando eram obrigados, no seu regresso das costas equatoriais africanas, a afastar-se para o mar largo, ganhando o Atlântico Central, para depois rodarem para les-nordeste vindo cruzar as àguas dos Açores.
A importância geoestratégica dos Açores, de Ascensão e de outras ilhas oceânicas deve-se à necessidade de seguir a "volta do largo". No caso do Atlântico Norte, não era possível a navegação directa para as costas europeias, pelo que qualquer navio vindo do hemisfério sul (incluíndo os vindos da Índia, China e outras regiões da Ásia via Cabo da Boa Esperança) ou das Caraíbas, era obrigado a cruzar as alturas dos Açores ou um pouco a norte daquelas ilhas. Foi esse efeito que fez da cidade de Angra a universal escala do mar ponente nas palvras do historiador Gaspar Frutuoso.