A questão de Israel
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O sionismo, movimento promovido pelos judeus com o objetivo de estabelecer um Estado e um lar nacional judaico em seu antigo domicílio, a Palestina, surgiu no final do século XIX, como uma das formas de nacionalismo que então gravassava pela Europa. Representou uma tentativa de dar à nação judaica uma entidade política como base de vida nacional, para preservar o senso de vida corporativa dos judeus. Na mesma época, aproximadamente, o conceito nacionalista começava a fazer brotar, entre os árabes, um sentido de identidade separada, que estivera adormecido durante o período de dominação otomana.
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[editar] As origens do conflito
O sionismo e o separatismo árabe entraram em conflito desde o início. Em 1882, fundou-se na Palestina, onde os judeus foram minorias durante séculos, a primeira moderna colônia agrícola judaica. Cidadãos importantes, entre os cristãos e muçulmanos, pressionaram as autoridades otomanas para que fosse evitada a continuação dessa imigração. Não obstante, o movimento sionista foi crescendo aos poucos, e também a população judaica na Palestina aumentou de maneira gradual. A derrota dos turcos era um objetivo militar primordial para os Aliados, durante a I Guerra Mundial, e os ingleses asseguraram o apoio de Hussein Ibn Ali, que governava Hedjaz e era guardião de Meca, através de vagas promessas de ajuda à independência árabe. As esperanças dos sionistas também pareciam prestes a se relizar quando, a 2 de novembro de 1917, o secretário do Exterior, do governo britânico, Arthur Balfour, declarou: "O governo de Sua Majestade vê com bons olhos o estabelicimento de um lar na palestina para o povo judeu..." Entretanto, em 1916, os aliados se haviam posto de acordo, secretamente, quanto à divisão dos espólios da guerra no Oriente Médio, mediante a um plano de guerra que não atendia, de imediato, às expectativas judias, e que reduzia o Estado Árabe à condição de um fantoche franco-britânico. Na Conferência de San Remo, em 1920, a Palestina se viu desta forma colocada sob mandato britânico. Em 1922 os ingleses concederam a Transjordânia aos árabes haxemitas. Durante os 25 anos seguintes a situação na Palestina foi se agravando constantemente. Cresceu a população judaica e também a violência árabe contra judeus, explodindo em revoltas em 1921 e 1929. As perseguições racistas durante os anos 30, na Alemanha nazista, tornaram claro para os sionistas o quanto se necessitava desesperadamente aumentar a imigração. Por outro lado, novos líderes árabes na Palestina advogavam, de forma extremistas, que a imigração fosse detida a força. Finalmente a Inglaterra esmagou uma revolta árabe ocorrida noperíodo de 1936 a 1939, ano em que, sem embargo, restringiu a imigração dos judeus, por intermédio do Livro Branco, garantido uma vitória política para os árabes. Durante a II Guerra Mundial, sob a pressão do nazismo, o sionismo se tornou um movimento de massas, tentando angariar o apoio do governo e da população dos Estados Unidos para a população judaica. A partir de 1945, sionistas americanos enviaram fundos e armas para Hanagh, um exército judeu semiclandestino, e mesmo para grupos guerrilheiros mais radicais. Diante da recusa britânica em permitir o aumento da imigração, intensificaram tanto a guerrilha judaica, quanto a represália contra ela, de parte dos ingleses. Estes se decidiram finalmente a levar o problema ao conhecimento da ONU, que em agosto de 1947 recomendou a partilha da Palestina.
[editar] O nascimento de Israel
Os ingleses se retiraram a 14 de maio de 1948; no mesmo dia em que foi proclamado o Estado de Israel, e os exércitos de cinco Estados árabes o atacaram. Mas armistícios em 1949 deixaram Israel de posse do território em que havia assegurado, além de uma parte das terras destinadas a um Estado Palestino Árabe, que não foi proclamado pois a Jordânia anexou a margem oeste (Cisjordânia) e o Egito, a Faixa de Gaza. Cerca de 600.000 árabes perderam seus lares. Israel se viu rodeado de vizinhos hostis; a derrota e a humilhação sofridas pelos árabes reclamavam reparação. Em mais três ocasiões se registrtou o conflito aberto. Em 1956, como o Egito bloqueou o seu acesso ao mar Vermelho, Israel se associou à operação anglo-francesa para a recaptura do canal de Suez, que havia sido nacionalizado. Num ataque-relâmpago os israelenses ocuparam a peninsula do Sinai, na margem leste do canal de Suez. Pressões dos Estados Unidos e da União Soviética forçavam Israel a se retirar do Sinai, e uma força das Nações Unidas se instalou na Faixa de Gaza, e foi aberto o acesso israelense ao mar Vermelho. Quando o Egito exigiu a retirada das tropas da ONU em 1967, e a 22 de maio fechou de novo o estreito de Tiran, os israelenses tomaram a iniciativa, e a 5 de junho atacaram os aeroportos do Egito, Jordânia, Síria e Iraque que haviam sido aliados do Egito (episódio conhecido como a Guerra dos Seis Dias). Após seis dias de combate, Israel tomara a Jerusalém árabe, assim como o canal de Suez, forçando o exército jordaniano a recuar para o leste e ocupando o território sírio das Colinas de Golã. A lição do primeiro ataque não foi esquecida pelos árabes humilhados. A 6 de outubro de 1973, num ataque simultâneo, as tropas egípicias cruzaram o canal de Suez, enquanto tropas sírias avançavam pelo planalto de Golan. Ao cabo de 16 dias, Israel repelira o ataque sírio e cruzara o canal de Suez. Nesse interím, os exilados paelestinos, estagnados em campos, haviam formados desesperados grupos de guerrilhas, que terminaram eventualmente, por se reunir sob a égide da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).