Adhemar Ferreira da Silva
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Medalha Olímpica | |||
---|---|---|---|
Atletismo | |||
Ouro | 1952, Helsínquia | Triplo salto | |
Ouro | 1956, Melbourne | Triplo salto |
Adhemar Ferreira da Silva (29 de setembro de 1927 – 12 de janeiro de 2001) foi o primeiro bicampeão olímpico brasileiro. Conquistou as medalhas de ouro no Salto Triplo em 1952 e 1956.
Adhemar começou a competir em 1947. Nesse ano, conversando com José Márcio Cato, da equipe de atletismo do São Paulo, ele gostou da sonoridade da palavra atleta e resolveu começar a praticar o esporte.
Achei a palavra atleta bonita e decidi que queria ser um. |
Adhemar não conseguiu um bom resultado nos Jogos de Londres, ficando apenas em 14º lugar.
Mas nas Olimpíadas de Helsinque, na Finlândia em 1952, quando Adhemar Ferreira da Silva entrou na pista para disputar o salto triplo, não imaginava bater o recorde mundial que na época era de 16 metros, muito menos repetir o feito por quatro vezes na mesma tarde. Saltou 16,05m, 16,09m, 16,12m e 16,22m. Pela primeira vez, um atleta deu uma volta olímpica na pista, para ser aplaudido de perto pelo público. Antes da prova, ele pediu à cozinheira finlandesa, que conhecera, um prato especial para sua volta: bife com salada. Ao voltar, Adhemar encontrou o prato e um bolo com a inscrição "16,22".
Nos jogos de 1956, em Melbourne, dois dias antes da prova, uma dor de dente terrível ameaçou o desempenho do atleta brasileiro; uma providencial ida ao dentista para uma punção resolveu o problema. Depois de um duelo com o islandês Vilhajálmur Einarsson, Adhemar sagrou-se campeão, tornando-se o até então único bicampeão brasileiro olímpico, com a marca de 16,36m.
Sua primeira competição foi no Troféu Brasil em 1947, obtendo a marca de 13,05m. É pentacampeão sulamericano e tricampeão pan-americano (1951, 1955 e 1959). Venceu o campeonato luso-brasileiro, em Lisboa em 1960. Foi dez vezes campeão brasileiro, tendo mais de 40 títulos e troféus internacionais.
Adhemar só seria igualado 48 anos depois pelos iatistas Robert Scheidt, Torben Grael, Marcelo Ferreira e pelos jogadores de voleibol Giovanni e Maurício, todos bicampeões olímpicos em Atenas-2004.
Por problemas pulmonares não diagnosticados pelos médicos, ele nem passou das eliminatórias em Roma, nos Jogos Olímpicos de Verão de 1960.
Adhemar é escultor formado pela Escola Técnica Federal de São Paulo (1948), Educação Física na Escola do Exército, Direito na Universidade do Brasil (1968) e Relações Públicas na Faculdade de Comunicação Social Cásper Libero (1990). Foi Adido Cultural na Embaixada Brasileira em Lagos, Nigéria, entre 1964 e 1967.
Em 1956, foi ator na peça "Orfeu da Conceição", de Vinicius de Moraes e no filme franco-italiano Orfeu Negro, de 1962, feito a partir do texto teatral, que venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro.
No escudo do São Paulo Futebol Clube as duas estrelas douradas que estão na parte de cima foram adotadas em sua homenagem. Elas se referem aos recordes mundiais batidos por ele nas Olimpíadas de Helsinque em 1952 e nos Jogos Panamericanos da Cidade do México em 1955.
Os saltos de Adhemar inauguraram a mitológica tradição brasileira nas provas de salto triplo. Depois dele, surgiram Nelson Prudêncio (prata na Cidade do México em 68 e bronze em Munique 72) e João Carlos de Oliveira, o João do Pulo (bronze em 1976 e 1980).