Abgar Renault
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Abgar de Castro Araújo Renault (Barbacena, 15 de abril de 1901 — Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1995) foi um professor, educador, político, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Ocupou a Cadeira nº 12 da Academia Brasileira de Letras.
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[editar] Biografia
Era filho de Léon Renault e de Maria José de Castro Renault. Foi casado com D. Ignês Caldeira Brant Renault, com quem teve dois filhos, Caio Márcio e Luiz Roberto.
Sua formação escolar deu-se toda em Belo Horizonte, onde começou a exercer o magistério. Trabalhou como professor no Ginásio Mineiro de Belo Horizonte, e na Universidade Federal de Minas Gerais. Mudou-se posteriormente para o Rio de Janeiro onde deu aulas no Colégio Pedro II e na Universidade do Distrito Federal.
Foi eleito deputado estadual por Minas Gerais, e exerceu o cargo de direção no Colégio Universitário da Universidade do Brasil e no Departamento Nacional da Educação. Foi ainda Secretário da Educação do Estado de Minas Gerais em dois governos, quando se notabilizou por incentivar o ensino no meio rural. Depois disso foi também Ministro da Educação e Cultura e Ministro do Tribunal de Contas da União. Dirigiu o Centro Regional de Pesquisas Educacionais João Pinheiro em Belo Horizonte. No período de 1956 a 1959 foi membro da Comissão Internacional do Curriculum Secundário da Unesco. Em 1961 atuou como consultor da Unesco na Conferência sobre Necessidades Educacionais da África, em Adis Abeba. Em 1963 participou da Comissão Consultiva Internacional do The World Book Encyclopædia Dictionary, EUA. Foi membro da Comissão Consultiva Internacional sobre Educação de Adultos, também da Unesco nos anos de 1968 a 1972. Representou o Brasil em numerosas conferências internacionais sobre educação em Londres, Genebra, Paris, Teerã, Belgrado e Santiago do Chile. Por várias vezes foi eleito membro da Comissão de Redação Final dos documentos dessas reuniões. Esteve no Conselho Federal de Educação e no Conselho Federal de Cultura. Foi nomeado Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais. Como professor, esteve sempre ligado à educação e preocupou-se com a língua portuguesa, de que foi um conhecedor exímio e representante fiel.
Foi membro da Academia Mineira de Letras, da Academia Municipalista de Letras de Belo Horizonte e da Academia Brasiliense de Letras. Pertenceu ao Instituto de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Stanford, Califórnia, EUA, e foi Presidente da Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa de Belo Horizonte.
Abgar Renault registrou todos os seus estudos e reflexões em "A palavra e a ação" de 1952 e em "Missões da Universidade" de 1955. Além disso, foi um grande poeta. Fez parte do grupo surrealista moderno e participou do movimento modernista de Minas Gerais. A partir daí aumentou sua participação na literatura contemporânea. Apesar de ter sua obra associada ao Modernismo, fazia uma poesia original, não ligada a nenhuma escola poética.
Como tradutor especializou-se em poetas alemães, espanhóis, ingleses, estado-unidenses, e franceses. Era um especialista em Shakespeare. Sua poesia tem sido incluída em antologias no Brasil e no exterior.
[editar] Academia Brasileira de Letras
Foi eleito em 1º de agosto de 1968 tomando posse em 23 de maio de 1969 da Cadeira nº 12, que tem por Patrono França Júnior, com saudação pelo acadêmico Deolindo Couto, sendo o seu 5º ocupante.
Precedido por J. C. Macedo Soares |
ABL - cadeira 12 1968 - 1995 |
Sucedido por Lucas Moreira Neves |
[editar] Obras
- Sonetos antigos (1968)
- A lápide sob a lua - poesia (1968)
- Sofotulafai - poesia (1971)
- A outra face da lua - poesia (1983)
[editar] Traduções
- Poemas ingleses de guerra (1942), de Rabindranath Tagore
- A lua crescente (1942), de Rabindranath Tagore
- Colheita de frutos (1945), de Rabindranath Tagore
- Pássaros perdidos (1947), de Rabindranath Tagore
- O boi e o jumento do Presépio (1955), de Jules Supervielle