Muriaé
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- Nota: Se procura o rio de mesmo nome, consulte Rio Muriaé.
| Município de Muriaé | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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| "Mumu, MumuCity, Muricas" | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Muriaé é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2006 era de 100.063 habitantes. A cidade de Muriaé é situado às margens da BR-116 e BR-356, cidade que possui boa infra-estrutura de serviços. Seu nome significa, na língua indígena, Ter sabor de cana doce. Seu padroeiro é São Paulo.
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[editar] História
Inicialmente habitada pelos indios Puris, a região que compreende o município de Muriaé teve sua colonização iniciada pelo comércio de brancos com os indígenas.
Em 1817, Constantino José Pinto, com outros 40 homens, comercializando ervas e produtos medicinais, desceu pelo Rio Pomba e atingiu o Rio Muriaé, onde aportou construindo seu abarracamento junto a uma cachoeira do Rio Muriaé, local onde hoje é conhecido como Largo do Rosário. Em 1819, o francês Guido Tomáz Marliére chega e ergue a Capela do Rosário.
Em 7 de abril de 1841 foi criado o distrito com o nome de "São Paulo do Muriahé". Em 16 de maio de 1855, pela lei nº 724, o distrito foi elevado a categoria de Vila com a mesma denominação de "São Paulo do Muriahé". No dia 25 de novembro de 1865 foi criada a comarca pela lei nº1257 elevando a vila de "São Paulo do Muriahé" a categoria de município.
Em 1923 passou a denominar-se apenas "Muriahé" e depois Muriaé para atualizar às novas normas ortográficas. O progresso da nova localidade foi constante, principalmente a partir de 1886, data da inauguração da Estação da Estrada de Ferro Leopoldina na sede municipal.
Em 1910 foi criado o serviço de força e luz, no ano seguinte o de água e esgoto, e, 1913 o serviço de telefone urbano.
A instalação dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina Railway introduz grandes mudanças na paisagem social da cidade, permitindo que em 1886 a cidade ganhasse uma linha terminal que ligaria, diariamente, Muriaé à Capital da República (Rio de Janeiro). Junto ao trem chegam as notícias trazidas pelo telégrafo e correio, atualizando os cidadãos interessados. Surge a seguir a imprensa local com "O Muriaé", semanário de 1890, "O Eixo Municipal", de 1891, "O Condor", de 1898 e "O Radical", em 1903, dando início a uma série de outros que se sucederam, criando uma longa tradição jornalística em Muriaé.
A proclamação da República chega até Muriaé, que aprimora suas construções. Ergue-se a Matriz de São Paulo e uma praça com jardim, assim como o belo prédio do Executivo.
A cidade é por esse tempo o segundo produtor de café em Minas Gerais. O café patrocina o progresso e o bem estar. Surgem as máquinas de beneficiamento, a catação do café, o estocamento, o carregamento para os vagões que saem abarrotados, deixando riqueza. O calçamento, o telefone, os bancos fazem parte de uma nova ordem social e política. A euforia permanece até o crack de 1929, quando se instaura grave crise econômica.
[editar] Formação Administrativa
O município de Muriaé, na data de sua implantação, em 30 de setembro de 1861, possuía quatro distritos, assim denominados:
São Paulo do Muriaé (sede); Nossa Senhora da Glória (atual Itamuri, criado em 1843); Patrocínio do Muriaé, criado em 1840; Conceição dos Tombos de Carangola, criado em 1852. Os distritos de São Francisco do Glória, criado em 1858, e Santa Luzia do Carangola, criado em 1860, passaram a pertencer a Muriaé, mas, não pertenceram a São João Batista do Presídio porque foram incorporados, depois de sua criação, em 16 de maio de 1855.
Muriaé já teve ao longo de sua história. Outros distritos, alguns desmembrados de seu território e outros, anexados, por Leis. Assim, em 1864, Muriaé possuía sete distritos:
São Paulo do Muriaé (sede); Nossa Senhora da Glória; Patrocínio do Muriaé; Conceição dos Tombos de Carangola; Dores de Vitória; São Francisco do Glória; Santa Luzia de Carangola; Santo Antonio do Muriaé (atual Miraí) foi desmembrado do município de Leopoldina, e anexado a Muriaé em 1865. Ainda, em 1865, foi criado o distrito de São Francisco de Paula de Boa Família, passando Muriaé a ter nove distritos. Em seguida, Muriaé passa a ter 12 distritos; os nove acima mencionados e mais:
Santa Rita do Glória, criado em 1868; São Sebastião da Mata (atual Eugenópolis) criado em 1870; São Sebastião da Cachoeira Alegre, criado em 1870). Em 1871, Muriaé perde Santo Antonio do Muriaé para o município de Ubá adquire o município de Leopoldina, o distrito de São Francisco da Capivara (atual Palma) e, em 1875, o distrito de São Francisco da Capivara passa a pertencer a Cataguases. 1876 - é restabelecido o distrito de Santa Rita do Glória e criado o distrito de Rosário de Limeira. Muriaé fica, então, com treze distritos, o maior número já registrado. Em 1878, o número de distritos cai para dez. São desmembrados:
Santa Luzia do Carangola São Francisco do Glória Conceição dos Tombos de Carangola. Em 1877 é criado o distrito de Bom Jesus da Cachoeira Alegre. 1891 - Muriaé perde o distrito de São Sebastião da Mata, que passa a ser município com a denominação de São Manoel (mais tarde, Eugenópolis). Por 32 anos, de 1891 a 1923, Muriaé ficou com dez distritos. Em 1923, Muriaé perde o distrito de Dores de Vitória para Miraí e ganha um novo distrito, o de Pirapanema (antigo Camargo), desmembrado de Rosário de Limeira. Em 18 de dezembro de 1938, Muriaé perde dois distritos: o de Santa Rita do Glória e o de Santo Antonio do Glória, para a formação do novo município do Glória, mais tarde, Miradouro. Em 22 de dezembro de 1953, perde Muriaé o seu mais antigo distrito que se transformou no município de Patrocínio do Muriaé. Muriaé possuía em 1865 um território de 3.072 km², e, atualmente o município tem um território de 1.017 km². A perda de 2.055 km² resultou diretamente na formação de quatro municípios:
Carangola, em 1882 Eugenópolis, em 1891 Miradouro, em 1939 Patrocínio do Muriaé, em 1954, Estes quatro municípios foram desmembrados em outros seis:
Tombos - desmembrado de Carangola em 1924; Divino - desmembrado em 1939 de Carangola; Faria Lemos - desmembrado em 1954, de Carangola; São Francisco do Glória - desmembrado de Carangola em 1954; Vieiras-desmembrado de Miradouro em 1954 Antonio Prado de Minas - desmembrado de Eugenópolis em 1963;
Muriaé conta em 2007 com nove distritos:
Muriaé (sede); Belisário; BoaFamília; Bom Jesus da Cachoeira; Itamuri; Pirapanema; Rosário de Limeira; Vermelho; Macuco.
Dos 127 municípios da Zona da Mata de Minas Gerais, Muriaé está em quinto lugar em extensão territorial, sendo os três primeiros: Juiz de Fora (1.424 km²), Mutum (1.248 km²), Manhuaçu (1.143 km²) e Leopoldina (943 km²).
As leis provinciais que criavam os municípios estabeleciam em seu texto que essas unidades administrativas só se considerariam instaladas após a construção do prédio que abrigasse não somente o governo municipal, mas, também, outras repartições que viessem a funcionar no município representando interesses da Província e do Império. Como não foi possível, em face da falta de recursos locais, a construção desse prédio só se deu, a partir de 1859 e se concluiu em fins de 1860, decorrendo entre a data da criação do Município (16 de Maio de 1855) e a instalação (30 de Setembro de 1861)6 anos, 4 meses e 14 dias. O atraso da instalação do município de Muriaé decorreu da falta de meios para a construção de um edifício que lhe servisse de sede do governo. Contribuíram para o atraso da construção, a falta de recursos e mão de obra inexistente na localidade. A execução só se tornou possível depois que o Alferes Manoel Fortunato Pinto, próspero comerciante, à frente de um abnegado grupo de companheiros e agricultores, se dispôs a mandar vir de cidades longínquas os mestres-de-obras e operários, a cuja responsabilidade foi entregue a construção do prédio da municipalidade. Ao término da obra, muitos trabalhadores que nela tomaram parte, sem nenhuma qualificação, tornaram-se carpinteiros e alvanéis, incluindo entre eles pretos escravos e índios semicivilizados. O município lucrou porque tais operários iniciaram, depois, a reforma das antigas e precárias habitações feitas de barro e madeira.
[editar] Curiosidades
Hoje Muriaé conta com um dos maiores centros de tratamento de oncologia do país, a FUNDAÇÃO CRISTIANO VARELLA, fundada pelo Deputado Federal Lael Varella. Com alta tecnologia no tratamento e conforto nas suas instalações. Conta também com a FAMINAS (Faculdade de Minas), entidade particular, que possui diversas areas de formação como Ed.Física, Informática, Jornalismo, Fisioterapia, Direito, Ciências Contábeis, Farmácia, Nutrição, Publicidade e Propaganda, Administração de Empresas, dentre outros existentes e em criação, para o enriquecimento cultural de toda a cidade e região. Muriaé também é uma cidade rica em belezas naturais, contando com diversas serras, picos e cachoeiras, que proporcionam diferentes tipos de aventuras junto à natureza
[editar] Aspecto econômico
Assim a grande maioria das cidades, Muriaé também nasceu às margens de um rio, do qual acabou recebendo seu nome. Nas inúmeras versões sobre o surgimento desta nomeação, há sempre uma ligação com os mosquitos que infestavam a região onde surgiria o município. Considerando-se que, de acordo com os registros históricos, a cidade, no início de seu povoamento, era uma região palustre, que apresentava, até finais do século XIX, altíssima incidência de febre amarela, é de se supor que as opções etimológicas ligadas ao mosquito, sejam as mais plausíveis.
Em uma das mais antigas menções ao “Vale do Muriaé”, datada de 1785, Couto Reis descreveu a região, realçando-lhe as condições “horrorosas e pestíferas de suas entranhas”, cuja colonização só foi possível graças à coragem dos primeiros desbravadores que, “fazendo fogos, descortinando matas e purificando ares, tornaram os sertões menos rigorosos”. Mas foi nos idos de 1819, que Constantino José Pinto - nomeado pelo oficial da Diretoria Geral dos Índios da Província de Minas Gerais, Guido Tomaz Marlière -, chegou à nossa região. Sua missão: civilizar e preparar as condições para a catequização dos índios purís que aqui habitavam. O desbravador desceu pela confluência dos ribeirões “Robinson Crusoé” e “João do Monte” (formadores do rio Muriaé), dirigindo-se até o local onde hoje encontramos a “Igreja do Rosário”. Ali foi fundado o aldeamento dos índios, com demarcação das terras destinadas ao plantio para o sustento dos silvícolas. Nascia “São Paulo do Manoel Burgo”. Por aqui começaram a aportar extratores de madeiras-de-lei e, principalmente, de plantas medicinais, em busca de raízes de ipecacoanha, chamada vulgarmente de poaia. Era o início da atividade econômica do futuro município.
O povoado cresceu rapidamente, a princípio, com uma só rua ao longo do rio - dando origem ao “Porto”, à “Barra” e à “Armação”, em razão do rio que margeavam - e, depois, disseminando o seu casario em todas as direções. Em 1841, já era “Distrito do município de São João Batista do Presídio”, atual Visconde do Rio Branco, e subordinado, eclesiasticamente, à “Santa Rita do Glória”, atual Miradouro.
Em 16 de maio de 1855, pela “Lei nº. 724”, com o nome de “São Paulo do Muriaé”, desmembra-se de São João Batista do Presídio; contudo, a “Vila de São Paulo do Muriaé” seria elevada à condição de cidade, apenas em de 25 de novembro de 1865, pela “Lei nº. 1257”, a denominação ”Muriaé” só viria com a “Lei nº. 843”, de 7 de setembro de 1923. Nas últimas décadas do século XIX, Muriaé já era grande produtor de café, condição que manteve até meados do século XX. A monocultura cafeeira foi a primeira grande responsável pelo desenvolvimento econômico do município. Os coronéis, proprietários das grandes fazendas produtoras, representavam não só a elite econômica da região, como também sua expressão política, com forte influência no junto ao estado e ao país.
A crise de 1929 afetou profundamente o município, mas a economia voltaria a crescer durante a fase getulista, principalmente após a abertura da estrada Rio-Bahia, inaugurada por Getúlio Vargas, em visita à nossa cidade em 1939. O grande fluxo de veículos trazido pela nova rodovia, inseriu Muriaé entre as cidades de maior progresso da região. A monocultura cafeeira passou a ceder espaço para outras atividades econômicas.
Embora a boa produção cafeeira continuasse, a produção leiteira intensificou-se, mantendo a cidade, durante muitos anos, no segundo lugar no ranking nacional, em virtude, principalmente, da apuração do rebanho com seleção de matrizes e avanços técnicos no manejo. Na década de 60, a mecânica automotiva começou a atingir grande expressão, graças ao asfaltamento da rodovia Rio-Bahia, e o município passou a ser referência nacional no ramo da retífica de motores. Era a diversificação econômica chegando.
[editar] Enchentes
Na madrugada de 10 de janeiro de 2007, a chuva provocou o rompimento de duas barragens da mineradora Rio Pomba - Cataguases. O volume da água do Rio Muriaé subiu e inundou vários bairros da cidade, sendo que os mais afetados foram Dornelas, Santana, José Cirilo, Napoleão e Barra. Não houve mortos, mas cerca de 10 mil pessoas ficaram desalojadas. A água ficou com resíduos de bauxita e muita lama. A sujeira chegou a cidades do norte fluminense, como Laje do Muriaé, Itaperuna e Campos dos Goytacazes.
Cinco dias depois, quando os trabalhos de limpeza dos bairros atingidos já estavam praticamente concluídos, uma nova enchente aconteceu em Muriaé, afetando os mesmos locais. A Prefeitura Municipal, juntamente com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, realiza o trabalho de assistência às vítimas. A população também colabora, fazendo doações de roupas, alimentos não-perecíveis e itens de higiene pessoal.
[editar] Esportes
Um dos times de futebol da cidade é o Nacional Atlético Clube (NAC) fundado em 1927, manda seu jogos no Estádio Soares de Azevedo (Brasão) com capacidade para 5000 expectadores. Na década de 1970, o NAC disputou algumas edições do campeonato mineiro da primeira divisão.
Outro clube tradicional da cidade é o Paulistano Futebol Clube, cujo estádio era localizado onde hoje existe a praça do trabalhador no bairro da Barra.
