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Barbacena (Minas Gerais)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Município de Barbacena
[[Imagem:|250px|none|]]
"Cidade das Rosas"
Brasão de Barbacena
Bandeira de Barbacena
Brasão Bandeira
Hino
Aniversário
Fundação 1791
Gentílico barbacenense
Lema
Prefeito(a) Martim Francisco Borges de Andrada (PSDB)
Localização
Localização de Barbacena
21° 13' 33" S 43° 46' 26" O
Estado Minas Gerais
Mesorregião Campo das Vertentes
Microrregião Barbacena
Região metropolitana
Municípios limítrofes Norte: Barroso, Carandaí e Ressaquinha, Sul: Santos Dumont, Antônio Carlos e Ibertioga, Leste: Desterro do Melo, Santa Bárbara do Tugúrio e Oliveira Fortes, Oeste: São João del-Rei e Prados.
Distância até a capital 169 quilômetros
Características geográficas
Área 788,001 km²
População 124.601 hab. est. 2006
Densidade 158,1 hab./km²
Altitude 1160 metros
Clima Tropical de Altitude Cwb
Fuso horário UTC -3
Indicadores
IDH 0,798 PNUD/2000
PIB R$ 663.980.173,00 IBGE/2003
PIB per capita R$ 5.542,54 IBGE/2003

Barbacena é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Localiza-se a uma latitude 21º13'33" sul e a uma longitude 43º46'25" oeste. Grande centro de fruticultura e floricultura, a cidade de Barbacena destaca-se como centro de ensino e exerce expressiva influência regional, tendo também um comércio diversificado. Barbacena fica na serra da Mantiqueira, Minas Gerais, a 169 Km de Belo Horizonte. O município, com 1.439 km², ocupa o sítio de um antigo aldeamento de índios puris oriundos da nação Tupi, na região conhecida como Campo das Vertentes.

Barbacena é conhecida em todo o Brasil, e também no exterior, como a "Cidade das Rosas", devido à grande produção de primeira qualidade desta flor. No Brasil, Barbacena também é conhecida como a "Cidade dos Loucos", devido ao grande número de hospitais psiquiátricos instalados na cidade. O grande número de manicômicos decorre da antiga idéia, defendida por alguns médicos, de que o clima ameno, de montanha, da cidade, com temperaturas médias bem baixas para os padrões brasileiros, faz com que os ditos "loucos" fiquem mais quietos e menos arredios, supostamente facilitando o tratamento.

O município é servido por um parque de exposições e um aeroporto com aeroclube, é sede do 9º. Batalhão de Polícia Militar e de estabelecimentos de ensino como a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), a Escola Agrotécnica Diaulas Abreu (Escola Agrotécnica Federal de Barbacena) e a escola de hotelaria do SENAC e Colégio Tiradentes da Polícia Militar. Também é sede da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), possui mais de tres dezenas de bibliotecas, cinco associações culturais e a Academia Barbacenense de Letras. É sede de escritórios da EMATER, DER e do IBGE. Além da intensa produção de frutas européias e de rosas, exportadas para o país e o exterior, é centro de pecuária, agricultura e da indústria de tecelagem.

Índice

[esconder]

[editar] Histórico

A "cidade das rosas" nasceu na cabeceira do rio das Mortes, inicialmente integrava a área de aldeamento dos índios Puris da grande família dos Tupis, quando os primeiros povoadores se estabeleceram no local chamado Borda do Campo, também denominado Campolide, onde erigiram a capela de Nossa Senhora da Piedade. Era a Fazenda da Borda do Campo propriedade, desde fins do século XVII, dos bandeirantes capitão - mor Garcia Rodrigues Pais e de seu cunhado Coronel Domingos Rodrigues da Fonseca Leme e, por carta de sesmaria, desde 1703; ficava às margens do caminho novo da estrada real para o Rio de Janeiro, empreendimento este começado às expensas do capitão-mor Garcia Rodrigues Pais em 1698, que Domingos Leme ajudou a concluir. Garcia Rodrigues Pais recebeu também carta de sesmaria das suas posses antigas na Borda do Campo em 1727. A propriedade tempos depois passou às mãos do inconfidente José Ayres Gomes.

Em 1711 a localidade participou de feito épico: hospedou, às custas de Domingos Rodrigues da Fonseca Leme, o governador da capitania Antonio de Albuquerque acompanhado de um exército de 6.000 homens, que ali acampou em marcha de socorro ao Rio de Janeiro então invadido pelos franceses da esquadra de Dugauy-Trouin. Domingos Leme, ainda, integrou-se a este exército com 200 de seus homens.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, construída entre 1743-1764
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, construída entre 1743-1764

Em 1725 o quarto bispo do Rio de Janeiro, o Frei Dom Antônio de Guadalupe criou a freguesia de Nossa Senhora da Piedade que teve a antiga capela como sede provisória até 1730. Em 1748 transferiu-se a freguesia para a Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade (atual Matriz) - arquitetada por mestre Alpoim, em torno da qual foi erigido o "Arraial da Igreja Nova de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo" (chamado também de Arraial ou freguesia da Borda do Campo ou ainda de Arraial da Igreja Nova do Campolide).

Em 14 de agosto de 1791 foi criada a Vila de Barbacena e erigido o respectivo pelourinho pelo Visconde de Barbacena D. Luís Antônio Furtado de Mendonça, então governador e capitão-general da Capitania, que deu à vila o seu próprio nome.

A vila teve por sede o antigo Arraial da Igreja Nova de Campolide, compreendendo, ainda, a nascente vila os territórios dos arraiais e freguesias de Nossa Senhora da Conceição do Engenho do Matto e de Nossa Senhora da Glória do Simão Pereira. Foi desmembrada dos territórios das Vilas de "Sam João de El Rey" e de "Sam Joze" (Tiradentes), confrontava com as vilas de Mariana, Queluz (Conselheiro Lafaiete), São João del Rei e São José del Rei (Tiradentes).

Ao ser esquertejado o corpo de Tiradentes e as suas partes deixadas pelas localidades envolvidas na conjuração mineira, é da tradição histórica que à vila de Barbacena coube receber um dos seus braços, que teria sido largado no adro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário onde estaria enterrado. Este fato serve de motivo para as armas e brasão da cidade que contém um braço estendido.

Barbacena, pela sua Câmara, foi a primeira vila de Minas Gerais a enviar representação a D. Pedro I, então regente, em favor do "Fico" (9 de janeiro de 1822) o que lhe valeu o título de "muito nobre e leal vila", conferido por decreto de 24 de fevereiro de 1823.

Cadeia Velha - construção do início do século XIX
Cadeia Velha - construção do início do século XIX

Elevada a cidade por Lei Provincial nº. 163, de 9 de março de 1840; em 10 de junho de 1842 irrompe em Barbacena a Revolução Liberal. Instada pela Guarda Nacional e o povo da cidade a Câmara Municipal declara a cidade sede do governo da província e dá posse a José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, depois Barão de Cocais, como "presidente interino da Província". No prédio da sua "Cadeia Velha" ficaram presos vários dos revolucionários, dentre eles o Conde de Prados, político do Império.

Por ocasião da Guerra do Paraguai a cidade forneceu 152 voluntários e 77 Guardas Nacionais para o esforço de guerra. Em 1889 a cidade hospedou o Imperador D. Pedro II por ocasião de sua última viagem a Minas Gerais e em 1893 serviu de sede para a sessão extraordiária do Congresso Mineiro que deliberou sobre a mudança da capital do estado de Ouro Preto para Belo Horizonte.

Nos finais do século XIX, atendendo a uma política do Império, foi beneficiada com um grande número de imigrantes italianos que foram estabelecidos na "Colônia Rodrigo Silva", o que muito concorreu para o crescimento e diversificação das atividadades comerciais e agrícolas da cidade e desenvolvimento de indústrias de época como sericicultura, cerâmica, marcenaria, construção civil e outras.

Localizada estrategicamente às margens da estrada que levava à Capital (Rio de Janeiro) a cidade, em 1930, foi sede do Quartel-General da 4a. Região Militar Revolucionária; o avanço dos revolucionários sediados em Barbacena sobre Juiz de Fora e a tomada desta praça com a rendição e adesão das tropas legalistas ali sediadas tornou livre o acesso dos mineiros à capital da República, o que foi fator decisivo para a deposição de Washington Luís e a vitória da Revolução. A cidade participou ainda dos combates contra os revoltosos paulistas de 1932 fornecendo dois Batalhões provisórios e deu ao Estado de Minas Gerais três de seus governadores.

[editar] Economia

Até a década de 80 a força política das famílias Andrada e Bias Fortes trazia destaque econõmico ao município. Mas, desde o início da década de 90 com a pulverização do poderio político, a cidade vem em decadência econômica e sem políticas de desenvolvimento. A agropecuária fornece leite e derivados, além do plantio de rosas. O comércio é forte, mas voltado para população de baixa renda. Indústrias são poucas e as de maior destaque são a RDM Vale do Rio Doce (exploração de manganês) e a Saint Gobain (materiais cerâmicos). O setor de serviços é suficiente para subsistência do município e região. Não se tem notícia de políticas de autoridades municipais para atrair investimentos nas áreas de turismo e serviços para a cidade. A única exceção é a instalação de uma usina de produção de biodiesel.

[editar] Turismo

A cidade tem um calendário de eventos e festividades em que se sobressaem tradicionalmente a Festa das Rosas, em outubro; Festival do Queijo e do Vinho, Exposição Agropecuária e Industrial e o Jubileu de São José,em maio. Os edifícios históricos de estilo colonial ou barroco são, principalmente: a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Cadeia Velha, Câmara Municipal, Museu Municipal, solar dos Andradas, sobrado dos Vidigal, sobrado Paolucci, a residência Ânuar Fares e o sobrado de Olinto de Magalhães na praça do Rosário.

São também atrativos pontos de visitação pelo seu estilo ou importância histórica: a Igreja Básilica de São José, o solar Bias Fortes, solar dos Canedos, Grupo Escolar Bias Fortes, Fundação Porphíria de José Máximo de Magalhães, Escola Estadual Adelaide Bias Fortes, o Pontilhão Ferroviário, a Escola Preparatória de Cadetes-do-Ar, a Escola Agrotécnica Federal "Diaulas Abreu", Santa Casa de Misericórdia, Farmácia Santa Terezinha, Estação Ferroviária, Colégio Imaculada Conceição, casa-museu de Georges Bernanos, Manicômio Judiciário, Museu da Loucura (antigo Hospital Colônia), edifício da antiga Sericicultura e o leito da antiga Estrada de Ferro do Oeste de Minas. O cemitério antigo é da década de 1850 e possui algumas obras de arte. O ponto mais elevado que permite vista de toda a cidade e adjacências é o Monte Mário.

Possui, a cidade, restaurantes de comida típica italiana, árabe, oriental e tradicional mineira e bons serviços de hotelaria.

No entanto, a cidade tem perdido turistas para outras cidades históricas mais próximas como Tiradentes que tem investido em gastronomia e eventos relacionados ao cinema. Em virtude do crescimento desordenado e da falta de conservação das vias públicas e de construções históricas a cidade perdeu seu charme turístico, mas há potencial para turismo de eventos e para relacionados ao clima frio (invernos rigorosos devido aos 1100 metros de altitude) pouco explorado, visto ter bons serviços de hotelaria e sua localização estratégica às margens da BR-040.

[editar] Bibliografia histórica

  • A cultura em Barbacena: literatura, história e geografia. Barbacena: Fundação Presidente Antonio Carlos, s. d.
  • ANDRADA, Bonifácio José Tamm. A revolução de 1930, marco histórico. Prefeitura Municipal de Barbacena - FUNDAC, Belo Horizonte: Rona, 1995.
  • ANDRADA E SILVA, José Bonifácio. Uma fazenda histórica: Borda do Campo - O inconfidente José Aires Gomes. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, tomo 72. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1910.
  • BASTOS, Wilson de Lima. A fazenda da Borda do Campo e o inconfidente José Aires Gomes. Juiz de Fora: Paraibuna, 1992.
  • BURTON, Richard Francis, Sir. Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho. Apresentação e notas de Mário Guimarães Ferri; tradução de David Jardim Junior. São Paulo: Ed. Itatiaia e Ed. da Universidade de São Paulo, 1976.
  • MASSENA, Nestor. Barbacena: a terra e o homem. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1985.
  • Revista do Archivo Público Mineiro - Ano I - Fascículo 1º., janeiro a março de 1896, Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1896. - (Documentos sobre a criação da vila de Barbacena).
  • SAVASSI, Altair José. Barbacena - 200 anos. Belo Horizonte: Editora Lemi S.A., 1991.
  • SAVASSI, Altair José . Resumo histórico do município de Barbacena. Barbacena: Prefeitura Municipal, 1953.


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